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Rio 2016

#ConheçaOAdversário – Argentina

03-08-2016 | 05:54
Por Liga Nacional de Basquete

Rival histórica e quarta adversária da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Argentina é personagem da série #ConheçaOAdversário

Seleção argentina

Maior rival da Seleção Brasileira, Argentina é quarta adversária no caminho brasileiro nos Jogos Olímpicos de 2016 (Etzel Espinosa/FIBA Americas)

A partida de maior rivalidade do basquete sul-americano já tem data marcada para a Olimpíada do Rio de Janeiro. No dia 13 de agosto (sábado), Brasil e Argentina se enfrentam na Arena Carioca 1, em uma provável disputa direta por melhores posições no Grupo B da competição. Possivelmente eu seus últimos Jogos Olímpicos, Ginobili, Delfino, Nocioni e Scola, todos medalha de ouro nas Olimpíadas de 2004, pretendem voltar ao pódio da competição, após o quarto lugar em Londres, 2012.

Presente nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos, a geração mais vitoriosa da história do basquetebol argentino jamais ficou de fora das semifinais da competição. Nas Olimpíadas de Londres, em 2012, a Argentina eliminou justamente a Seleção Brasileira para alcançar a vaga entre os quatro melhores daquele ano. Na sequência foram derrotados pelos Estados Unidos, que viria a ganhar o ouro consequentemente, por 109 a 83, e pela Rússia, por 81 a 77, na disputa pelo bronze.

O confronto em Londres entre brasileiros e argentinos não foi o único de importância neste século. De 2001 para cá, as seleções se enfrentaram 14 vezes em jogos válidos pela Copa América, Campeonato Mundial ou Jogos Olímpicos, com dez vitórias da Argentina e quatro do Brasil. Confira os números de alguns dos principais duelos entre os países:

2002 – Campeonato Mundial

Quartas de final – Brasil 67 x 78 Argentina – Indianapolis (EUA)
BRA – Vanderlei Mazzuchini – 20 pontos, dois rebotes e uma assistência
BRA – Marcelinho Machado – 14 pontos, cinco rebotes e duas assistências
ARG – Manu Ginobili – 19 pontos, sete rebotes e cinco assistências
ARG – Fabricio Oberto – 19 pontos, oito rebotes e três assistências

Derrota eliminou a Seleção Brasileira do Campeonato Mundial de 2002.

2003 – Copa América

Segunda fase – Argentina 76 x 74 Brasil – San Juan (PRI)
ARG – Fabricio Oberto – 14 pontos, seis rebotes e quatro assistências
ARG – Andrés Nocioni – 14 pontos, três rebotes e duas assistências
BRA – Anderson Varejão – 16 pontos, oito rebotes e duas assistências
BRA – Leandrinho Barbosa – 15 pontos, três rebotes e duas assistências

Derrota foi crucial para a não classificação da Seleção Brasileira à fase semifinal e consequentemente aos Jogos Olímpicos de Atenas, de 2004.

2007 – Copa América

Semifinal – Argentina 91 x 80 Brasil – Las Vegas (EUA)
ARG – Luis Scola – 27 pontos, nove rebotes e duas assistências
ARG – Pablo Prigioni – 14 pontos, três rebotes e cinco assistências
BRA – Alex Garcia – 16 pontos e três rebotes
BRA – Leandrinho Barbosa – 16 pontos, um rebote e três assistências

Derrota eliminou a Seleção Brasileira da Copa América de 2007 e consequentemente a não classificação aos Jogos Olímpicos de Pequim, de 2008.

2010 – Campeonato Mundial

Oitavas de final – Argentina 93 x 89 Brasil – Istambul (TUR)
ARG – Luis Scola – 37 pontos, nove rebotes e três assistências
ARG – Carlos Delfino – 20 pontos, três rebotes e duas assistências
BRA – Marcelinho Huertas – 32 pontos, dois rebotes e duas assistências
BRA – Leandrinho Barbosa – 20 pontos e duas assistências

Derrota eliminou a Seleção Brasileira do Campeonato Mundial de 2010.

2011 – Copa América

Segunda fase – Brasil 73 x 71 Argentina – Mar del Plata (ARG)
BRA – Rafael Hettsheimeir – 19 pontos e oito rebotes
BRA – Marcelinho Huertas – 17 pontos, três rebotes e duas assistências
ARG – Luis Scola – 24 pontos, 11 rebotes e três assistências
ARG – Manu Ginobili – 14 pontos, três rebotes e uma assistência

Vitória foi crucial na classificação da Seleção Brasileira às semifinais da Copa América de 2011 e consequentemente aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

2012 – Jogos Olímpicos

Quartas de final – Brasil 77 x 82 Argentina – Pequim (CHN)
BRA – Marcelinho Huertas – 22 pontos e cinco assistências
BRA – Leandrinho Barbosa – 22 pontos e um rebote
ARG – Luis Scola – 17 pontos e quatro rebotes
ARG – Manu Ginobili – 16 pontos, oito rebotes e três assistências

Derrota eliminou a Seleção Brasileira dos Jogos Olímpicos de 2012.

