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FAMÍLIA PAULISTANO - parte 2

25-12-2023 | 12:05
Por Juvenal Dias

"Essa família é muito unida": confira como foi o amigo secreto do Paulistano, o time mais "família" do NBB CAIXA

Assim como aquele almoço de Natal, que a família se reúne pela segunda vez, depois de todo mundo ter se empanturrado na ceia da noite anterior, a Família Paulistano continua junta para a segunda parte das histórias especiais de Natal do NBB CAIXA. Se na primeira parte teve o capitão Victão e os irmãos Doria, a continuação traz a forma como os irmãos Abreu se completam em quadra, a ansiedade do irmão caçula de Victão, Henrique, para estrear entre os profissionais e como o técnico Demétrius usa essa união para beneficiar a equipe. Ainda tem o bônus que traz bastidores do que aconteceu no amigo secreto que o próprio Paulistano promoveu.

Gui e Léo Abreu

Em toda família tem aquele, ou no caso, aqueles que têm um jeito de aprontar mais do que os outros. Gui e Léo Abreu são ala e armador, respectivamente, do time. Gui é três anos mais velho, só que eles são tão parecidos que causam confusão até quando outros familiares assistem seus jogos. ”

“Até minha avó confunde, minha mãe brinca de chamar um pelo nome do outro. Às vezes vai dar bronca em um e chama o outro…”, começou explicando Gui. Apesar dessa pequena confusão, o sonho de jogarem juntos vem desde a época que atuavam pelo Sesi/Franca:

“Para a gente, sempre foi um sonho jogar juntos. Desde de criança, treinamos juntos, brincamos juntos, jogamos um contra um juntos. Então a gente se conhece muito bem, quando estamos na quadra ao mesmo tempo, levamos essa intimidade e entrosamento para dentro, sabendo o que o outro vai fazer. Acaba ajudando bastante. É o segundo time em que atuamos juntos, jogamos em Franca também e, agora, no Paulistano”, comentou  Gui.

Léo também trouxe um aspecto interessante de seu entrosamento com o irmão: “A gente também assiste muito aos jogos um do outro, desde a época de base. Nós sabemos o que o outro está querendo só pelo movimento do outro com a bola, ou mesmo pelo olhar. Muitas vezes combinamos uma jogadinha especial porque nos conhecemos muito bem”, revelou o mais novo.

Para não confundir em quadra, Gui usa óculos e a camisa 33, enquanto Léo não usa óculos e veste a 13. Foto: Instagram/ @guiabreu33 e @leoabreu13

Tal como Victão, Gui entende a imagem transmitida de ser uma referência ao irmão, mas também valoriza as contribuições de Léo: “Tento ser sempre um exemplo para ele, sei que irmão mais velho tem essa responsabilidade, de sempre estar ajudando o mais novo. Mas, hoje em dia, tem muita reciprocidade, ele me ajuda muito, me dá os toques, ele é um cara que entende muito do jogo, sempre que eu tenho uma dificuldade, posso recorrer a ele, pois sei que vai me ajudar”.

A relação é de ajuda mútua, como relata Léo: “Como o Gui falou, temos o entendimento bem parecido do jogo, nós gostamos muito do jogo coletivo, de ajudar o companheiro ao lado, fazer com que o time se envolva e todos estejam satisfeitos na quadra. Como a gente vive junto desde pequenininho, a gente foi aprendendo muitas coisas e eu, por ser amador, é minha função pensar o jogo. Mas a gente se ajuda no que é preciso, é muito legal essa experiência de saber que ele também pode contar comigo no que ele precisar”.

E o talento dos irmãos vem de berço, como não poderia ser diferente. Quem conta da genética é o Léo: “Como nosso pai também foi jogador, sabe muito de basquete, então sempre deu toques, desde quando éramos pequenos. Às vezes, a gente mesmo se cobra mais: ‘o Gui tinha que ter passado aquela bola’ ou ‘eu tinha que ter passado a bola para ele’, mas acho que a cobrança é boa e somos privilegiados de ter alguém que conhece tanto sobre basquete em casa, como meu pai. Ajuda muito”.

