HOJE
Dívida paga com São José
Por Liga Nacional de Basquete
A trajetória do técnico Régis Marrelli se confunde com a do time paulista: ambos evoluíram com o tempo e conquistaram o reconhecimento de todos em 2012
Por causa do NBB, Régis Marrelli criou uma dívida com o time de basquete masculino e a cidade de São José dos Campos. Na primeira edição do campeonato, temporada 2008/2009, o São José/Unimed/Vinac terminou sua campanha com 21 derrotas em 28 jogos. Tanto a equipe do interior paulista como o treinador evoluíram com o passar dos anos. E na mais recente edição da competição, 2011/2012, ambos ficaram quites.
“Mesmo com a má campanha no primeiro NBB, a diretoria me segurou, acreditando no trabalho de um projeto a longo prazo. Nesse ano, tivemos 23 vitórias, então eu paguei a dívida (risos)”, contou o treinador, mostrando com uma história bem-humorada como o São José e o próprio Régis cresceram no basquete brasileiro nos últimos anos.

Evolução de Régis Marrelli e do São José vem sendo gradual (João Pires/LNB)
Se quatro anos atrás a equipe do interior paulista nem foi para os playoffs, no quarto NBB, o São José deu seu voo mais alto, chegando à final. Não levou, mas colocou o nome de vez entre as principais forças do basquete nacional. Régis também se afirmou entre os grandes técnicos do esporte, ganhando o prêmio de melhor do ano. Resultado de um crescimento profissional alcançado com um trabalho de formiguinhas.
“Tive o prazer e a sorte de ter trabalhado com grandes técnicos. O São José me deu a oportunidade de mostrar meu trabalho como técnico, me abriu as portas. Do mesmo jeito que o São José cresceu, meu trabalho foi evoluindo junto com o clube, em uma estrutura em que cada um sabe o seu papel”, afirmou.
Realmente, Régis e São José seguiram pelo mesmo caminho. O treinador chegou ao time em 2006, ainda novato na função, mas já com uma grande missão: de retomar a chama do basquete na cidade. “São José era uma cidade com uma paixão pelo basquete adormecida quando cheguei. O povo da cidade gosta muito de basquete e abraçou o time. Mesmo nos anos anteriores, com resultados não tão bons, a torcida sempre nos apoiou. Isso não costuma acontecer na maioria dos lugares. Esse ano, nos playoffs, tínhamos filas enormes. É um carinho muito grande dos fãs, e nós retribuímos com muita garra e luta dentro da quadra”, comentou.
Ambos tinham de crescer juntos. “Não existe mágica para fazer um time vencedor de uma hora para outra. É com trabalho e investimento. Quando cheguei, a estrutura do São José não era das melhores. Pouco a pouco, a parte estrutural do São José foi crescendo”, falou Régis, que foi atingindo seus objetivos. Vieram títulos dos Jogos Regionais e o mais importante até hoje, o Paulista de 2009.

Régis foi o melhor técnico desta temporada e dividiu o mérito com Jaú, seu assistente técnico (Luís Pires/LNB)
O sucesso não veio colado com novas conquistas, que não permitiu Régis de forma nenhuma a nem chegar perto de alguma zona de conforto. “Depois de termos sido campeões em 2009, a gente estipulou algumas metas em 2010, e isso não deu certo. Resolvemos mudar nosso estilo de trabalho, pensando sempre no dia a dia, jogo a jogo, em vez de traçar objetivos.”
E foi dessa maneira que o São José surpreendeu e chegou onde nunca esteve, mesmo sem empolgar no início. “Não fomos tão bem, mas mesmo nas nossas derrotas, perdíamos por poucos pontos. Aí o time subiu de produção no segundo turno”, explicou.
Com uma campanha irretocável no returno, o São José terminou a fase de classificação na liderança, chegou à final, apenas sendo batido pelo Uniceub/BRB/Brasília. Apesar da derrota, o sentimento de Régis foi de dever cumprido. “Nos playoffs, eu achei que caímos um pouco no lado defensivo, mas o sistema ofensivo melhorou muito. O Brasília teve méritos ao ganhar a final e ser campeão, mas considero que estávamos jogando o melhor basquete do campeonato até aquele momento”, destacou.
Para isso, o técnico do São José rasgou elogios ao seu elenco. “Hoje, o São José pode ser comparado a melhores equipes do Brasil. Além disso, os jogadores acreditaram no trabalho da comissão técnica, na ideia de um basquete coletivo, com defesa forte e ataque solidário.”
Mas o trabalho não parou. E precisa evoluir um pouco mais. Falta o último passo, o do título do NBB, que bateu no aro neste ano. Régis sabe disso, mas, a exemplo da conduta que pregou, não quer se precipitar. Só que sonhar não custa nada.

Régis instrui seus atletas em tempo durante jogo do São José (Gilson Borba/LNB)
“Não podemos ficar na zona de conforto. O Brasília vem forte como sempre, o Flamengo está montando um supertime. Teremos dificuldades no início, o Murilo vai ter de se recuperar da cirurgia e vai demorar para voltar ao mesmo ritmo. Temos de pensar jogo a jogo, campeonato a campeonato. Primeiro o Paulista, passando pelos Jogos Abertos, e depois no NBB. Mas posso garantir que não é impossível chegar novamente onde chegamos”, concluiu.
O NBB é um campeonato organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a Rede Globo e com patrocínio Eletrobras, Caixa, Penalty e Netshoes.
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