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Estrela paraguaia

08-12-2011 | 07:24
Por Liga Nacional de Basquete

Destaque no Pré-Olímpico das Américas, o pivô paraguaio Guillermo Araujo chega ao Brasil e inicia treinamentos com o Paulistano. Confira entrevista

Divulgação

A contratação estava acertada há algum tempo, mas faltava vê-lo em pessoa. O pivô da seleção paraguaia Guillermo Araújo, que brilhou no último Pré-Olímpico das Américas (17 pontos, 5,5 rebotes e 2 tocos por partida), havia fechado um acordo com o Paulistano/Unimed há algumas semanas, mas estava jogando os playoffs da Liga Paraguaia pelo Libertad, antes de se apresentar ao time de São Paulo. Na última segunda-feira (5) ele finalmente pisou em solo brasileiro.

Um dia depois de chegar ao país o jogador foi para quadra e já impressionou companheiros e comissão técnica no seu primeiro treino com o time vermelho e branco da capital paulista. Com técnica apurada, bom arremesso de média e longa distância e muita disposição, foi grata surpresa nos seus primeiros passos como atleta do Paulistano/Unimed. Na quarta-feira, em treino tático, o pivô penou um pouco para aprender as jogadas que o resto do time sabe de cor, mas se saiu bem.

Após os exercícios ele nos atendeu em português quase perfeito: “Morei 3 anos em Ciudad Del Este e lá assistia muita televisão brasileira”, explicou com um sorriso.

– Onde você começou a sua carreira e quando entrou na Seleção Paraguaia?

Joguei quase sempre no Sol de America, um dos melhores time do Paraguai. Mas acabei de voltar do lá onde disputei a final da Liga Paraguaia jogando pelo Libertad e justamente contra o Sol de America. Ganhamos o primeiro torneio do ano, perdemos para eles a final do segundo e no playoff decisivo com o campeão dos dois torneios, perdemos o chamado “título absoluto” da temporada.

Jogo na seleção adulta do Paraguai desde os 16 anos, mas só aos 18 ou 19 que consegui virar protagonista do time. Pela seleção joguei bem no último pré-olímpico, mas o resto do time não conseguiu render tanto. O nível lá é muito alto, é a elite dos jogadores. Foi uma experiência muito boa, bonita e vou contar para meus filhos e netos que joguei contra jogadores daquele nível, como o Luís Scola. Mas a sensação era essa até entrar em quadra, lá dentro só pensava em jogar.

– Qual foi a importância de jogar bem em um torneio desse nível para a sua carreira?

Foi importante jogar bem pela seleção para chamar a atenção de outros times fora do Paraguai. Depois do pré-olímpico recebi muitas propostas da Venezuela, Colômbia, Argentina, México e aqui do Brasil também. Mas nem todas essas propostas eram de contratos garantidos, e isso o Paulistano me ofereceu. Fui informado de que é um clube sério e bem organizado e isso me atraiu.

– O que mais fez você se decidir pelo Brasil e especialmente pelo Paulistano/Unimed?

Além do contrato garantido, o Paulistano disputa um campeonato competitivo que recebe a atenção de muita gente. É uma grande liga. Estou me sentindo muito bem aqui, feliz e meus parceiros já me receberam de braços abertos.

Também gostei quando conversei com o técnico Gustavo De Conti e ele pediu que eu fosse um jogador completo, que eu ajudasse no ataque e na defesa. Não como quando fui na Venezuela e o técnico me pediu que eu me focasse só na defesa, mal me envolvia no ataque, que é onde ganho a confiança no meu jogo. Aqui parecem entender mais como eu jogo.

– Como é chegar com o campeonato já iniciado e o time bem entrosado?

Eu estrago um pouco os treinos para os meus companheiros e para o meu técnico, é verdade. Mas tenho que aprender e me acostumar com o estilo de jogo e acho que estou conseguindo. Assim que cheguei no aeroporto perguntei para o Gustavo o que ele precisava de mim. Ele disse para eu jogar o que eu sei, conhecer e me entrosar com os meus companheiros e ir para o jogo.

Gostei também do nível dos meus companheiros, parece bem alto. Ainda não vi os outros times da liga de perto, mas os nossos jogadores parecem ótimos e nem são tão jovens assim, tem alguns caras mais experientes para ajudar e manter tudo sob controle.

– Qual é seu estilo dentro da quadra?

O meu estilo de jogo é típico de pivô, embaixo da cesta. Mas quando necessário eu sei arremessar de três pontos, jogar de frente para o defensor e infiltrar Jogo nas posições 4 e 5, faço o que for necessário para ganhar os jogos. Mas também admito que sou mais completo ofensivamente do que na defesa.

– A família vêm morar com você no Brasil ou vai ficar no Paraguai?

Tenho um filho de 2 anos que gosta muito de basquete, assiste todos os meus jogos na TV, vai sempre no ginásio. Mas ele ainda não veio, sua documentação ainda não está pronta. Em breve ele deve vir junto da minha noiva.

FICHA TÉCNICA

Nome: Guillermo Araújo
Posição: Pivô
Número: 11
Local de Nascimento: Assunção, Paraguai
Data de Nascimento: 20 de Setembro de 1982
Altura: 2,05m
Último clube: Libertad (Paraguai)