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Seleção Brasileira

#ConheçaOAdversário – Espanha

27-07-2016 | 04:15
Por Liga Nacional de Basquete

Na busca pelo tão sonhado ouro olímpico, a seleção espanhola é a segunda adversária do Brasil no Rio de Janeiro e personagem da série #ConheçaOAdversário

Seleção espanhola

Geração mais vitoriosa da história do basquetebol espanhol vêm ao Rio de Janeiro na busca pelo primeiro ouro olímpico (Ciamillo-Castoria/FIBA)

Segunda adversária da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016, a Espanha vem ao Rio de Janeiro almejando o inédito ouro olímpico. Após ser medalha de prata em 2008 e 2012, a geração mais vitoriosa da história do basquete espanhol quer coroar sua trajetória dez anos após o título mundial do Japão, sua maior conquista no esporte.

Apesar de não manter todo o grupo, a seleção espanhola têm seis jogadores campeões mundiais no Japão dentro do esquadrão que vem ao Rio de Janeiro. São eles: Sergio Rodríguez, José Calderón, Juan Carlos Navarro, Rudy Fernandez, Felipe Reyes e Pau Gasol. Dos países que disputaram a competição em 2006, os espanhóis são aqueles que mais mantiveram atletas dentro elenco. A Sérvia, por exemplo, não terá nenhum representante daquele campeonato nos Jogos Olímpicos de 2016.

Mesmo com a longa jornada traçada por grande parte dos jogadores da seleção, a Espanha terá uma baixa enorme para as Olimpíadas. O pivô Marc Gasol, que atua no Memphis Grizzlies (EUA), não conseguiu se recuperar da fratura sofrida no pé direito, no dia 08 de fevereiro deste ano, em confronto diante do Portland Trail Blazers. Com isso, o jogador, também campeão do mundo em 2006, foi cortado e ficará ausenta daquela que seria seu terceiro Jogos Olímpicos com a seleção espanhola.

História recente

A história da seleção espanhola de basquete foi de muitos altos e baixos até 1999. A brilhante campanha do país no Campeonato Europeu daquele ano (segundo colocado) mostrou a força que o esporte teria no século seguinte. De 1999 até hoje, a Espanha nunca mais ficou de fora de uma Olimpíada, sempre esteve entre os quatro melhores da Europa e os seis melhores do mundo nas competições.

A primeira grande conquista veio justamente em 2006. Na primeira fase, a seleção espanhola bateu todos os adversários com sobras e terminou em primeiro lugar de seu grupo. Para avançar a decisão, a Espanha passou por, nada mais nada menos, que Sérvia e Montenegro (87 a 75), Lituânia (89 a 67) e Argentina (75 a 74). Na grande final, os espanhóis contaram com grandes atuações de Navarro e Garbajosa e conquistaram o título, na vitória por 70 a 47, sobre a Grécia. Além do troféu coletivo, Pau Gasol foi eleito o MVP da competição, mesmo sem atuar na decisão (machucado) e fechou o mundial com chave de ouro.

Seleção espanhola

O primeiro grande título da história da seleção espanhola veio no Campeonato Mundial de 2006, no Japão, após bater a Grécia, por 70 a 47, na final (Divulgação)

Em 2007, a seleção espanhola sediou o Campeonato Europeu em seu país, disposta a manter a sequência vitoriosa. Nas duas primeiras fases, a equipe sofreu apenas uma derrota e conquistou vitórias importantes contra Grécia (76 a 58) e Rússia (79 a 70). No mata-mata, os espanhóis mantiveram a pegada e despacharam Alemanha (83 a 55) e Grécia (82 a 77), até enfrentarem novamente os russos, na final. Após um grande primeiro tempo espanhol, a Rússia reagiu na segunda metade e a três segundos do fim, perdendo por 59 a 58, converteu um arremesso de dois pontos, aplicando uma das piores derrotas da história da seleção espanhola.

Com os bons resultados recentes, a seleção espanhola chegou como uma das favoritas ao ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim. No mesmo grupo do novo “Dream Team” norte-americano, os espanhóis terminaram na segunda colocação, ao perder para os Estados Unidos, por 119 a 82, e vencer Grécia (81 a 66), China (85 a 75, na prorrogação), Alemanha (72 a 59) e Angola (98 a 50). No mata-mata, a equipe eliminou a Croácia, por 72 a 59, em grande atuação de Pau Gasol (20 pontos e dez rebotes), e Lituânia, por 91 a 86, com mais um grande jogo do pivô. Na decisão, a Espanha encarou novamente os americanos e teve uma atuação muito digna, na derrota, por 118 a 107, voltando ao pódio da competição após 24 anos.

Nos anos seguintes, a seleção espanhola conquistou seu primeiro e segundo título europeu (2009 e 2011) e terminou na sexta colocação do Campeonato Mundial de 2010, na Turquia. No Grupo B dos Jogos Olímpicos de Londres, os espanhóis iniciaram a primeira fase muito bem, com vitórias sobre China (97 a 81), Austrália (82 a 70) e Grã-Bretanha (79 a 78), mas acabaram tropeçando nos dois jogos finais, diante de Rússia (77 a 74) e Brasil (88 a 82). No mata-mata, a Espanha repetiu a final do europeu de 2011 e bateu a França, por 66 a 59, e depois se vingou da derrota para os russos em 2007, com vitória por 67 a 59. Na disputa pelo ouro, mais uma vez a equipe fez um jogo de igual para igual com os Estados Unidos, mas não foi suficiente e acabaram perdendo, por 107 a 100.