O caçula

Como sempre, o caçula fica para o final. Mas, no caso de Henrique Lúcio, irmão mais novo de Victão, a história está por começar no time principal. Representante vivo da continuidade da Família Paulistano, o garoto é de mais uma geração que chega para trazer jovialidade e ímpeto para a equipe. Por enquanto, ainda não é algo concreto jogar ao lado do irmão, mas o ala de 18 anos já vislumbra esse momento:

“Para mim, é um sonho jogar em família. Meu irmão saiu muito cedo de casa, fiquei sem ele por perto. Quando eu vim para o Paulistano, pude estar mais perto dele. Para mim, é muito especial estar com ele e sonho jogar junto com ele é um sonho que ainda será realizado quando eu estrear no profissional”, diz o jovem, mais tímido com as palavras do que o irmão mais experiente.

Todavia, Henrique revela que Victão, além de ser uma inspiração, também tem o papel de orientar: “Ele é igual a um pai para dar bronca na hora do jogo. Estamos sempre conversando sobre os jogos, ele vem bastante nos meus jogos. A gente troca muitas ideias e ele comenta: ‘aquela bola você deveria feito daquele jeito…’. Ele sempre fala muito de trabalhar, se fizer tudo certo, minha hora vai chegar. Lido com essa seriedade, vou trabalhar o máximo para, quando chegar minha hora, estar pronto para atuar no time principal”.

Henrique Lúcio durante jogo da base do Paulistano. Foto: Instagram/ @henriquelucio10/ @wilian_oliveira_foto_atleta

Dá para perceber a admiração que Henrique tem: “Victão é uma inspiração, é muito bom acompanhá-lo, é minha referência que tenho perto. Meu irmão veio puxando o bonde. Ele é o mais velho. Quando ele começou no basquete, eu já vim logo em seguida, desde então foi minha referência dentro de quadra”, diz o jovem, que também sabe a responsabilidade que o irmão carrega. “Ter um irmão que é o capitão do time principal é mais puxado ainda, sempre busco fazer as coisas certas para não ter essas broncas, é uma grande responsabilidade. Ao mesmo tempo, serve como um estímulo a mais para me dedicar dentro da quadra, até para um dia também chegar no patamar de me tornar capitão”.

Se comparar com a carreira do irmão, Henrique tem muito chão para percorrer, até agora competiu em 11 jogos na Liga de Desenvolvimento de Basquete nas duas últimas temporadas. Em seus vídeos, já demonstra uma versatilidade de um ala com agilidade, que arremessa de três, dribla, dá assistência, mas também parte para dentro do garrafão e ensaia suas enterradas.

O chefe da Família Paulistano

Toda família de respeito começa com o líder, aquele que é referência de comportamento, de conquistas, que sabe a hora de brincadeiras e a hora que precisa exigir mais de todos para um bem coletivo. Demétrius Ferracciú é um ícone do basquete nacional, com seis títulos brasileiros como jogador. O treinador conhece o caminho das pedras do NBB CAIXA, quando comandou o Bauru Basket ao título da temporada 2016/17.

Contudo, apesar da experiência, comandar seis irmãos é novidade: “É uma situação diferente, nunca imaginei que treinaria tudo isso em um mesmo time. Mas é legal porque a gente vê a união deles dentro da quadra. Eles transformam esse amor de sangue, essa proteção entre si, para algo positivo dentro da quadra. A equipe toda tem essa característica, o Paulistano tem o perfil de que é considerado uma família. Nós passamos mais tempo entre nós, jogadores e comissão, do que com nossa própria família. Então, a equipe é uma extensão da nossa família. Essa união que a equipe tem faz com que as coisas fluam melhor dentro de quadra. É a situação de um torcer pelo outro, um vibrar pelo outro, torcer pelo sucesso do companheiro e o sucesso da equipe. É um ambiente gostoso e que traz vitórias importantes”.

Demétrius dando instruções para Lucas Doria. Foto: Instagram/ @paulistano.basquete

O comandante utiliza esse vínculo como uma estratégia de que um irmão dê um toque no outro sobre algum aspecto que precisa melhorar, mas também para estimular o crescimento através de uma rivalidade que cresceu com eles: “Tem o confronto entre os irmãos, principalmente, se forem da mesma posição. Tem a brincadeira de ‘deixou fazer a bola porque era o irmão’, tem também o momento de chegar e perguntar se está tudo bem com o irmão. Às vezes um é mais fechado, mais quieto e peço a ajuda do outro para extrair algo importante, se for um problema, conseguimos resolver rapidamente”.