2014 – Campeonato Mundial

Oitavas de final – Brasil 85 x 66 Argentina – Madrid (ESP)
BRA – Raulzinho Neto – 21 pontos, um rebote e duas assistências
BRA – Marquinhos Vieira – 13 pontos, oito rebotes e uma assistência
ARG – Pablo Prigioni – 18 pontos, quatro rebotes e três assitências
ARG – Facundo Campazzo – 11 pontos, um rebote e uma assistência

Vitória classificou a Seleção Brasileira às quartas de final do Campeonato Mundial de 2014.

Seleção argentina

Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, a Argentina eliminou a Seleção Brasileira, nas quartas de final (Gaspar Nobrega/Gazeta Press)

História recente

O ciclo olímpico argentino começou na Copa América de 2013, disputada em Caracas (VEN). Na primeira fase, a seleção argentina venceu Paraguai (95 a 60), Venezuela (77 a 71) e México (98 a 78), e foi derrotada apenas pela República Dominicana (91 a 72), terminando em primeiro lugar de seu grupo. Já na fase seguinte os argentinos bateram o Uruguai (89 a 63) e Canadá (73 a 69), e perderam para Porto Rico (94 a 80) e Jamaica (81 a 75), fechando a segunda etapa na quarta colocação. Com isso, os “Hermanos” encararam o México na semifinal e acabaram eliminados, na derrota, por 76 a 70. O time encerrou sua participação com o triunfo sobre os dominicanos, por 103 a 93, na terceira colocação.

Na sequência, a seleção argentina foi à Espanha para a disputa do Campeonato Mundial de 2014. Na primeira fase, os argentinos terminaram na terceira colocação de seu grupo, ao vencer Porto Rico (98 a 75), Filipinas (85 a 81) e Senegal (81 a 46), e serem derrotados por Croácia (90 a 85) e Grécia (79 a 71). Com isso, a Argentina encarou o Brasil nas oitavas de final e foi eliminada, por 85 a 66, terminando a competição em 11º lugar, pior colocação da seleção desde 1986.

Com a performance ruim no Campeonato Mundial, os argentinos foram à Copa América de 2015, no México, pressionados pela classificação aos Jogos Olímpicos de 2016. A primeira fase da seleção foi perfeita, nenhuma derrota e vitórias sobre Porto Rico (91 a 86), Canadá (94 a 87), com direito a 35 pontos e 13 rebotes de Scola, Cuba (96 a 64) e Venezuela (77 a 68). Na segunda fase, a Argentina fez mais quatro partidas, com triunfos sobre Uruguai (90 a 87), Panamá (84 a 57) e República Dominicana (92 a 84), e sua primeira derrota na competição, para o México, por 95 a 83. A decisão por uma das vagas ao Rio de Janeiro aconteceu na semifinal, em outro confronto diante dos anfitriões mexicanos, em que a seleção argentina venceu, por 78 a 70. Com a classificação assegurada, os comandados de Sergio Hernández enfrentaram a Venezuela na final e ficaram com a medalha de prata, ao perder por 76 a 71.

Principais nomes

MVP das Finais do NBB CAIXA 2014/2015 com o CR Flamengo, Nicolás Laprovíttola defende atualmente o Movistar Estudiantes (ESP), que disputa a Liga ACB. Aos 26 anos idade, o armador caminha para seu primeiro Jogos Olímpicos e deve disputar a titularidade em sua posição com Facundo Campazzo. Nas duas temporadas esteve no rubro-negro carioca, o atleta conquistou o bicampeonato do maior campeonato nacional de basquete (2013/2014 e 2014/2015) e o título da Copa Intercontinental de 2014, com direito ao prêmio de MVP da competição. Após sair do Fla, o jogador teve curta passagem pelo Lietuvos Rytas (LTU) até chegar à equipe espanhola que atua até hoje.