Após os Jogos Olímpicos de Londres, a seleção espanhola ficou com o bronze no Campeonato Europeu de 2013 e parou nas quartas de final no Campeonato Mundial de 2014, em casa, em derrota para os franceses, por 65 a 52. A vaga para o Rio de Janeiro veio na disputa do Europeu de 2015, na França. Depois de bater Polônia (80 a 66) e Grécia (73 a 71), os espanhóis cravaram sua participação nos Jogos Olímpicos de 2016 com vitória sobre os anfitriões, por 80 a 75, na prorrogação, em atuação grandiosa de Pau Gasol (40 pontos e 11 rebotes). Na final, a Espanha superou a Lituânia, por 80 a 63, e conquistou a Europa pela terceira vez em seis anos.

Principais nomes

Ricky Rubio, da seleção espanhola

Há cinco temporadas na NBA, o armador Ricky Rubio ditará o ritmo da seleção espanhola dentro de quadra (Divulgação)

Há cinco temporadas na NBA, o armador Ricky Rubio será o responsável por ditar o ritmo espanhol dentro de quadra. Recrutado para liga norte-americana aos 18 anos de idade, o atleta só desembarcou no Minnesota Timberwolves aos 21 e já chegou causando ótima impressão. Apesar das diversas lesões sofridas pelo jogador, Rubio se manteve muito regular dentro de quadra, com médias de pontos, assistências e roubos de bola muito parecidas ao longo de cada ano.

Não há como não ligar a história recente do basquetebol espanhol à Juan Carlos Navarro. Com uma breve passagem pela NBA, na temporada 2007/2008, o maior ídolo da história do Barcelona atuou todo resto de sua carreira no clube espanhol. Lá, o ala/armador acumula diversos recordes, conquistas coletivas e individuais, com destaque para: Dois títulos da Euroleague, oito títulos da Liga ACB e os prêmios de MVP da Euroleague, do Final Four da Euroleague, da Liga ACB e três vezes das Finais da Liga ACB.

Aos 31 anos de idade, um dos maiores nomes da seleção espanhola é Rudy Fernández. Peça chave do Real Madrid, o ala de 1,98m de altura teve uma passagem muito satisfatória pela NBA.  Em três temporadas com o Portland Trail Blazers e uma com o Denver Nuggets, Rudy sempre foi um reserva importante, tendo médias superiores a 20 minutos por partida. Na Europa, o jogador conquistou três vezes a Liga ACB e uma vez a Euroleague (todas com o Real Madrid).

Com duas temporadas de experiência na NBA, Nikola Mirotic vem ganhando mais espaço a cada ano no Chicago Bulls. MVP da Liga ACB em 2013, o ala/pivô já chegou aos Estados Unidos pronto para cavar o seu espaço. Em sua temporada de estreia, o jogador foi ganhando minutos a cada jogo e terminou dentro do primeiro time de calouros da liga (NBA All-Rookie First Team). Em sua segunda edição dentro da NBA, o atleta foi titular em 38 dos 66 jogos que realizou e aumentou sua produção, com médias de 11,8 pontos, 5,5 rebotes e 39,0% de aproveitamento nos arremessos de 3 pontos.

Maior nome e ícone da história do basquetebol espanhol, Pau Gasol, que acabou de assinar contrato com o San Antonio Spurs, vai para sua quarta Olimpíada aos 36 anos de idade. Na NBA desde 2001, o pivô foi recrutado pelo Memphis Grizzlies, time em que atuou até metade da temporada de 2007/2008. Trocado para o Los Angeles Lakers, o atleta foi um dos responsáveis pela mudança de patamar do time californiano na época. Fora das Finais da NBA desde 2004, a equipe voltou à decisão três vezes seguidas, com direito a dois títulos (2008/2009 e 2009/2010). Depois de certo desgaste no Lakers, o atleta seguiu para o Chicago Bulls, onde atuou nas últimas duas edições da liga norte-americana.

Pau Gasol

Bicampeão da NBA, Pau Gasol é o maior nome e ícone da história do basquetebol espanhol (Divulgação/NBA)

Convocação completa da seleção espanhola para as Olimpíadas:

José Calderón – Armador – Los Angeles Lakers (EUA) – 34 anos
Ricky Rubio – Armador – Minnesota Timberwolves (EUA) – 25 anos
Sergio Rodríguez – Armador – Philadelphia 76ers (EUA) – 30 anos
Juan Carlos Navarro – Ala/armador – Barcelona (ESP) – 36 anos
Sergio Llull – Ala/armador – Real Madrid (ESP) – 28 anos
Rudy Fernández – Ala – Real Madrid (ESP) – 31 anos
Fernando San Emeterio – Ala – Valencia Basket (ESP) – 32 anos
Nikola Mirotic – Ala/pivô – Chicago Bulls (EUA) – 25 anos
Felipe Reyes – Ala/pivô – Real Madrid (ESP) – 36 anos
Victor Claver – Ala/pivô – Barcelona (ESP) – 27 anos
Willy Hernangómez – Ala/pivô – New York Knicks (EUA) – 22 anos
Pau Gasol – Pivô – San Antonio Spurs (EUA) – 36 anos