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LDB

Cearense mesmo

06-08-2013 | 05:29
Por Liga Nacional de Basquete

Com nove jogadores nascidos no Estado do Ceará em seu elenco, Basquete Cearense mostra força caseira em boa campanha no início LDB 2013

Legião caseira do Basquete Cearense representa 60% do plantel da equipe na disputa da LDB 2013 (Divulgação)

Fundado antes do início da última temporada do NBB, o SKY/Basquete Cearense já está colhendo frutos do trabalho realizado no Estado do Ceará. Após fazer sua estreia na maior competição de basquete do país, o time de Fortaleza também montou uma equipe Sub-22 para a disputa da terceira edição da LDB.

Para armar seu esquadrão de base, a única equipe da Região Nordeste a disputar o NBB na história contou com uma força caseira. Até o momento, o elenco comandado pelo técnico Espiga conta com 15 jogadores inscritos para a competição Sub-22 e nove deles são nascidos no Estado do Ceará. Os armadores Igor e Betinho, os alas Lucas, Deyvidson e Tarcizio, os alas/pivôs Luis Enrique e Isaac e os pivôs Leal e Victor são oriundos da terra natal do Basquete Cearense e fazem parte da equipe na disputa do principal campeonato de base do basquete brasileiro.

Por se tratar de uma nova praça na elite do basquete brasileiro, o alto número de atletas cearenses no time que disputa a LDB 2013 é motivo de alegria para o técnico Espiga. Com 60% de seu plantel formado por jogadores nascidos no Ceará, o treinador comemorou a evolução da modalidade da bola laranja na região.

“Esses meninos são muito importantes para dar esperança e motivação a garotos mais novos. O Ceará está repleto de atletas de 14, 15 e 16 muito talentosos e agora eles veem a oportunidade de poder atuar em um time forte e competitivo do seu próprio Estado. Antes, a mentalidade era que eles tinham que sair do Ceará para jogar em uma equipe forte, mas agora não é mais”, explicou o comandante do time cearense na disputa da LDB 2013.

Dono da terceira melhor campanha da LDB 2013 até o momento, com 12 vitórias em 14 jogos realizados, o Basquete Cearense tem como suas principais estrelas o armador Davi Rossetto, nascido em São Paulo e ex-jogador do Pinheiros/SKY, o pivô carioca Erick Camilo, que estava no São José/Unimed. Mas mesmo com a presença de atletas “forasteiros”, o time sempre foi planejado para que os jogadores do Ceará estivessem presentes no plantel.

“No início, a nossa ideia era de usar o time Sub-22 para dar oportunidade aos meninos do Ceará. Então, fizemos peneiras e colhemos informações sobre os atletas da região. Até tínhamos a oportunidade de trazer outros garotos de fora e a procura foi muito grande, mas optamos por manter nosso posicionamento inicial. Formamos o elenco com alguns jogadores mais experientes e com esses meninos daqui. E as coisas aconteceram da melhor maneira possível. O time está indo muito bem e todos os nossos jogadores mostraram a que vieram. Idealizamos isso e o resultado está sendo ótimo, com uma performance incrível do time. A gente fica muito feliz”, comemorou Espiga.

Dannyel Russo ajudou na formação do elenco Sub-22 do Basquete Cearense (Bruno Spada/LNB)

Além dos nove atletas realmente nascidos no Ceará, outros dois atletas são “cearenses de coração”. Dois dos principais nomes da equipe na competição, o ala/armador Victor Gusmão e o ala/pivô Rômulo nasceram em Estados próximos e tiveram toda sua formação como atletas em solo cearense. A dupla foi recrutada por Dannyel Russo a alguns anos atrás. Um dos principais formadores de atletas de basquete de todo o Ceará, o assistente-técnico do Basquete Cearense na LDB 2013 buscou Rômulo em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Victor em Maceió, no Estado de Alagoas.

Depois de amadurecerm sob o comando de Dannyel, os atletas se aventuraram em times da Região Sudeste. Antes de voltarem ao Ceará para fazer parte do elenco do Basquete Cearense tanto na disputa do NBB quanto da LDB, Rômulo atuou pelo Fluminense (RJ) e Victor passou por Paulistano/Unimed, Palmeiras e Vivo/Franca.

“O Rômulo eu fui buscar em Mossoró. Ele tinha 14 anos, pesava quase 140kg e a primeira oportunidade para ele realmente jogar foi aqui comigo no Ceará. O Victinho (Victor Gusmão), apesar de ser nascido em Maceió, trabalhou comigo desde os nove anos. Todos esses outros meninos também passaram na minha mão e é muito gratificante ver eles jogando em um campeonato de alto nível por um time cearense. Muitos deles estavam espalhados em times de outros Estados e a gente repatriou para o Basquete Cearense. Agora, aqui no Ceará ninguém mais pensa em ir jogar em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Os meninos mais novos trabalham dia a dia pensando em um futuro próximo poder jogar no Sub-22 do Basquete Cearense”, disse Dannyel.

Outro dos atletas repatriados citados pelo assistente-técnico de Espiga é Luis Henrique. Destaque dos campeonato locais, o atleta se mudou para São Paulo, em 2009, para atuar pelas categorias de base do Paulistano/Unimed. Ao todo, o ala/pivô morou três anos na capital paulista e ainda teve uma passagem pelo time da cidade de São Sebastião do Paraíso, interior de Minas Gerais, antes de retornar ao Ceará.

Luis Enrique teve boas atuações nas duas primeiras etapas da LDB 2013 (João Pires/LNB)

“Na hora que eu recebi o convite do Basquete Cearense, eu nem pensei duas vezes. Eu aceitei na hora. Não tem coisa melhor no mundo do que eu poder ficar perto da minha família e dos meus amigos. É uma vida completamente diferente e agora estou muito feliz. Durmo todo os dias muito feliz com o que faço e com o lugar onde estou. Jogo na minha cidade e em uma estrutura fantástica que é a do Basquete Cearense”, disse o camisa 12 do time nordestino.

Dentre os cearenses de nascimento da equipe, Luis é o maior destaque. Titular da equipe até a chegada de Erick, o ala/pivô se tornou o reserva mais efetivo do time dirigido por Espiga. Com um bom desempenho tanto nas jogadas dentro do garrafão como nos lances do perímetro, o jogador soma médias de 8,1 pontos e 3,7 rebotes nos 21,9 minutos que fica em quadra por partida.

“Quando eu comecei a jogar basquete, eu nunca pensei que poderia disputar um campeonato deste nível por uma equipe do Ceará. É uma sensação de outro mundo poder disputar a LDB com a camisa do Basquete Cearense, ainda mais com a equipe fazendo uma ótima campanha”, concluiu o ala/pivô.