Manu Ginobili

Quatro vezes campeão da NBA, Manu Ginobili vai ao Rio de Janeiro em busca de levar a seleção argentina de volta ao pódio (Divulgação)

O principal nome da história do basquetebol argentino estará no Rio de Janeiro para o seu quarto Jogos Olímpicos. Aos 39 anos de idade, Manu Ginóbili acumula conquistas com a seleção argentina e com as equipes que passou. Defendendo o país, o ala/armador foi ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e bronze em Londres, 2012, além da segunda colocação no Campeonato Mundial de 2002, nos Estados Unidos, e dois títulos da Copa América (2001 e 2011). Já pelos clubes são quatro títulos da NBA, com o San Antonio Spurs (2003, 2005, 2007 e 2014), e um título da Euroleague e da Liga Italiana, com o Virtus Bologna (ambos em 2001). O atleta ainda acumula conquistas individuais, como as duas eleições ao All-Star Game da NBA (2005 e 2011), um prêmio de Sexto Homem do Ano da NBA (2008), um MVP das Finais da Euroleague (2001) e dois MVP da Liga Italiana (2001 e 2002).

Mesmo sem atuar desde 2013, Carlos Delfino voltou à seleção argentina para disputar as Olimpíadas de 2016. Com uma lesão que o tirou da temporada 2013/2014 da NBA, o ala foi trocado para o Los Angeles Clippers, mas acabou não acertando questões salariais com o time californiano e decidiu não seguir jogando, por motivos que não declarou. Recrutado em 2003, pelo Detroit Pistons, o atleta só foi atuar na liga norte-americana em 2004 e jogou lá por oito temporadas, com passagens pelo próprio Pistons, Toronto Raptors, Milwaukee Bucks e Houston Rockets. O jogador também esteve presente nos últimos três Jogos Olímpicos, em que conquistou o ouro em Atenas 2004 e o bronze em Pequim 2008.

Também remanescente do ouro olímpico de 2004, Andrés Nocioni é outro nome muito experiente na seleção argentina. MVP da Liga ACB em 2004, com Tau Ceramica, o ala atuou na NBA por nove temporadas, sendo cinco com o Chicago Bulls (2004/2005 a 2008/2009), duas com o Sacramento Kings (2008/2009 e 2009/2010) e Philadelphia 76ers (2010/2011 e 2011/2012). Após o tempo na liga norte-americana, o atleta voltou a atuar no basquetebol argentino, por um ano, pelo Peñarol de Mar del Plata. Depois, o jogador seguiu para o Laboral Kutxa Baskonia, da Espanha (de 2012 a 2014), e Real Madrid, time que defende atualmente. Na equipe da capital espanhola, Nocioni conquistou duas vezes a Liga ACB (2015 e 2016), a Euroleague (2015), em que foi MVP das Finais, e Copa Intercontinental (2015), diante do Bauru Basket.

O outro campeão olímpico, em 2004, que estará presente no Rio de Janeiro é Luis Scola. O “carrasco” brasileiro é mais um com muita experiência dentro da seleção argentina e da NBA. MVP da Liga ACB, em 2005 e 2007, o ala/pivô seguiu para o Houston Rockets na temporada 2007/2008 e está presente na liga norte-americana até hoje, com passagens também pelo Phoenix Suns, Indiana Pacers, Toronto Raptors e agora Brooklyn Nets, onde vai estar na edição de 2016/2017 da competição. Além dos pódios com a Argentina, como o ouro (em Atenas 2004), o bronze (em Pequim 2002) e a prata (Campeonato Mundial de 2002), o atleta tem os prêmios individuais de MVP da Copa América, em 2007, 2009, 2011 e 2015.

Luis Scola

Um dos quatro remanescentes do ouro olímpico de Atenas 2004, Luis Scola vem ao Rio de Janeiro para seu quarto Jogos Olímpicos (Divulgação)

Convocação completa da seleção argentina para as Olimpíadas:

Facundo Campazzo – Armador – UCAM Murcia (ESP) – 25 anos
Nicolás Laprovíttola – Armador – Movistar Estudiantes (ESP) – 26 anos
Carlos Delfino – Ala/armador – Sem time – 33 anos
Manu Ginóbili – Ala/armador – San Antonio Spurs (EUA) – 39 anos
Nicolás Brussino – Ala/armador – Dallas Mavericks (EUA) – 23 anos
Andrés Nocioni – Ala – Real Madrid (ESP) – 36 anos
Gabriel Deck – Ala – Quimsa (ARG) – 21 anos
Patricio Garino – Ala – San Antonio Spurs (EUA) – 23 anos
Leonardo Mainoldi – Ala/pivô – Gimnasia Indalo (ARG) – 31 anos
Luis Scola – Ala/pivô – Brooklyn Nets (EUA) – 36 anos
Marcos Delía – Pivô – Obras Sanitarias (ARG) – 24 anos
Roberto Acuña – Pivô – Peñarol de Mar del Plata (ARG) – 25 anos