HOJE
De treinadorpara treinador
Por Liga Nacional de Basquete
Em live no Instagram, Carlos Romano relembrou passagens pelo Brasil e Gustavo De Conti apontou o legado do técnico argentino
Nessa segunda-feira (22/06) foi a vez dos técnicos desenrolarem o portunhol! A terceira live da parceria entre NBB e La Liga (ARG) contou com a participação de Gustavo de Conti (Flamengo) e Carlos Romano (Peñarol-ARG).
Se o assunto é intercâmbio entre Brasil e Argentina, o nome de Carlos Romano precisa ser mencionado. O treinador argentino comandou as equipes de Uberlândia e Ulbra/Rio Claro nas duas temporadas antecedentes à criação do NBB. Em 2013, ele retornou ao basquete brasileiro para dirigir o Minas Tênis Clube e terminou sua segunda passagem no Brasil na equipe em que começou a primeira, o Uberlândia. Sua experiência no basquete brasileiro foi o principal tema da conversa com Gustavo De Conti.
Terra de gigantes
Uma das principais diferenças entre o basquete dos países vizinhos é a estatura dos atletas. Romano disse que percebeu isso na montagem do Uberlândia, o primeiro time que comandou no Brasil, em 2008. Dois gigantes daquela equipe dominam os garrafões até hoje!
“Ao montar o elenco, com a ajuda do Cristiano Grama (assistente), fiquei surpreso porque tínhamos três jogadores de 2,10m, três de 2,05m e dois de 2,0m. Na Argentina eu não estava acostumado em ter tantos atletas altos. Que jogam atualmente no NBB, tínhamos o Ansaloni, com 17 anos, e o Olivinha, que foi nosso capitão. Desde jovem ele sempre foi muito profissional, um garoto sensacional, bom de grupo”, elogiou.
Estrutura de primeira
Ao relembrar a época que treinou o Minas, na temporada de 2013/14 do NBB, Romano ressaltou a ótima estrutura do clube e a vitória contra o Flamengo, que seria campeão mundial ao final daquela temporada.
“Depois que eu passei pelo Minas, posso ir para um clube europeu que não vou me impressionar. Gostaria que Brasil e Argentina tivessem mais uns 20 clubes como o Minas, porque a estrutura é espetacular. Eu cheguei para comandar um time jovem, com Coelho, Danilo Fuzaro e Léo Demétrio, e tínhamos apenas Betinho, Elinho e um americano como veteranos. Por ser uma equipe com objetivos mais modestos, todas as conquistas daquela temporada foram muito valorizadas. Uma delas foi vencer o Flamengo, de Laprovittola, na nossa estreia”, relembrou.
Legado defensivo
Vencedor de três prêmios de Técnico do Ano do NBB, Gustavo de Conti contou que Carlos Romano teve influência direta no início da sua trajetória à beira das quadras. Segundo o treinador do Flamengo, Romano trouxe um conceito que até então não existia no basquete brasileiro.
“Eu falei com algumas pessoas que trabalharam com você (Romano) aqui no Brasil e todos disseram que o tema da defesa é muito forte no seu trabalho. Principalmente o contato na defesa fora da bola. Acho que isso foi algo novo que você trouxe para o Brasil, de todos os jogadores participarem da defesa, fechando espaços e encostando em quem estão marcando. Eu estava começando a minha carreira de técnico quando você estava em Rio Claro e estudei bastante o seu estilo de jogo, sua defesa. Me ajudou muito”, contou.
Sonho profissional
Diversos técnicos argentinos já passaram pelo NBB, mas um brasileiro nunca comandou uma equipe da La Liga. Ao final da live, Gustavo De Conti revelou que deseja realizar esse feito.
“O intercâmbio de técnicos e jogadores entre Brasil e Argentina é muito importante. Pretendo permanecer no Flamengo por mais tempo, mas espero que um dia eu possa trabalhar na Argentina para compartilhar meus conhecimentos adquiridos no Brasil e aprender com o basquete argentino”, revelou.