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Amizadespara a vida

19-05-2020 | 12:08
Por Douglas Carraretto

De Wade ao Big Three: Larry destaca amizades de sua vida, revela resenha diária com Shamell e Tyrone em grupo de Whatsapp e afirma: “é todo dia mesmo”

Quem conhece Larry Taylor sabe como ele é. Um gringo que nem parece gringo. E não é mesmo. Naturalizado brasileiro desde 2012, o Alienígena incorporou até aquele jeitão do nosso país: gente boa, tranquilão, acolhedor e amigo.

E sim, Larry, que é nascido em Chicago (EUA), é daqueles que sempre carregou belas amizades por sua vida, a começar pelo astro da NBA Dwayne Wade, seu amigo de infância, com quem ainda mantém contato. Mas tem várias outras…

Tudo isso foi falado na live da campanha #BasqueteEmCasa no Instagram do NBB (@NBB), em que o repórter Rodrigo Lazarini bateu um papo para lá de divertido com Larry, que mesmo em tempos de quarentena, segue em sua casa em Bauru.

D-Wade, o “irmão mais novo”

“Eu e Dwayne (Wade) crescemos praticamente no mesmo bairro. A casa dele era a uns 10 ou 15 minutos da minha. Conheci ele em 1999, mas na verdade antes conheci o irmão dele, que era da minha idade. Jogamos o Junior College juntos, e o Dwayne, que é dois anos mais novo que nós, estava sempre fazendo tudo com a gente. Aí acabamos virando quase irmãos, e eu o irmão mais velho”, contou Larry.

“No verão a gente ia para as quadras de basquete com a família dele. Ficávamos dias inteiros jogando, não saíamos da quadra por nada. Eram tempos muito especiais. Desde aquela época a gente já sabia que o Dwayne era especial, mas não imaginávamos que ele ia chegar onde chegou. Foi muito bom ver um amigo tão próximo virar um astro da NBA”, completou.

Até os dias de hoje, quando existem oportunidades, eles não deixam de se falar e se encontrar para reviver os velhos tempos das famílias. “Não nos falamos todo dia, até falo mais com o irmão dele, mas sempre que dá trocamos mensagens, nos falamos e até marcamos de fazer algo junto em família”, disse o Alienígena.

Há três anos, Larry participou de uma quadro patrocinado especial do NBB com a Avianca, nossa antiga patrocinadora, em que fez uma surpresa para seu filho Josh em um jogo do Chicago Bulls, onde encontrou com Dwayne Wade. Ficou curios@? Vem aqui.

“Brasileirizado”

Depois de sair dos Estados Unidos em 2005, Larry jogou no México e na Venezuela antes de desembarcar no Brasil em 2008 para a disputa da primeira edição do NBB pelo Bauru. Mas o que ele encontrou de cara não era bem o esperado…

“Bauru não era nada do que eu pensava do Brasil (risos). O que eu conhecia daqui eram praias, Rio de Janeiro, Carnaval… Até o Ja Rule já fez um clip de rap no Rio de Janeiro. Aí cheguei em Bauru e era algo completamente diferente (risos), mas gostei logo de cara, desde o primeiro dia me senti em casa”, falou Larry.

Ali era o início de um processo de, digamos, “brasileirização”. Se é que existe essa palavra. Mas se não existia, Larry Taylor foi o precursor. Em quatro anos, já estava naturalizado brasileiro e jogando Olimpíada pela Seleção (Londres 2012). A partir de então, seu sangue ia ficando cada dia mais verde-amarelo, inclusive nas amizades.

Não é exagero nenhum dizer é um cara fantástico, fora do comum, um dos melhores companheiros de time que se pode ter. Até porque todo mundo que joga com ele diz isso. É sério, não há nenhum registro contrário a isso até os dias de hoje – e cá entre nós, acho que nem vai ter.

O Big Three começa com Shamell

Na live no Instagram do NBB, ele fez questão de destacar a parceria com os norte-americanos Shamell e Tyrone, que formaram um dos Big Three’s mais famosos da história da liga nacional em Mogi das Cruzes entre 2016 e 2019. No entanto, essa história começou lá em 2009, no primeiro contato com Shamell.

“Conheci o Shamell no meu primeiro ano no Brasil. Ele estava jogando em outro país naquela época, mas ele tinha voltado para passear no Brasil, já tinha seus filhos aqui. Aí conheci ele. No primeiro NBB ele jogou por Limeira, aí começamos a jogar contra. Eram muito bons nossos duelos. Sempre me disseram que o Shamell era o melhor americano do Brasil, então como sou competitivo eu queria ser melhor que ele. Tinha jogo que nós dois fazíamos 30 pontos, trocando cestas, defesas. Foi muito legal. Foi daí que viramos amigos e passamos a sair juntos sempre”, contou Larry.

Teve ainda aquele tempo de “paquera” entre eles. Um tentou levar o outro pro seu time, mas nunca dava certo…Eles foram até juntos no programa do Jô Soares!

Larry e Shamell foram juntos no programa do Jô Soares em 2013 (Reprodução/Instagram)

“Sempre sonhamos em jogar juntos um dia. Os anos foram passando e nunca dava certo. Tinha época que eu tentava trazer ele para Bauru, quase deu certo… Do mesmo jeito que teve uma vez eu quase fui jogar no Pinheiros, por pouco não aconteceu”, revelou o Alienígena.

