HOJE
Pai de trigêmeos
Por Liga Nacional de Basquete
Antes de apitar a decisão do ouro olímpico em Tóquio, árbitro Guilherme Locatelli acompanhou à distância o nascimento de seus filhos
Qualquer profissional do esporte sonha em estar uma Olimpíada, seja na quadra, no campo ou nos bastidores. No caso do árbitro de basquete Guilherme Locatelli (SC), a viagem a Tóquio não tinha como objetivo trazer uma medalha para casa, mas uma emoção em dose tripla deixou sua jornada olímpica ainda mais especial.
Um dia antes de apitar a final do basquete masculino entre Estados Unidos e França, Locatelli acompanhou ao nascimento de seus trigêmeos à distância, por videoconferência. A esposa Carolina Locatelli e os trigêmeos Ana, Eva e Antônio passam bem em Florianópolis (SC).
“Foi uma sensação de ansiedade um pouco grande. No nascimento do meu primeiro filho estive presente e dessa vez estava só na torcida. Conseguimos fazer uma chamada de vídeo e pude ver tudo de perto. Virei a noite antes da semifinal da Olimpíada acordado, mas tudo acabou dando certo”, disse Locatelli.
Imagine só a mistura de sentimentos? Em um dia de ver seus filhos nascerem a mais de 17 mil km de distância e no outro dar o pulo-bola com os All Stars Bam Adebayo (EUA) e Rudy Gobert (França) para a disputa do ouro olímpico. A história, inclusive, ganhou destaque no programa Fantástico, da TV Globo.
“A minha ausência no parto ja era un fato conhecido nosso alguns meses antes de tudo ocorrer. Então consegui, com ajuda de familiares, médicos e também amigos, proporcionar uma estrutura de suporte durante a cirurgia e até emergência caso algo repentinamente acontecesse. Todas essas pessoas foram fundamentais para me dar a tranquilidade de me ausentar de Florianópolis num momento tão importante”, que já era pai de Pedro e agora tem quatro filhos.
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Ao todo, Guilherme Locatelli apitou quatro partidas nos Jogos de Tóquio 2020 (Estados Unidos x França na fase de grupos; Espanha x Estados Unidos nas quartas de final; Eslovênia x França pelas semifinais e Estados Unidos x França na grande final). Essa foi a segunda Olimpíada do árbitro catarinense, que também esteve na Rio 2016.
E não foi só Locatelli que orgulhou o #NossoBasquete nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A árbitra Andreia Regina Silva (SP) fez história ao se tornar a primeira mulher a apitar um jogo do torneio olímpico de basquete masculino, na partida entre Estados Unidos e Irã, pela fase de grupos.
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Com isso, Locatelli e Andreia se juntam a um seleto hall de árbitros brasileiros a apitarem uma final de Jogos Olímpicos. O grupo já era composto por Cristiano Maranho (Londres 2012), Carlos Renato dos Santos (Sidney 2000 e Atenas 2004), Antonio Carlos Affini (Seul 1988) e Renato Righetto (Munique 1972).
“Representar o Brasil em uma competição desse nivel é sempre motivo de muito orgulho. Ter uma performance de alto nível realmente e uma realização pessoal muito grande. Estar em uma final, apesar de toda a repercussão dada a este grande feito, uma vez vista de dentro dos bastidores da FIBA, ela acaba sendo claramente um decorrência das circunstâncias em que que o torneio se desenvolveu. Essas circunstâncias nos permitiram ( eu e Andreia) apitar as quartas de final, semi final e final dos torneios masculinos e feminino. Contudo, o nosso grande mérito está na consistência nas performances internacionais que temos ao longo de toda uma década e que nos permitem ser colocados entre os principais árbitros de praticamente todos os torneios que participamos nesse período”, disse o árbitro, que completou:
“Ser escalado em uma final olímpica com certeza é algo que ficará em nossas memórias mas o que realmente, em um futuro distante, me trará orgulho será saber que durante muito tempo pertencemos ao grupo dos principais árbitros FIBA do mundo e que fizemos parte da história não somente por um jogo mas por toda uma longa carreira”, finalizou.