HOJE
Entre cestas e números
Por Liga Nacional de Basquete
Destaque no Pinheiros, Renan Lenz fala sobre sua trajetória no basquete e sua passagem por Utah University, onde se formou em economia
Nascido na pequena cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul, Renan Santos Lenz tem uma trajetória incrível dentro do basquete. Destaque hoje no Pinheiros, o ala/pivô viveu muitas mudanças ao longo de seus 26 anos, desde seu começo no esporte ainda na adolescência, até a passagem pelo basquetebol universitário norte-americano e a volta ao Brasil.
O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.
O início
A trajetória de Renan dentro do basquete começou aos 12 anos de idade, quando um professor, avaliando sua estatura, incentivou o garoto a praticar a modalidade e a partir daí ele não parou mais.
“Depois de dois anos jogando na escola, foi que eu comecei a jogar basquete de verdade, quando eu fui para Lajeado (RS). Era um time de escola, mas eles eram filiados a um clube. Eles me viram jogando um torneio estadual e me convidaram para ir para lá”, contou Renan.
E foi aos 14 anos que o jovem se viu diante dos seus primeiros desafios, morar em outra cidade e longe de sua família. Dividindo apartamento com mais seis garotos, todos na faixa etária entre 14 e 16 anos, Renan conta que o time gaúcho custeava, além da casa, as refeições e limpeza semanal do local.
“No começo é sempre difícil, a gente pensa em desistir, nós estávamos longe dos nossos pais, sem saber muito o que fazer, como reagir a certas situações. Com esta idade a gente ainda não tem uma cabeça forte para persistir naquilo que queremos, mas eu sempre tive pessoas do meu lado que me incentivaram a continuar”, disse o atleta.
Virando gente grande
Depois de três anos jogando em Lajeado (RS), era hora de Renan alçar novos voos, mas antes de sair do Sul, o jogador conquistou o título no Campeonato Brasileiro de Seleções, pela seleção gaúcha (de base). O próximo destino foi o interior paulista, onde ficou jogando por dois anos no time de Araraquara.
“Meus dois primeiros NBB CAIXA eu joguei lá. Um enquanto eu era juvenil e o outro no meu primeiro ano de adulto”, relata o ala/pivô.
Nas duas temporadas com a equipe paulista, Renan, mesmo muito jovem, recebeu diversas oportunidades. Ao total, o ala/pivô participou de 36 partidas entre os NBB CAIXA 08/09 e 09/10, com médias de 7,1 minutos, 1,7 pontos e 1,3 rebotes por jogo.
Destino EUA
O próximo passo do ainda jovem atleta seria ainda maior. Com 20 anos ainda incompletos, Renan foi para Arizona Western College, onde estudou por dois anos sem atuar na equipe da universidade. Em 2012, o ala/pivô acabou transferido para Utah University e aí sim teve oportunidade de atuar pela NCAA (liga norte-americana de basquetebol universitário), além de se formar em economia.
“Fiquei dois anos no Arizona Western College e depois fui transferido para a Universidade de Utah, onde além de jogar, me formei em economia”.
A passagem pelos Estados Unidos não foi importante só pela formação acadêmica e a experiência no esporte de Renan. O atleta conheceu também conheceu sua esposa em terras norte-americanas.
“Atualmente eu sou casado e minha esposa é americana. Nós nos conhecemos porque ela jogava basquete na mesma universidade que eu frequentava. Ela acabou vindo comigo para o Brasil e agora estamos casados, desde junho do ano passado”.
Renan acredita que o fato de ter se casado com uma pessoa que já foi do meio esportivo, acaba ajudando a conciliar a rotina profissional com a pessoal. E já pensando no futuro, o pinheirense afirma que ter filhos estão nos planos. E no que depender de seu incentivo, seus herdeiros também serão adeptos do esporte.
“Eu sou de uma família relativamente grande e a minha esposa também, então não tem como não pensar em ter filhos. Nós sempre fomos criados em um ambiente com bastante gente, então se fossemos só nós, não teria graça. E com certeza o dia que eu tiver um filho, vou incentivar ele a praticar esportes. Mesmo se não for para ser jogador, se profissionalizar, pelo menos pelo lado saldável da coisa”, afirma.
O pivô do Pinheiros ressalta que sua ida para outro país foi motivada principalmente por pensar nos estudos.
“Minha mãe foi professora a vida inteira, então educação para os meus pais sempre foi essencial”. Ele revela que chegou a pensar em ficar nos Estados Unidos e trabalhar por lá, mas que a paixão pelo basquete acabou falando mais alto.
“Se a minha aposentadoria fosse hoje, eu diria que ia querer continuar ligado ao esporte, mas eu não sei no futuro. Eu não sei se um dia eu estarei pronto para largar o basquete, mas eu quero usar o diploma que eu ganhei de alguma forma, seja com ou sem o basquete”, conclui Renan.
De volta ao Brasil
Após concluir sua trajetória nos Estados Unidos, Renan assinou contrato com o São José Basketball, time pelo qual disputou o NBB CAIXA 2014/2015. Na temporada, o ala/pivô participou apenas de 13 partidas, com médias de 4,3 pontos e 2,7 rebotes.
Logo após a temporada no São José, Renan foi à capital paulista, onde fechou compromisso com o EC Pinheiros, em que permanece até hoje. Na sua segunda temporada atuando pelo elenco pinheirense, o ala/pivô vive seu melhor momento dentro do NBB CAIXA, com médias de 10,7 pontos, 3,7 rebotes e 1,8 assistências nas 14 partidas que disputou.
Com Renan confiante, o Pinheiros hoje é o quinto colocado no NBB CAIXA 16/17, ao lado do arquirrival Paulistano/Corpore e do Gocil/Bauru Basket, com oito vitórias e seis derrotas na temporada. A próxima partida da equipe da capital será a primeira pelo segundo turno da competição, diante do Solar Cearense, quarta-feira (25/01), às 20h30 (de Brasília), em Fortaleza (CE).