Foi aí que, em 2016… deu match! A paquera entre Larry e Shamell finalmente deu resultado e os dois foram, enfim, jogar juntos. O local do primeiro encontro? Mogi das Cruzes. Mas quem diria que no meio desse “bromance” viria um outro brother no pacote? Pois é, esse foi Tyrone.

Triple Trouble!

Vindo do Palmeiras, o ala/pivô nascido na Flórida, todo cheio de marra, chegou para somar naquele poderoso elenco do Mogi que se formava. Dentro de quadra, o Big Three conquistou dois títulos (Paulista e Sul-Americana 2016) e um vice-campeonato do NBB. E mais: a idolatria da fanática população de Mogi.

Sem a bola laranja nas mãos, nenhum prêmio é capaz de mensurar essa parceria, que, tanto dentro quanto fora das quatro linhas, é realmente um “problema triplo” (em inglês, Triple Trouble)!

“Quando finalmente deu certo de jogarmos juntos em Mogi, nos juntamos ao Tyrone. Essa amizade, nossa… Esses caras são muito legais. Agora na quarentena, por exemplo, a gente se fala todo dia. Mas é todo dia mesmo, em um grupo de Whatsapp (risos)”, contou o brasileiro.

Larry, Shamell e Tyrone formaram um verdadeiro “Big Three” em Mogi (delima/dubem)

Como todo jogador, aquele videogame não pode faltar. Mas se engana quem pensa que o negócio deles é Fifa ou NBA 2K… Bons americanos que são (menos Larry, que fique claro), eles gostam mesmo é de NFL.

“Gostamos muito de futebol americano e por isso jogamos um jogo chamado Madden, da EA Sports. Antes dessa live, inclusive, estava jogando contra o Tyrone. Aliás, pode perguntar para ele quem ganhou. É claro que fui eu!”, brincou Larry. “Temos uma amizade muito grande e com certeza isso será para sempre”.

A música também é amiga

O papo na live mudou para a música. Nas horas vagas, Larry é rapper. Inclusive, chegou até a gravar música, clipe e até já cantou em uma Festa dos Melhores do Ano do NBB, na temporada 2014/2015.

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Be who you are!

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“Desde criança fui fã de música. Meu primeiro ídolo foi o Michael Jackson, via os clipes dele na MTV e gostava muito. Mas fui crescendo e comecei a gostar de rap. Um dos meus primeiros ídolos, curiosamente, foi o Will Smith, que antes de ser ator e fazer Um Maluco no Pedaço, foi rapper, com uns 16 ou 17 anos. Poucos sabem disso, mas ele me inspirou”, revelou Larry Taylor.

Atualmente, Larry até compôs e gravou uma música em um momento difícil de sua vida. O hit “Comeback” teve até clipe, gravado em um prédio abandonado em Bauru com a ajuda de uma amiga. Além do YouTube, o som também aparece no Spotify.

“Escrevi essa música dois dias depois que eu me machuquei no ano passado. Ela fala de voltar, retorno. E eu dizia que ia fazer meu ‘comeback’. O prédio em que gravei o clipe eu achei aqui em Bauru, dirigindo pela cidade um dia. Passei na frente, era um prédio abandonado, e falei com a minha amiga. Ela me ajudou a conseguir a liberação para gravar e assim conseguimos fazer”, contou.

Se liga também em “Be Who You Are”. Essa é PESADA!

O mais interessante é que Larry deu até uma palhinha da música na Live. Enquanto isso, seus parceiros Shamell (São Paulo), Tyrone e Gui Deodato (Minas) e Gustavo Basílio (Pato Basquete) brincavam e o estimulavam a cantar mais. Amigo também é para essas coisas, não é mesmo?

O quinteto dos parceiros

Já é tradição das lives no Instagram do NBB o entrevistado listar seu Top 5, seu quinteto ideal formado só por caras que já jogaram junto. Larry não titubeou e formou o seu.

“Eu armando, é claro, jogaria ao lado do Shamell de 2, Alex (Garcia) de 3, Tyrone na 4 e Hettsheimeir na 5. Esse time aí ganharia tudo e seria muito legal de jogar”, disse o Alienígena. Nossa, parando para pensar, imagina a resenha?

Falando nisso, Larry também respondeu sobre quem foi o cara mais difícil de se marcar em toda sua carreira no NBB. Essa resposta também estava na ponta da língua.

“Shamell, com certeza. Ele é o cara mais difícil de se marcar, pode pontuar de qualquer lugar da quadra, jogando de costas, tudo… Ele é o maior cestinha de todos os tempos do NBB e com certeza não sou só eu que acho ele o mais difícil de se marcar. Mas é ele”.

O sentido do esporte

Amizades, resenha, companheirismo, histórias. Que o mundo dos esportes, não só do basquete, tenha cada vez mais caras como Larry Taylor. Assim, sem dúvidas, teríamos muito mais histórias e bons exemplos como esses para mostrar.

Só podemos dizer que nós do NBB e o basquete brasileiro temos a sorte de ter um cara como ele vestindo nossa camisa, literalmente de corpo e alma, mostrando que esporte não é só feito de resultados, mas também de grandes amizades.

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos e VivaGol e o apoio da Pátria Amada Brasil – Governo Federal.