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Estados Unidos de Bauru

06-08-2012 | 11:46
Por Liga Nacional de Basquete

Com quatro jogadores nascidos nos EUA, time do interior paulista forma uma legião americana, sem deixar de lado as características brasileiras

Bauru contará com uma "República dos EUA" na próxima temporada do NBB (Montagem/LNB)

Cerca de 7.000 km separam Bauru, no estado de São Paulo, no Brasil, dos Estados Unidos. Porém, o NBB encurtou bastante a distância entre os bauruenses e os americanos. Na próxima temporada da competição, quatro atletas nascidos nos EUA vão jogar no Paschoalotto/Bauru: o armador Larry Taylor, o pivô Jeff Agba, o ala John Thomas e o pivô DeAndre Coleman. Um recorde na história do campeonato.

O número só foi possível porque Larry se naturalizou brasileiro – integrando, inclusive, a Seleção Brasileira masculina de basquete nas Olimpíadas de Londres. Com isso, mais uma vaga para estrangeiros foi aberta no Bauru, já que o máximo permitido é de três por elenco. Agba renovou, e o time do interior paulista foi ao mercado para contratar Thomas e Coleman.

Apesar de todos terem nascido nos EUA, dois já podem se considerar brasileiros. Larry, literalmente, por ter se naturalizado. Jeff está no Brasil desde 2009 e já está completamente adaptado ao país. Segundo Guerrinha, técnico do Bauru, esse fato foi primordial para que a equipe buscasse mais estrangeiros.

“Se fosse para ter quatro estrangeiros para valer, jamais faria isso no meu time”, disse Guerrinha. “Dois dos nossos americanos são praticamente brasileiros. Eles falam a nossa língua, têm os mesmos hábitos que nós temos, estão integrados à nossa cultura”, explicou.

Graças a isso, Guerrinha espera que a adaptação de Thomas – que já jogou o NBB pelo Assis Basket em 2009/2010 – e Coleman seja muito rápida e tranquila. De acordo com o treinador do Bauru, Larry e Jeff serão “tradutores culturais”. “Uma coisa é a gente tentar passar os nossos hábitos para os americanos. Vai ser mais fácil com o John e o DeAndre recebendo as informações do Larry e do Jeff”, afirmou.

Conhecido como o país do basquete, os EUA são exportadores naturais de jogadores para todos os países do mundo, a exemplo do que o Brasil faz no futebol. Os atletas americanos tem o basquete no sangue desde pequenos e contam com uma grande estrutura para se formarem dentro do esporte.

“A formação dos americanos é diferente. Fisicamente e tecnicamente. Eles começam na escola, aprendendo valores como disciplina e educação desde cedo. O esporte nos EUA vem desde a escola. E o trabalho coletivo deles é diferente. Eles valorizam muito o fundamento e o trabalho de defesa. Eles têm uma política esportiva diferente”, destacou Guerrinha.

A vinda de estrangeiros não é uma prática apenas do Bauru, mas uma tendência do NBB. Na temporada 2011/2012, foi quebrado o recorde de jogadores de fora do Brasil na competição: 31, sendo 22 dos EUA. Um sinal claro da globalização, que é vista não só no basquete, mas como em todos os esportes e em todas as áreas do cotidiano. Mas os custos para contratar um estrangeiro também ajudam, já que o NBB e o bom momento vivido pelo basquete brasileiro valorizaram os atletas do Brasil.

“Nós temos jogadores bons no Brasil, mas é questão de mercado. Esses americanos nos custam o preço que está compatível com a nossa realidade. Eu gostaria de ter outros brasileiros, mas é uma questão administrativa”, falou Guerrinha, que também elogiou o nível apresentado pelo NBB a cada temporada e apontou esse fato como mais um fator que ajuda a convencer cada vez mais estrangeiros a jogarem no Brasil.

“Isso [a chegada de estrangeiros] ajuda o NBB a melhorar seu nível. E quanto mais o nível do NBB for melhor, mais estrangeiros vão se interessar em jogar no nosso país. A globalização é natural. A NBA tem muitos estrangeiros”, comentou. “Estão percebendo a melhora do nosso campeonato, que já é um dos melhores do mundo. O Larry e o Agba renovaram porque a liga está forte. O Thomas saiu da liga argentina. O Coleman tinha opção de ir para a Argentina, Uruguai ou Venezuela, mas pelas informações que recebeu, preferiu vir para cá”, completou.

E assim se formou a República dos EUA em Bauru. Lógico, sempre com uma pitada verde e amarela.

O NBB é um campeonato organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a Rede Globo e com patrocínio Eletrobras, Caixa, Penalty e Netshoes.