#ConheçaOAdversário – Nigéria

Campeã africana de 2015, Nigéria disputará sua segunda Olimpíada consecutiva, no Rio de Janeiro (FIBA/Divulgação)

Com sua geração mais vitoriosa em toda história, seleção nigeriana embarca para o Rio de Janeiro para seu segundo Jogos Olímpicos consecutivo. Desfalcada de seus principais jogadores, a atual campeã africana será a última adversária do Brasil antes da fase de grupos. Mesmo com as ausências, os nigerianos prometem exigir muito fisicamente de todos os adversários.

Às vésperas das Olímpiadas do Rio de Janeiro, o técnico William Voigt perdeu Al-Farouq Aminu, Festus Ezeli, ambos do Portland Trail Blazers (NBA), e Ekpe Udoh, do Fenerbahçe (TUR), por problemas dos jogadores com a Federação Nigeriana de Basquete. Mesmo assim, os nigerianos buscam surpreender em um grupo fortíssimo e quem sabe conseguir avançar ao mata-mata.

História recente

Surpreender não é novidade para a seleção nigeriana. Segunda colocada no Campeonato Africano de 2011, a Nigéria conquistou sua vaga aos Jogos Olímpicos de Pequim, de 2012, de forma histórica, no Pré-Olímpico Mundial de 2012, na Venezuela. A primeira grande vitória veio na primeira fase. Depois de perder para os anfitriões no jogo de estreia, por 71 a 69, os nigerianos bateram a Lituânia, por 86 a 80, e conseguiram avançar ao mata-mata. Nas quartas de final, a seleção eliminou outro fortíssimo europeu, ao bater a Grécia, por 80 a 79. Após serem derrotados pela Rússia na semifinal, por 85 a 77, os nigerianos alcançaram a classificação as Olímpiadas ao vencer a República Dominicana, por 88 a 73.

Em sua estreia dentro do basquete olímpico, a seleção nigeriana fez bonito e venceu a Tunísia, por 60 a 56. Infelizmente para os nigerianos, a equipe não voltou a vencer nas Olimpíadas de 2012, com derrotadas para Lituânia (72 a 53), Estados Unidos (156 a 73), Argentina (93 a 79) e França (79 a 73), e terminaram na décima colocação da competição. Os 156 pontos alcançados pelos americanos se tornaram recorde em uma partida de Jogos Olímpicos, superando os 138 do Brasil diante do Egito, em 1988.

Nos Jogos Olímpicos de 2012, a Nigéria venceu um jogo e foi derrotada em quatro, um diante da seleção norte-americana (Charles Krupa/AP Photo)

Na sequência, a seleção nigeriana foi disputar o Campeonato Africano de 2013, na Costa do Marfim. A primeira fase foi muito positiva para a Nigéria, com vitórias sobre Mali (74 a 59), Congo (93 a 75) e Camarões (91 a 84), e o primeiro lugar do Grupo D. No mata-mata, os nigerianos eliminaram a República Centro-Africana, por 112 a 75, mas acabaram parando nas quartas de final, ao perder para Senegal, por 64 a 63, e terminar na sétima colocação, adiando o sonho do título por mais dois anos.

Com o desempenho no Campeonato Africano, a seleção nigeriana não se classificou ao Campeonato Mundial de 2014, na Espanha. Com isso, o próximo compromisso dos selecionáveis foi novamente na competição continental, em 2015, disputada na Tunísia. Desta vez, os nigerianos tiveram duas vitórias, República Centro-Africana (88 a 63) e Uganda (98 a 59), e uma derrota, Tunísia (70 a 59), terminando em segundo lugar em seu grupo. No mata-mata, a Nigéria eliminou Moçambique (83 a 47), Gabão (88 a 64) e o algoz de 2013, Senegal, por 88 a 79, na prorrogação, para chegar até a decisão. Na final os nigerianos bateram a atual campeã, Angola, por 74 a 65, com grande atuação de Chamberlain Oguchi (19 pontos e sete rebotes), conquistando pela primeira vez em sua história o título africano e, com isso, a vaga para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Principais nomes

