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NBB Caixa

O Laboratório de Dexter

30-04-2024 | 06:46
Por Juvenal Dias

O "cientista" Dexter McClanaham faz alquimia para mudar seu jogo e adaptar às necessidades que o Fortaleza B.C. precisava para retornar às quartas do NBB CAIXA após quatro temporadas

Nas oitavas de final do NBB CAIXA, Dexter McClanaham foi o cestinha do confronto que levou o Fortaleza B.C./CFO a avançar de fase. O time não seguia para as quartas de final desde a temporada 2018/19 e a genialidade do ala norte-americano tem tornado a química da equipe mais fluida e propicia bons resultados em quadra. Dá para falar que o Centro de Formação Olímpica é seu laboratório, ambiente confortável para transformar seus arremessos e assistências em sorriso e comemoração do torcedor cearense.

Dexter McClanaham pronto para fazer de suas alquimias pelo Fortaleza B.C/FCO contra o Coop/São José Basketball. Foto: Davi Rocha/FBC

No desenho “Laboratório de Dexter”, o personagem principal dedica muitas horas do dia dentro do laboratório com muitas ideias geniais. O Dexter do Fortaleza B.C./CFO também se dedica por horas em seu “laboratório”, mas para fazer treinamentos de como o time pode melhorar em quadra. E tem dado certo, contra o Coop/São José Basketball foi o elemento X para que o time tivesse duas vitórias no confronto, tanto fora, quanto em casa.

Na partida de ida, jogando no Linneu de Moura, anotou 24 pontos (cestinha da partida), com cinco rebotes e cinco assistências para uma eficiência de 23. Já em seu laboratório, transformou o placar com 17 dos 90 pontos do time, além de reaproveitar cinco bolas em rebotes e dar a fórmula em cinco assistências para os companheiros. Se pensar que o Fortaleza B.C./CFO venceu por 73 a 70 na primeira partida, sem a alquimia de Dexter a história poderia ser outra.

McClanaham sabe o quanto importante foi essa classificação. “Significa muito. Esse foi um dos meus objetivos pessoais e também de nossa equipe no início da temporada, então poder realizar algo que nos propusemos é sempre uma sensação ótima.”

Contudo, foi preciso que o ala adaptasse seu jogo da temporada 2022/23 para a atual. McClanaham, que nasceu em Louisiana (EUA), está há duas temporadas no NBB CAIXA, as duas junto com o Carcalaion. Em sua primeira temporada tinha 21,4 pontos, 3,6 rebotes e 1,8 assistências com uma eficiência de 14,5 por jogo, em uma média de 34,5 min. Já na temporada 2023/24, sua média de pontuação abaixou (16,1), rebotes se manteve (3,6) e as assistências cresceram (2,6), mantendo uma eficiência semelhante (14), com uma minutagem menor (31,4). Isso significa que o time todo melhorou com essa transformação, já que ele tem uma produção parecida com menos tempo em quadra e tem mais intervalos de descanso.

“Acho que no ano passado tive que chutar muito mais por causa do nosso elenco, então é claro que ia marcar mais. Mesmo assim, não estou marcando tanto este ano, acho que estou impactando o jogo muito mais do que no ano passado. Estou chutando a bola com mais eficiência e também quebrando as defesas para servir melhor aos meus companheiros. Pontuar é uma característica forte que possuo, mas este ano realmente me fez perceber que posso impactar o jogo de muitas outras maneiras, então estou feliz por poder aprender todos os dias”, comentou McClanaham.

Para cientistas, os aspectos físicos de uma reação dependem muito dos elementos químicos na composição. Para Dexter, não é diferente. “Penso que no ano passado éramos uma equipe sólida, mas éramos jovens e não tínhamos a química que precisávamos. Este ano temos muito mais jogadores com experiência e temos uma química de equipe que nos ajudou a vencer e isso é algo que não tivemos no ano passado.”

No desenho “Laboratório de Dexter”, o pequeno e jovem cientista tem um rival que o inveja e tenta atrapalhar ou impedir seus planos, Mandark. No caso de McClanaham, poderia se chamar de Flamandark ou, simplesmente, Flamengo. O Rubro-Negro quer o seu oitavo título NBB CAIXA e o CFO (laboratório do Dexter) está em seu caminho. Contudo, o duelo começa no laboratório flamenguista, no ginásio do Tijuca, na sexta-feira (03/05), às 20h, com transmissão do sportv, da FlaTV+ e do NBB Basquetpass.

Foto: Carlos Roosewelt/FBC

McClanaham está preparado tal como o Dexter da animação que tem um robô gigante que sempre vence o robô ainda maior de Mandark. “Não nos importamos com quem jogamos, sempre esperamos vencer. Sabemos que vamos jogar contra um grande time do Flamengo, com grandes jogadores e uma ótima equipe, mas nossa expectativa é vencer. Nossos fãs aparecendo e torcendo por nós podem nos ajudar muito e mal podemos esperar para jogar esses jogos dos playoffs na frente deles. Será um ótimo ambiente”, afirmou. Ou seja o torcedor cearense poderá ser o combustível para abastecer essa alquimia.

O prestígio de um cientista consta em de que forma ele consegue provar sua tese. Isso implica no menor erro possível. McClanaham entende que a chave para passar de fase é semelhante. “Espero que eles joguem como sempre jogam. Muito inteligentes, muito táticos. É uma equipe bem treinada e isso fica evidente. Temos que ter jogos com poucos erros para podermos vencê-los e isso é muito possível. Só temos que fazer o que sabemos que somos capazes de fazer e estaremos sempre em posição de vencer qualquer adversário nesta Liga.”

Dessa forma, o duelo de quem tem a melhor mão para transformar o jogo em felicidade para a sua torcida está posto e a ciência do basquete é que será a maior vencedora.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.