Eles chegaram!

A euforia em relação ao desempenho do Paschoalotto/Bauru na temporada 2014/2015 era enorme. Com projeto extremamente estruturado e contratações de altíssimo nível, como a de Alex Garcia, Jefferson William, Rafael Hettsheimeir e Robert Day, a equipe do interior paulista foi apontada por muitos como a grande favorita ao título antes mesmo de seu super-elenco entrar em quadra e fazer suas primeiras cestas.

A alta expectativa, no entanto, foi transformada em resultado. Sob o comando do técnico Guerrinha, que treina o esquadrão bauruense desde a primeira edição do NBB, o time correspondeu à altura do que era esperado e os títulos vieram à rodo. Campeonato Paulista, Liga Sul-Americana, Liga das Américas. Só que agora, a equipe da Cidade Sem Limites tem outro objetivo: ganhar o NBB.

“Quem sente pressão não está preparado. Pelo nível dos jogadores e da comissão técnica, você não se sente pressionado, se sente orgulhoso e motivado com um projeto como esse. Não pensamos em pressão. Sempre faremos o que for necessário para vencer. Estou muito orgulhoso por ter um time como esse para poder desenvolver todo nosso potencial”, declarou o técnico do Bauru, Guerrinha.

“Galático”, Bauru correspondeu à expectativa e chegou à grande Final do NBB 7 (João Pires/LNB)

O início da trajetória bauruense na sétima edição do NBB não foi dos melhores: derrota para o UniCEUB/BRB/Brasília logo na primeira rodada,  em pleno Ginásio Panela de Pressão, por 86 a 83. Porém, o revés da estreia só se repetiu mais uma única vez na fase de classificação (para a Winner/Limeira), e os comandados do técnico Guerrinha tiveram a melhor campanha de todos os tempos das primeiras fases do NBB.

Com 28 vitórias nos 30 jogos que fez (93,3% de aproveitamento), o Dragão da Cidade Sem Limites justificou o apelido da cidade e mostrou que estava impossível. O desempenho foi o melhor de todas as fases de classificação do NBB e de quebra o time bauruense ainda ficou 26 partidas sem sofrer uma derrota e também entrou para a história com a maior sequência invicta de todos os tempos na competição.

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Mas a vida do líder da etapa classificatória não foi nada fácil nos playoffs. Logo nas quartas de final, o adversário foi ninguém menos que seu maior rival, Franca Basquete, que foi o responsável por quebrar a histórica sequência de vitórias no Jogo 2 da série, em pleno Panela de Pressão. Este foi apenas um indicativo de que o cenário era de extrema dificuldade para os bauruenses.

Depois de sofrer o empate na série (1 a 1), o time do técnico Guerrinha tornou a ficar na frente após vitória no Pedrocão, mas os francanos venceram o Jogo 4 em casa e levaram a decisão da vaga na semifinal para o Jogo 5. Mas, assim como nas outras três vezes em que enfrentou seus arquirrivais em Jogos 5 – duas em Paulistas e uma no NBB 5 – o Bauru fez valer o mando de quadra, ganhou por 78 a 72 e avançou à semifinais.

Com reforços de nivel Seleção, como Alex e Hettsheimeir, Bauru chegou à sua primeira Final de NBB (Henrique Costa/Bauru Basket)

E o adversário na etapa seguinte dos playoffs foi ninguém menos que o Mogi das Cruzes/Helbor, que havia perdido todos os seis jogos que fez com o Bauru na temporada, com direito a final da Liga Sul-Americana. No entanto, o cenário da série não seguiu o histórico anterior e os mogianos começaram a semi espantando este fantasma com vitória em pleno Panela de Pressão (81 a 73).

O sinal de alerta foi ligado na equipe bauruense, que ainda sentia muito a falta do ala/pivô Jefferson William, que rompeu o Tendão de Aquiles ainda no início do segundo turno e está desfalcando a equipe desde então. O Bauru empatou a série logo em seguida, mas os dois jogos em Mogi das Cruzes serviram para testar não só o nível dos atletas, mas também os corações de todos os bauruenses.

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No Jogo 3, os mogianos fizeram valer o fator casa e, com o apoio de um Ginásio Hugo Ramos completamente lotado, tornaram a ficar em vantagem na série e ficaram a um passo da decisão. Mas na partida seguinte, o Bauru conseguiu se manter vivo na briga. Em partida épica que ficará marcada na história do NBB, a equipe do técnico Guerrinha venceu após duas prorrogações e levou a decisão da vaga para o Jogo 5.

“Fizemos 82 jogos em 240 dias, é praticamente um jogo a cada três dias, e a maioria desses de alto nível. Quando perdemos o Jefferson ainda conseguimos ir além, pois ainda estávamos naquele embalo da fase de classificação, mas depois começamos a sentir o desgaste de rotação, tanto física quanto tática. Quem jogava 20, 22 minutos passou a jogar 35, 37 minutos. Franca e Mogi jogaram menos jogos, ficamos 23 dias parados, além de o nível das equipes ter aumentado muito esse ano. Mas conseguimos nos reestruturar, mudar o jeito de jogar e estamos preparados para essa Final”, contou Guerrinha.

Apesar da dificuldade nos playoffs, Bauru alcançou sua 5ª decisão em 5 campeonatos na temporadas (João Pires/LNB)

Em seu ginásio, que também ficou totalmente abarrotado, o Dragão da Cidade Sem Limites mostrou todo o poder e experiência de seu qualificado elenco, teve tranquilidade para superar o nervosismo da decisão e levar a melhor sobre o Mogi das Cruzes, pelo placar de 77 a 65, resultado que o classificou à sua primeira Final de NBB na história e fez ferver o eufórico e extasiado Ginásio Panela de Pressão.

O primeiro jogo da Final será na casa do Flamengo, nesta terça-feira (26/05), na HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), às 21h30, ao vivo no SporTV. Depois, a série se transfere para Marília (SP), onde os dois times se enfrentarão no sábado (30/05), no Ginásio Neusa Galetti, às 10 horas, ao vivo na TV Globo. Se necessário, o Jogo 3 será no sábado seguinte (06/06), no mesmo local e horário, também ao vivo na Globo.

“Nossa temporada é como uma corrida de 100 metros, e só pararemos quando cruzarmos a linha de chegada. É um orgulho muito grande ter disputado cinco finais nos cinco campeonatos que disputamos, e o mais importante de tudo, chegar de novo com chances de ser campeão, ainda mais contra o atual campeão mundial, bicampeão nacional, um time que jogou contra equipes da NBA. É uma satisfação enorme estar atuando neste nível”, finalizou o comandante do Bauru.