Demétrius usou bem isso tudo para conquistar o título do Campeonato Paulista e tem utilizado como trunfo para buscar a classificação à Super 8: “É um estímulo a mais porque vencer é um desafio grande e uma baita conquista. Agora ser campeão junto com seu irmão, fica marcado, não só na história do clube, mas para a história da própria família. Ganha uma importância a mais e levando isso para quadra de uma maneira positiva, todos têm a ganhar”.

O treinador sabe a importância que esse pilar exerce na vida de um jogador: “A Família Paulistano, as famílias dos jogadores que estão juntos, a nossa família, quando vem assistir aos jogos, trazem um sabor especial para as conquistas do grupo”.

Amigo secreto

Não tem nada que representa mais o fim de ano e as festas de família ou amigos do que uma confraternização de amigo secreto. Coincidentemente, no dia que foi feita a reportagem com os irmãos, a Liga Nacional de Basquete pôde acompanhar as gravações dos vídeos de amigo secreto que o perfil de basquete do Paulistano divulgou em suas redes.

Victão e Lucas valorizam a importância de uma brincadeira como essa: “Essa coisa do amigo secreto é bem legal também, a gente brinca, aproveita a situação. É bom, sempre tentamos fazer alguma coisa fora de quadra para estarmos juntos, para criarmos uma conexão. É importante, tudo isso vai refletir dentro da quadra, precisamos ter essa energia boa, estamos no caminho certo com essa cultura”, disse o capitão.

“O amigo secreto tem muito de trazer mais união. Foi uma iniciativa legal do clube, mas só funciona se a galera abraça. Fizemos já no ano passado, todo mundo comprou a ideia, quer fazer uma coisa legal um pelo outro, comprar um presente especial. A gente gosta disso, um conhece o outro, passamos muito tempo juntos, realmente é um sentimento de união e de querer o bem do outro. Se não tivéssemos isso, o ano passado não seria tão legal e o clube não ia querer repetir nesse ano”, reforçou o pivô Lucas.

Antes de revelar quem tirou quem, Léo Abreu deu uma pista, principalmente, porque o seu contemplado havia tirado o Gui Abreu no ano passado: “Eu tirei um dos irmãos, acho que vai ser bem legal, ano passado esse irmão tirou o Gui, essa troca é muito legal. Naquela ocasião, ele falou que eu era o irmão mais feio, mas nem me conhecia, foi uma resenha muito legal, esse ano vou descontar e falar que ele é o irmão mais feio. Já preparei o presente e o discurso, vai ser bem legal esse troco. Por outro lado, sempre tentamos fazer alguma coisa fora de quadra juntos, no meio da temporada mesmo”.

Victão curtiu o que ganhou: “O meu presente foi bom, camiseta vermelha, já estou acostumado a usar vermelho, vai ficar ótimo. Vermelho sempre veste bem, ainda mais com o Natal chegando, vai ficar ótimo”.

Léo Abreu ainda falou do parâmetro do Paulistano no NBB CAIXA e os objetivos que a equipe almeja: “Nosso primeiro objetivo no NBB CAIXA é ficar entre os oito, estamos bem colocados, queremos ganhar esses últimos jogos do final do ano. Igual ocorreu no Paulista, temos que pensar passo a passo, focar nesse primeiro objetivo. Lógico que pensamos em ganhar a Super 8, mas devemos ir com calma, aos poucos para construindo os objetivos. Mas eu tenho certeza que estamos preparados para buscar esse título”.

Lucas sintetizou o comportamento da Família Paulistano: “Com certeza tem uma cobrança com mais veemência. Já teve briga, mas a gente sabe no dia seguinte, estamos de novo todos aqui, um pelo outro. Família briga, se desentende, mas família está junto. Quando o outro vem brigar com a gente, estamos sempre juntos e é isso que mostramos no jogo. A gente é muito competitivo na hora do treino, mas na hora do jogo, eu não queria estar competindo contra nosso time, vamos lutar para caramba e um vai lutar pelo outro”.

Por fim, Victão deixa o recado para todas as famílias, independentemente se é parte da Família Paulistano ou qualquer outra do NBB CAIXA: “A família é tudo para nós, principalmente nos momentos ruins. Sabemos que a família não vai abandonar a gente nunca. Em casa, fomos criados assim, no clube também temos essa cultura. Sabemos como é difícil ter esse suporte, estando longe de casa”.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io, Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.