HOJE
DNA do futuro
Por Arthur Salazar
Conheça o caminho trilhado por Vitor Galvani que está ligado aos frutos do trabalho vanguardista realizado no Corinthians
Artigo escrito por Arthur Salazar via Collab NBBxPosterizamos
Em 2019, o catarinense Vitor Galvani foi oficializado como técnico do sub-19 e assistente do time adulto do Corinthians. O salto na carreira veio após sua liderança na incrível temporada do Campinas Basquete (Sub-17), que chegou ao Final Four do campeonato estadual de 2018. Desde então, a explosão meteórica na carreira do treinador, que recentemente chegou ao status de assistente do Cleveland Cavaliers na Summer League 2022, está diretamente ligada à reconstrução completa e mudança de patamar da base corintiana em tão pouco tempo. Além disso, o técnico de apenas 29 anos de idade já comanda a Seleção sub-18 (campeã Sul-Americana e vice-campeã na Copa América) e integra a comissão técnica de Gustavinho de Conti na amarelinha adulta. Galvani é o principal expoente dessa nova geração de treinadores que hoje é responsável pela maioria dos projetos da LDB e, naturalmente, o catarinense colhe frutos de um trabalho vanguardista no Parque São Jorge.

Sua chegada ao Wlamir Marques significou o primeiro esforço na base de um clube que voltava à elite do basquete após 22 anos de ausência no topo da modalidade. Por mais arriscado que fosse trazer um jovem de então 26 anos para a função, essencialmente, a contratação de Galvani era fundamentada na ideia de construção de um projeto coeso e com continuidade, baseado no potencial do técnico catarinense.
Hoje, a base corintiana não só importa jovens para as categorias mais próximas ao adulto como o Sub-20 (mecanismo comum no cenário nacional), mas forma jogadores desde muito antes do “corte” para a LDB. No elenco de 2022, sete dos treze jovens que já jogaram pelo Corinthians nesta edição do campeonato Sub-22 também chegaram a vestir o preto e branco no Sub-18 ou Sub-16. Além disso, quatro atletas jogam pelo Corinthians desde 2020 e outros quatro desde 2021, enquanto apenas cinco chegaram esse ano para reforçar o elenco corintiano. Resumindo: a maioria que joga pelo alvinegro paulista na LDB 2022 está acostumada ao Wlamir Marques e principalmente à crucial filosofia de jogo e intensidade de Vitor Galvani.
Parte essencial do sucesso do jovem técnico são as tendências do seu time em quadra e seu ímpeto imparável, que se tornaram institucionais desde sua chegada ao Parque São Jorge. Afinal, as mudanças de Galvani no Sub-19 e elenco da LDB de 2019 pra cá geram a necessidade de formação específica de jogadores e times nas categorias inferiores (de idade e não de nível) e assim criam uma escola de desenvolvimento com guias e estrutura focadas na inserção do novo DNA corintiano que nunca foi tão bem aplicado quanto no elenco dessa LDB.
Tudo começa com o trio de armadores: Dalaqua; Gabi Campos e Landeira, que possuem características complementares e papéis distintos no modelo de Galvani. O primeiro deles tem a responsabilidade de liderar um elenco jovem, com a intensidade esperada nos dois lados de quadra do jogador que mais vestiu a regata alvinegra sob o comando do técnico catarinense. Já Gabi Campos chegou recentemente ao Parque São Jorge com status de titular no time adulto e é quem normalmente decide as jogadas do Timão com mais liberdade do que qualquer outro no esquema preto e branco. Finalmente, Gabriel Landeira de apenas 18 anos é o armador mais cerebral e organiza as ações ofensivas com maestria e uma dinâmica completamente diferente dos outros dois armadores corintianos.

Dalaqua é o jogador que mais vestiu a regata alvinegra sob o comando do técnico Vitor Galvani
Para o estilo de jogo de Galvani, também é muito importante a presença de jogadores grandes e com presença física que favoreçam a troca defensiva sem necessidade de ajuste constante. Basicamente, o elenco corintiano é recheado de jovens que marcam “de 1 a 5”. Jonathan Cristian é o principal deles. Talvez o melhor defensor da LDB e o terceiro com mais rebotes por jogo na competição (12.2) mesmo sem bater os dois metros de altura. Mas a raça deste atleta, tipicamente corintiana, é um dos fatores que consolidaram o DNA de Galvani em 2022. Seguindo nesse grupo, Samis Calderon é o “3 e Defesa” nessa formação. Com dois metros de altura e 2.17m de envergadura, o capixaba é o protótipo definitivo de um ala nos moldes do técnico catarinense e a maior promessa formada no Wlamir Marques desde a volta do projeto. Além dos dois já citados, JV Martins defende o perímetro com uma disciplina assombrosa para um jovem de 18 anos e o pivô Kauan Raymundo (2005) tem grande presença no garrafão e nos rebotes.
A equação alvinegra se completa com a adição de Daniel Onwenu e Enrico Bianchi como finalizadores de jogadas, e, com Alê Ludwig e Leozão Brito servindo como pivôs de função. Daniel é possivelmente um dos mais talentosos pontuadores da LDB, com arsenal recheado de fintas e arremessos que criam buracos e oportunidades para que o ala sirva como válvula de escape para o Timão. Enquanto Enrico Bianchi é um dos mais jovens a fazer parte da rotação alvinegra e é destaque nas categorias de base exatamente por sua capacidade ofensiva. Já falando sobre os pivôs corintianos, Alê é mais criativo que a média de sua posição e além de ter um ótimo jogo na área pintada e chute 3 refinado, sabe agir como um “armador-cinco” no esquema de Galvani desde os tempos de Campinas. Fechando com chave de ouro, Leozão traz a presença física de um pivô mais alto e com capacidade atlética para dificultar finalizações adversárias no garrafão.
Evidentemente, os resultados nos estaduais de base em 2022 e na primeira etapa da LDB são prova do sucesso da filosofia de Galvani na base alvinegra. O elenco montado pelo catarinense só perdeu para o Paulistano nesta edição do campeonato Sub-22 (74×57) e é o vice-líder no Paulista Sub-20 com apenas três derrotas em treze partidas totais. Porém, o rendimento positivo dentro de quadra é parte sintomática da criação de um DNA que remodelou completamente o basquete de formação alvinegro e que já apresenta frutos no basquete adulto. Com extrema conexão, o elenco de Leo Figueiró conta com 6 jovens inscritos na LDB e mais tantos famintos em busca de uma vaga no NBB. Para afirmar que o DNA foi aplicado e que hoje o Corinthians é um clube formador, basta a consolidação do projeto com títulos. E sobre isso eu cravo que o time de Vitor Galvani nunca esteve tão preparado quanto em 2022.
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