Modo playoff

Após o primeiro jogo das oitavas de final do NBB CAIXA entre São Paulo e Unifacisa, Coelho precisou da ajuda da mulher, Ana Clara, para sair do carro e caminhar até sua casa. O armador estava com muita dor na sequência da vitória por 99 a 93, ainda reflexo da recuperação da cirurgia para reparação de duas hérnias inguinais. É o modo playoff ativado.

Coelho supera dores para ajudar o São Paulo nos playoffs. Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net

“Voltei muito rápido da cirurgia. Estava previsto para voltar em dois meses, acelerei um pouco, mas não fiz nada diferente do protocolo. Sempre fui um atleta muito disciplinado, com alimentação e essa parte física, e isso ajudou. Mas voltei com muita dor no primeiro jogo contra a Unifacisa, foi difícil, fiquei sentindo muita dor. Só minha mulher sabe como foi essa volta para casa. Ela teve que me ajudar a caminhar. Mas, quando chega o playoff, você se supera”, afirmou Coelho.

O armador do São Paulo passou por cirurgia no dia 27 de fevereiro. O retorno foi na partida contra o R10 Score Vasco da Gama, em 30 de março, ainda pela temporada regular. Foram mais quatro jogos antes de anotar 13 pontos e pegar nove rebotes no primeiro jogo das oitavas diante da Unifacisa. No segundo confronto, na derrota por 107 a 104, ele anotou 19 pontos e, no terceiro duelo, no triunfo que garantiu um lugar nas quartas de final, foram mais 14 pontos. “Eu adoro jogar playoffs, gosto muito de decisão.”

A resiliência, segundo Coelho, explica o momento do São Paulo. “A gente teve muitos altos e baixos, principalmente por causa de lesões. Ficamos muito tempo sem ter o time completo. Ainda estamos vivendo isso, mas soubemos se manter firmes no objetivo. Realmente não classificamos bem, não era o esperado, mas tínhamos consciência de que o mais importante são sempre os playoffs. Esse time, quando está valendo, quando é decisão, cresce muito. São jogadores experientes, acostumados a ganhar. Ninguém gosta de perder neste time aqui”, avisou.

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— NBB CAIXA (@NBB) April 25, 2024

Experiência que, claro, não falta ao armador. Aos 31 anos, Coelho está em sua 13º temporada no NBB CAIXA. Ele jogou pela equipe de Uberlândia, sua cidade natal, em 2011/12. Depois defendeu Minas Tênis Clube, Sesi Franca, Botafogo e Cerrado Basquete até chegar ao São Paulo. “Experiência é tudo na vida e não é diferente no basquete. Não parece para quem vê o jogo, mas hoje estou correndo menos do que quando era mais jovem. Tenho um entendimento maior do jogo, mais malícia e tranquilidade naqueles momentos decisivos. São fatores importantes que você só adquiri com experiência.”

A diferença no São Paulo em relação aos times que Coelho defendeu recentemente na carreira está na sua função. O armador se tornou o sexto homem do técnico Bruno Mortari. A verdade é que ele tem sido importante para mudar o ritmo de jogo, já que tem características bem diferentes dos outros jogadores da posição, como Ricardo Fischer e Bennett.

“Nunca foi um problema para mim, mas passei por um período de adaptação. Era uma função que eu não estava acostumado nos outros times, mas nunca tive melindre.  Sempre falei para o coach que o meu jogo seria o mesmo. Em um time da grandeza do São Paulo, com os objetivos que temos, todos os papéis são importantes. Estou podendo jogar o mesmo basquete e aí é uma decisão do técnico sobre como ele vai querer me usar. Ele sabe que pode contar comigo, que vou jogar sempre com a mesma intensidade e energia”, afirmou o Coelho.

Coelho tem como função mudar o ritmo do jogo ao sair do banco. Foto: Rubens Chiri /saopaulofc.net

O jogador está bem confiante com o que o São Paulo pode realizar nas quartas de final. O adversário será o Minas Tênis Clube, que passou pelo União Corinthians com duas vitórias. Na temporada regular, o time mineiro terminou na terceira posição, atrás apenas de Flamengo e Sesi Franca, com 28 vitórias e oito derrotas. O Tricolor fechou em 11º, com uma campanha de 50% de aproveitamento (18 vitórias e 18 derrotas).

“Minas fez uma excelente temporada. Tem um elenco robusto, com muitos talentos. Vai ser um playoff bastante disputado. Vamos estudar o Minas, ver qual o melhor plano. É uma equipe que está jogando muito bem coletivamente, com grandes números na temporada. Vai ser bastante complicado, mas playoff é jogado. Fomos décimo primeiro e eliminados o sexto colocado (Unifacisa). Chegamos confiantes para pegar o Minas”, disse o armador.

Vice-campeão na temporada passada, quando foi superado por Franca, Coelho avisa que não é bom duvidar do São Paulo. “Almejamos o título. Pelo investimento que faz e pela expectativa, o São Paulo sempre entra nas competições para disputar o título. Claro que não classificamos em uma boa posição para os playoffs, mas muita gente esqueceu que estivemos na final da temporada passada. Somos os atuais vice-campeões do NBB CAIXA e precisamos de um pouco mais de respeito com o trabalho que está sendo feito pelo São Paulo ao longo dos últimos anos.”

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.