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Coroado

07-06-2013 | 11:28
Por Liga Nacional de Basquete

Responsável por comandar a excelente campanha da garotada do Franca, Lula Ferreira comemora prêmio de Melhor Técnico do NBB5

Logo após a Final do NBB5, Lula recebeu o troféu de Melhor Técnico das mãos da esposa de Ary Vidal (João Pires/LNB)

É só pegar o futebol como exemplo e ver que pouquíssimos clubes apostam suas fichas na juventude de sua base. E os que apostam, logo tem suas torcidas protestando, cobrando reforços e jogadores a altura da grandeza da respectiva equipe. No caso do Vivo/Franca, um dos times mais tradicionais do basquete brasileiro, a tentativa deu muito certo, ainda mais nas mãos do consagrado técnico Lula Ferreira, que ficou com o Troféu Ary Vidal (Melhor Técnico) do NBB5.

A média de idade do elenco que representou as cores francanas na temporada 2012/2013 da maior competição de basquete do país foi de 24,23 anos, uma das mais baixas do campeonato. Mesmo com a liderança de atletas mais rodados, casos de Figueroa, Teichmann e Jhonatan, a missão de comandar um time repleto de jogadores com pouca experiência na categoria adulta, não foi nada fácil para o treinador de 62 anos.

Apesar da dificuldade, Lula destacou a boa campanha da equipe. Quinto colocado na fase de classificação, o esquadrão do Estado de São Paulo ficou muito perto de chegar às semifinais da quinta edição do NBB, mas acabou eliminado pel Paschoalotto/Bauru nas quartas de final, por três jogos a dois.

“Primeiramente gostaria de agradecer a todos que votaram em mim para ganhar este prêmio. Segundo, para mim foi uma grande honra. Meu time foi o quinto colocado da fase de classificação, em um campeonato com 18 times e altamente equilibrado. Esta conquista eu não reputo apenas para mim. Junto com jogadores, comissão técnica, diretores e torcedores de Franca, este  é um prêmio coletivo. O lema da nossa equipe era ‘nenhum de nós é melhor que todos nós’. Portanto, isso é fruto de um trabalho de todo mundo”, comentou Lula Ferreira.

Depois de muito esforço, erros, mudanças e dor de cabeça, o técnico francano conseguiu colocar a meninada nos trilhos. Uma das provas da força de uma equipe bem armada e equilibrada foi a vitória da equipe paulista sobre o campeão e, até então líder invicto Flamengo, mesmo atuando em solo carioca. Além de tirar a invencibilidade dos rubro-negros, a partida serviu para mostrar que os comandados de Lula Ferreira eram uma das grandes potências do campeonato.

Prancheta na mão e muita conversa: Lula colocou a garotada francana para jogar e deu certo (Newton Nogueira/Divulgação)

A experiência de dirigir uma equipe recheada de jovens potencias apesar de ser uma árdua tarefa, não foi novidade para Lula. No início da última década, o técnico foi o comandante do extinto COC/Ribeirão Preto. Na cidade vizinha de Franca, o treinador deu a oportunidade para alguns garotos que posteriormente se tornariam grandes jogadores, casos de Nezinho, Alex Garcia, Guilherme Giovannoni, Renato Lamas, entre outros.

Depois da passagem vitoriosa pelo interior paulista, que incluiu o pentacampeonato estadual, entre 2001 e 2005, e um título brasileiro, em 2003, Lula, que também comandou a Seleção Brasileira, entre os anos de 2003 e 2007, foi para o Universo/BRB/Brasília.

Após ser campeão do NBB2, à frente do time candango, o experiente treinador decidiu fazer uma pausa e ficar um pouco longe das quatro linhas. Neste período, Lula se dedicou a Liga Nacional de Basquete e assumiu o cargo de gerente técnico da entidade que organiza o NBB. Porém, o tentador convite para ser técnico do Franca despertou o interesse do comandante, que aceitou o desafio e não se arrependeu.

“Foi um grande desafio. Eu tinha tomado uma decisão de assumir para uma outra função, que era de gerente técnico da Liga Nacional de Basquete, e estava super satisfeito, contente e empolgado. Mas o convite de Franca foi muito desafiador, me atraiu muito. É o clube mais tradicional do Brasil. Que técnico não gostaria de receber um convite desses? Acreditei na proposta de trabalho, que era justamente de renovação. Foi um projeto ousado, difícil, desafiador, e isso me motivou ainda mais a aceitar”, declarou o comandante do Franca, sexto colocado no NBB5.

Lula levou o prêmio de Melhor Técnico do NBB pela segunda vez (Newton Nogueira/Divulgação)

As conquistas francanas não ficam apenas por conta de Lula Ferreira. O ala Léo Meindl, de 20 anos, venceu a disputa os finalistas Duda, do campeão Flamengo, e Audrei, do vice Uberlândia, e foi eleito o Melhor Sexto Homem da temporada. Além disso, o jovem atleta ainda foi convocado por Rubén Magnano para a Seleção Brasileira de Novos, ao lado dos também francanos Cauê Borges e o pivô Lucas Mariano.

Com o novo projeto de Franca, apostando na renovação de suas promessas, e sob o comando de Lula, estes jogadores deram um enorme salto em suas carreiras. Para o consagrado treinador, estas joias da base francana seguirão naturalmente seus processos de evolução e serão fundamentais para o sucesso do basquete nacional.

“A formação dos jogadores é um processo. Eles têm que saber que os degraus dessa escalada rumo ao sucesso vão se tornando caca vez mais difíceis, difíceis de subir, e mais difíceis ainda de serem mantidos. São não só jogadores de alta qualidade, mas excelentes pessoas. Tenho certeza que vão dar sequência no trabalho, vão evoluir e, num futuro muito próximo, serão um dos grandes jogadores do nosso basquetebol brasileiro”, finalizou Lula Ferreira.