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Último adeus
Por Liga Nacional de Basquete
Companheiros de conquistas, amigos e familiares se despediram de Amaury Pasos em cerimônia realizada nesta quinta-feira (12/12), em São Paulo
Companheiros de conquistas, amigos e familiares se despediram de Amaury Pasos nesta quinta-feira (12/12), em cerimônia realizada no bairro da Bela Vista, na região central de São Paulo. O bicampeão mundial e duas vezes medalhista olímpico de bronze morreu aos 89 anos, deixando um enorme legado para o basquete brasileiro. Ex-jogadores como Jatyr Schall, Victor Mirshauswka, Pecente, Urbano e Dodi, que foram contemporâneos, companheiros em clubes e na seleção brasileira, compareceram para prestar uma última homenagem.
“Lembro muito de admirar o Amaury, porque ele se tornou campeão muito antes de mim, pude conhecê-lo no Tietê, quando eu estava no juvenil e ele no adulto. Depois fomos juntos para o Sírio, que se tornou o time mais forte do Estado de São Paulo naquela década de 1960. Depois ele foi para o Corinthians e eu para o Palmeiras”, relembrou Victor Mirshauswka, que foi campeão do mundo em 1963 e medalha de bronze nos Jogos de Tóquio, em 1964. “Jogamos juntos na seleção por muito tempo. Aliás, ele foi meu companheiro quase que em 90% do tempo nas concentrações. São grandes lembranças, muitos aprendizados, fomos muito competitivos, sempre brigando para ver quem seria o cestinha “, completou.
Entre os ex-jogadores que foram impactados pelas conquistas daquela geração, Cadum Guimarães, campeão pan-americano em 1987 na equipe que tinha Oscar e Marcel, lembrou com carinho do período em que foi treinado por Amaury Pasos no Monte Líbano. Eles foram campeões nacionais juntos. “Para mim, particularmente, ele foi meu treinador nos primeiros anos de categoria adulta e me preparou para exercer essa profissão de jogador de basquete. Sempre tive contato com ele, algumas vezes trabalhando também como comentarista, o convidei para estar ao meu lado. Tenho certeza que muito do que eu fui como jogador de basquete e o que eu sou hoje como homem, de caráter, de pessoa, devo muito ao Amaury. Ele tem uma parcela enorme de contribuição no meu crescimento, na minha vida toda. Lamentei muito hoje essa partida dele, mas tenho certeza que ele está em um lugar legal e sabe que foi um exemplo para tantas pessoas”, afirmou.
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O filho, que leva o nome do pai, enalteceu tudo que ele fez pelo basquete. “O Brasil perdeu não só um grande jogador de basquete, mas um grande atleta. Ele teve uma formação muito diversificada no esporte. Na Argentina, ele competiu em natação e atletismo e teve chance de jogar na seleção brasileira de vôlei. Era uma atleta com complexão física privilegiada, um nível técnico absurdo. E que colocou o Brasil nos pódios do mundo inteiro, conquistaram coisas únicas até hoje. O Brasil tem três medalhas de basquete olímpicas e, em duas, ele participou. O Alexander Gomelsky, técnico da União Soviética, fez uma menção de reverência ao meu pai por tudo que ele fez naquele jogo. Tem histórias infindáveis da vida dele, de tudo que ele conquistou. É uma projeção internacional, colocou o Brasil em evidência no mundo todo”, afirmou Amaury Pasos Junior.
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“A família tem muito orgulho disso, mais acima de tudo, ele foi um pai maravilhoso, com um coração generoso, uma inspiração monumental para todos nós. A lição de vida, tudo o que você precisa fazer para ser um atleta desse nível, o comprometimento, dedicação, esforço, superação. São tantas ações que eu não sei nem nomear aqui. E o senso de humor maravilhoso, uma pessoa agradável de conviver. Me deixa muita saudade”, completou o filho, emocionado.
Alguns clubes, como Corinthians, Sírio, onde foi ídolo, Paulistano, onde jogou vôlei, e Pinheiros também prestaram sua homenagem durante o velório que começou na manhã desta quinta-feira (12/12) e terminou por volta das 17h, quando um cortejo seguiu para o crematório da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo.