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A história do basquete em Mogi das Cruzes é bem antiga, desde o século passado. O primeiro time da cidade foi montado em 1995 e contou com nomes de peso nos primeiros anos como Ratto, Espiga, Chuí, Danilo Castro e Paulinho Villas Boas, além dos treinadores Cláudio Mortari e Nilo Guimarães (primeiro mogiano a disputar uma Olimpíada).

Em 2003, um novo capítulo dessa história foi escrito. O basquete mogiano fez uma parceria com um dos maiores clubes do país, formando o Corinthians/Mogi. A união entre as partes resultou em uma forte equipe, com mescla de jovens promissores e nomes já reconhecidos no país.

Olha só algumas das feras que já vestiram as cores do Corinthians/Mogi: os armadores Fúlvio (hoje no time mogiano) e Paulinho Boracini (atualmente no Botafogo), o ala Marquinhos (Flamengo), o pivô Murilo (São Paulo), Dedé Barbosa (hoje treinador do Pato Basquete), Demétrius Ferracciú (treinador do Sendi/Bauru Basket), além dos ex-jogadores Alírio, Josuel, Farofa, entre outros.

“Esse time do Corinthians/Mogi na época foi um dos grandes projetos que já teve. Lembro que o ginásio fica perto da estação de trem e descia muito torcedor em dia de jogo para nos assistir. Foi bem legal, tínhamos muitos jogadores de Seleção Brasileira e novos talentos. Era um timaço. O projeto começou com o Edvar Simões de técnico, foi um dos melhores times que já joguei para aprender, eu era bem novo e tinha muito cara com bagagem, já consagrados. Depois o Marquinhos também chegou, veio da Europa. Fizemos grandes jogos”, contou Paulinho Boracini.

 

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#tbt 2004 mais uma do ✖! Quem lembra desse jogo? #boracini9

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Os resultados dessa equipe foram bons, mesmo sem conseguir títulos expressivos. No Campeonato Paulista de 2003, o time mogiano chegou até a final, mas perdeu para uma das potências da época, o COC de Ribeirão Preto, que revelou para o basquete brasileiro futuras estrelas como Alex Garcia, Nezinho e Arthur.

No ano seguinte (2004), a equipe se reforçou com as chegadas de Marquinhos e Demétrius e fez bonito no Campeonato Brasileiro. O time do Alto Tietê só foi parado nas semifinais, contra o forte time de Uberlândia, que acabou se tornando campeão daquela edição.

“No meio do playoff contra o Uberlândia, que acabamos perdendo por 3 x 1, o Marquinhos teve que sair e o time estava encaixado com ele. Ele foi participar da Summer League na NBA, que até chegou a jogar por lá depois, então meio que deu uma quebrada no time, que estava jogando muito bem e em ascensão. Acho que isso foi um pouco determinante para não termos conseguido a vaga na final daquele campeonato”, afirmou Dedé Barbosa, ex-jogador e atual treinador do Pato Basquete.

Equipe do Corinthians/Mogi em 2004 (Paulo Arruda/Divulgação)

De volta à cidade de Mogi das Cruzes depois de mais de 15 anos, o armador Fúlvio falou um pouco sobre aquele antigo time, que não foi campeão, mas rendeu muito aprendizado e experiência para os jovens promissores da época.

“Foi uma passagem ótima. A equipe conseguiu um investimento maior com a parceria, então o time foi reforçado e tínhamos uma equipe para brigar por títulos. Infelizmente não fomos campeões, porém os mais novos tiveram muito protagonismo naquele ano e ganharam uma bagagem considerável. A única parte ruim é que o projeto não teve continuidade”, disse o armador Fúlvio, hoje um dos líderes do Mogi no NBB CAIXA.

Após o fim do campeonato nacional de 2005, a parceria entre Corinthians e Mogi chegou ao fim, assim como o projeto do basquete profissional na cidade, que retornou de vez apenas na outra década, em 2011.

Para Paulinho Boracini, a união dos clubes foi benéfica para ambas as partes, que conseguiram unir os pontos fortes de cada um para ter um sucesso no basquete da época.

“Toda vez que o Corinthians entra em algum esporte, vem com todo o nome, a marca, a torcida em massa. Isso na época foi de grande valia para Mogi e para ajudar o projeto a se manter. Tanto que quando o Corinthians saiu, a equipe ficou de fora da elite do basquete por um longo tempo”, completou o armador do Botafogo.

Mogi e Corinthians se enfrentarão nesta terça-feira (10/03)

Voltando aos dias de hoje, Corinthians e Mogi das Cruzes Basquete se enfrentarão pelo segundo turno do NBB CAIXA nesta terça-feira (10/03), às 20 horas, no Ginásio Wlamir Marques, em São Paulo (SP), com transmissão ao vivo na ESPN.

Atleta do Corinthians/Mogi na época, Fúlvio hoje tem papel importantíssimo no elenco do time mogiano. Mesmo passando por algumas adversidades ao longo da temporada, a equipe conseguiu se manter no topo da tabela e ocupa a quarta colocação do campeonato. Para ele, o grande mérito do time é o de nunca desistir.

“A coisa mais legal que conquistamos nesta temporada é o ‘nunca desista’. Somos uma equipe que deu muita química e nos doamos um pelo outro. Uma equipe sem estrangeiros e com orçamento reduzido jogando de igual para igual com todos. Fico feliz em estar fazendo parte desse grupo. Vamos lutar até o final sempre”, afirmou o armador.

Fúlvio, do Mogi, possui médias de 14,1 pontos, 6,3 assistências e 16,4 de eficiência (Antonio Penedo/Mogi das Cruzes)

Na atual temporada, as duas equipes já se enfrentaram em diversas oportunidades em jogos emocionantes. Fizeram uma das semifinais do Campeonato Paulista, vencida pelo Corinthians (2 x 1), além do confronto no primeiro turno, com a vitória do Mogi, por 85 a 79.

“É um jogo importantíssimo para nossas pretensões, o G4 é uma realidade para nós e vamos em busca dessa posição. Já jogamos várias vezes contra o Corinthians nesta temporada e sempre são bons jogos, decididos no final. Esperamos ter êxito nessa terça para ficarmos firmes entre os quatro primeiros do NBB”, finalizou.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB), em parceria com a NBA, e conta com os patrocínios oficiais da CAIXA, Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos e VivaGol e o apoio da Pátria Amada Brasil – Governo Federal.