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HOJE
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Estados Unidos de Bauru
Por Liga Nacional de Basquete
Com quatro jogadores nascidos nos EUA, time do interior paulista forma uma legião americana, sem deixar de lado as características brasileiras
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Bauru contará com uma "República dos EUA" na próxima temporada do NBB (Montagem/LNB)
Cerca de 7.000 km separam Bauru, no estado de São Paulo, no Brasil, dos Estados Unidos. Porém, o NBB encurtou bastante a distância entre os bauruenses e os americanos. Na próxima temporada da competição, quatro atletas nascidos nos EUA vão jogar no Paschoalotto/Bauru: o armador Larry Taylor, o pivô Jeff Agba, o ala John Thomas e o pivô DeAndre Coleman. Um recorde na história do campeonato.
O número só foi possível porque Larry se naturalizou brasileiro – integrando, inclusive, a Seleção Brasileira masculina de basquete nas Olimpíadas de Londres. Com isso, mais uma vaga para estrangeiros foi aberta no Bauru, já que o máximo permitido é de três por elenco. Agba renovou, e o time do interior paulista foi ao mercado para contratar Thomas e Coleman.
Apesar de todos terem nascido nos EUA, dois já podem se considerar brasileiros. Larry, literalmente, por ter se naturalizado. Jeff está no Brasil desde 2009 e já está completamente adaptado ao país. Segundo Guerrinha, técnico do Bauru, esse fato foi primordial para que a equipe buscasse mais estrangeiros.
“Se fosse para ter quatro estrangeiros para valer, jamais faria isso no meu time”, disse Guerrinha. “Dois dos nossos americanos são praticamente brasileiros. Eles falam a nossa língua, têm os mesmos hábitos que nós temos, estão integrados à nossa cultura”, explicou.
Graças a isso, Guerrinha espera que a adaptação de Thomas – que já jogou o NBB pelo Assis Basket em 2009/2010 – e Coleman seja muito rápida e tranquila. De acordo com o treinador do Bauru, Larry e Jeff serão “tradutores culturais”. “Uma coisa é a gente tentar passar os nossos hábitos para os americanos. Vai ser mais fácil com o John e o DeAndre recebendo as informações do Larry e do Jeff”, afirmou.
Conhecido como o país do basquete, os EUA são exportadores naturais de jogadores para todos os países do mundo, a exemplo do que o Brasil faz no futebol. Os atletas americanos tem o basquete no sangue desde pequenos e contam com uma grande estrutura para se formarem dentro do esporte.
“A formação dos americanos é diferente. Fisicamente e tecnicamente. Eles começam na escola, aprendendo valores como disciplina e educação desde cedo. O esporte nos EUA vem desde a escola. E o trabalho coletivo deles é diferente. Eles valorizam muito o fundamento e o trabalho de defesa. Eles têm uma política esportiva diferente”, destacou Guerrinha.
A vinda de estrangeiros não é uma prática apenas do Bauru, mas uma tendência do NBB. Na temporada 2011/2012, foi quebrado o recorde de jogadores de fora do Brasil na competição: 31, sendo 22 dos EUA. Um sinal claro da globalização, que é vista não só no basquete, mas como em todos os esportes e em todas as áreas do cotidiano. Mas os custos para contratar um estrangeiro também ajudam, já que o NBB e o bom momento vivido pelo basquete brasileiro valorizaram os atletas do Brasil.
“Nós temos jogadores bons no Brasil, mas é questão de mercado. Esses americanos nos custam o preço que está compatível com a nossa realidade. Eu gostaria de ter outros brasileiros, mas é uma questão administrativa”, falou Guerrinha, que também elogiou o nível apresentado pelo NBB a cada temporada e apontou esse fato como mais um fator que ajuda a convencer cada vez mais estrangeiros a jogarem no Brasil.
“Isso [a chegada de estrangeiros] ajuda o NBB a melhorar seu nível. E quanto mais o nível do NBB for melhor, mais estrangeiros vão se interessar em jogar no nosso país. A globalização é natural. A NBA tem muitos estrangeiros”, comentou. “Estão percebendo a melhora do nosso campeonato, que já é um dos melhores do mundo. O Larry e o Agba renovaram porque a liga está forte. O Thomas saiu da liga argentina. O Coleman tinha opção de ir para a Argentina, Uruguai ou Venezuela, mas pelas informações que recebeu, preferiu vir para cá”, completou.
E assim se formou a República dos EUA em Bauru. Lógico, sempre com uma pitada verde e amarela.
O NBB é um campeonato organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a Rede Globo e com patrocínio Eletrobras, Caixa, Penalty e Netshoes.