HOJE
Contratudoe todos
Por Douglas Carraretto
“Novo” Bauru se reinventa com perdas no elenco, usa defesa como arma e conquista classificação histórica à semifinal: "superação muito grande"
Quem viu o Gocil/Bauru Basket semifinalista das duas últimas temporadas pode sentir uma diferença grande em relação à característica da equipe. Mas no final, o gostinho foi o mesmo: classificação à semifinal pelo terceiro ano consecutivo.
Mesmo diante de perdas e novas dificuldades enfrentadas ao longo da temporada, a equipe soube se superar e se reinventar para passar por cima de todas as adversidades e garantir um lugar entre os quatro primeiros colocados do NBB CAIXA, com direito a virada espetacular na série contra o UniCEUB/BRBCARD/Brasília.
“Atravessamos muitas dificuldades em relação à montagem da equipe, perda de jogadores. Foi difícil conseguir dar um padrão para a equipe, que foi mudando ao longo da temporada, isso é complicado. Mas os jogadores tiveram uma determinação muito grande, mostramos superação muito grande em reverter um playoff desse, em que começamos perdendo em casa. Isso mostra que a equipe está amadurecendo e crescendo no momento certo. Cada passo nos dá uma força maior para termos vitórias como essa”, declarou o técnico Demétrius Ferracciú.
Em relação à temporada passada, parte do “poder de fogo” ofensivo do Dragão foi embora: Ricardo Fischer, hoje no Flamengo, Robert Day, aposentado, e Rafael Hettsheimeir, que deixou o elenco bauruense no meio da atual edição do NBB CAIXA e partiu para o Fuenlabrada (ESP), foram as baixas na equipe. No entanto, os substitutos deram conta do recado, mas de um jeitinho diferente.
Gegê, Valtinho, Gui Deodato e Shilton foram contratados no início da temporada para suprir as ausências das grandes estrelas que partiram e deram uma nova cara ao time, uma cara de defesa. Diante do “novo” elenco, o técnico Demétrius mudou a característica por total e passou a apostar na marcação como maior arma.
A nova estratégia deu muito certo, e o Bauru tem nada menos que a segunda melhor defesa do NBB CAIXA, com média de 75,23 pontos sofridos por partida. Ainda por cima, na série com Brasília, a equipe limitou o ataque candango, um dos melhores da competição, a menos de 80 pontos em todas as três vitórias.
“Mudamos a característica do time. Tínhamos a parte ofensiva muito forte, mas pecávamos na parte defensiva. Mudamos nosso estilo, a adaptação foi rápida. Logo que o Rafa (Hettsheimeir) saiu ganhamos oito jogos seguidos, o time assimilou muito rápido essa deficiência. Fomos mudando, pegando a cara nova, um jeito novo de jogar, cada um explorando seu melhor”, comentou Jefferson.
Os momentos de superação ainda envolvem novos “heróis”. Caso de Gabriel Jaú. O ala/pivô de apenas 17 anos cresceu na série quartas de final contra o Brasília e teve atuações importantíssimas, como no Jogo 2 na capital federal, em que fez 17 pontos em 18 minutos em quadra. No duelo seguinte, também no Distrito Federal, apareceu muito bem em momentos cruciais da partida e fez oito pontos. Já na partida que fechou a série, no Panela de Pressão, foram seis pontos e oito rebotes.
Outro atleta vindo do banco que fez total diferença foi Gui Deodato. Criado e revelado no Bauru, o ala de 26 anos teve participação fundamental no Jogo 2, em que fez 19 pontos, e ainda fechou a série com chave de ouro ao matar a bola de 3 que praticamente assegurou o triunfo no Jogo 4 no Panela de Pressão e consequentemente a vaga nas semifinais.
“Os garotos também ajudam muito bem. O Jaú fez grande diferença na série. A gente sabe que em playoff equilibrado quem vem do banco faz a diferença. Os cinco titulares todos sabem o que vão fazer, mas quem fez a diferença foi quem veio do banco, tanto o Gui (Deodato) quando o Jaú. Vamos continuar dando forças para esses garotos e para quem vem do banco, porque quem já chegou longe sabe que isso faz a diferença”, concluiu Jefferson.
Com a classificação, o Bauru chegou às semifinais pela terceira temporada consecutiva, a quarta em toda a história do NBB CAIXA. O time bauruense realizou um feito que só havia acontecido cinco vezes em 32 séries de quartas de final na história da competição, que é avançar à semi sem ter o mando de quadra.
“É uma confiança com os pés no chão. Esse playoff é difícil, o tempo inteiro tivemos que provar muitas coisas. A equipe é madura e sabe sair de situações adversas e isso vai nos dando uma credibilidade para jogar uma semifinal mais confiantes”, finalizou o técnico Demétrius Ferracciú.
O adversário na próxima fase será o vencedor da série entre Flamengo e EC Pinheiros, que está 2 a 1 para a equipe rubro-negra. O Jogo 4 será nesta segunda-feira (01/05), em São Paulo (SP), às 19 horas, com transmissão ao vivo dos canais SporTV.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.