Armador Josh Akognon, da seleção nigeriana, teve uma curta passagem pela NBA, no Dallas Mavericks (Danny Bollinger/Getty Images)

Recém-contratado do Dinamo Sassari, da Itália, o armador Josh Akognon é um dos responsáveis por ditar o ritmo da seleção africana. Com 30 anos de idade, o atleta tem em seu histórico uma curtíssima passagem pela NBA. Após disputar uma edição da Summer League com o Sacramento Kings, o jogador foi contratado pelo Dallas Mavericks e fez apenas três atuações na equipe texana dentro da liga norte-americana. Akognon tem como destaque individual a temporada de 2009/2010, disputada com BC Kalev/Cramo, da Estônia, em que o armador foi cestinha da Liga Báltica.

O experiente Chamberlain Oguchi é outro nome fundamental para a seleção nigeriana. Com passagens por diversos países, o ala nigeriano defende atualmente o Anwil Wloclawek, da Polônia. O jogador tem como grande conquista individual o prêmio de MVP do Campeonato Africano de 2015, conquistado pela Nigéria, que deu ao país a classificação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Recém-recrutado pelo Detroit Pistons, Michael Gbinije é mais um nigeriano que estará na NBA na próxima temporada. Originalmente atleta de Duke, na NCAA, o ala se transferiu para Syracuse no meio de sua passagem pelo basquete universitário norte-americano. Após quatro temporadas lá, o atleta foi selecionado na 49ª posição do Draft de 2016, pelo Pistons.

Jogador mais famoso do grupo que virá ao Rio de Janeiro, Ike Diogu defende atualmente o Guangdong Southern Tigers, da China. Destaque em Arizona State, na NCAA, e recrutado na nona posição do Draft de 2005 da NBA, o ala/pivô não teve o sucesso esperado na liga norte-americana. Com passagens por Golden State Warriors, Indiana Pacers, Portland Trail Blazers, Sacramento Kings, Los Angeles Clippers e San Antonio Spurs, o jogador teve pouco espaço e sequência em todos os times e acabou indo atuar no basquetebol internacional, onde está desde 2012.

Outro jogador nigeriano com destaque internacional é Shane Lawal. Campeão da Liga Cazaque em 2014, com BC Astana, e da Liga Italiana em 2015, com o Dinamo Sassari, o pivô foi contrato pelo Barcelona no começo da última temporada. O jogador não conseguiu repetir o título nacional com a equipe espanhola e também perdeu certo espaço que teve nos times anteriores.

Provavelmente o jogador mais conhecido do grupo que vem ao Rio de Janeiro, Ike Diogu passou por seis equipes da NBA (Divulgação)

Convocação completa da seleção nigeriana para as Olimpíadas:

Ben Uzoh – Armador – Sem time – 28 anos
Josh Akognon – Armador – Dinamo Sassari (ITA) – 30 anos
Chamberlain Oguchi – Ala/armador – Anwil Wloclawek (POL) – 30 anos
Ebi Ere – Ala/armador – Capitanes de Arecibo (PRI) – 35 anos
Michael Gbinije – Ala/armador – Detroit Pistons (EUA) – 24 anos
Michael Umeh – Ala/armador – Ironi Nahariya (ISR) – 31 anos
Andy Ogide – Ala – Hapoel Migdal HaEmek (ISR) – 28 anos
Stan Okoye – Ala – Pallacanestro Trapani (ITA) – 25 anos
Ekene Ibekwe – Ala/pivô – CEZ Basketball Nymburk (CZE) – 31 anos
Ike Diogu – Ala/pivô – Guangdong Southern Tigers (CHN) – 32 anos
Alade Aminu – Pivô – Hapoel Eilat (ISR) – 28 anos
Shane Lawal – Pivô – Barcelona (ESP) – 29 anos