#JOGAJUNTO

NBB Caixa

Eu tô voltando pra casa…

09-08-2012 | 04:54
Por Liga Nacional de Basquete

Olivinha nasceu para vida no Rio de Janeiro e para o basquete no Flamengo. Após quatro anos no Pinheiros, o ala/pivô está ansioso pelo retorno às origens

A vibração característica de Olivinha nos jogos voltará a ser vista no Flamengo no próximo NBB (João Pires)

O bom filho à casa torna… Novamente. A relação do ala/pivô Olivinha com o Flamengo é cheia de idas e vindas. Irmão de Olivia, ex-ala/pivô da Seleção Brasileira, com o basquete em seu sangue, o atleta começou a sua carreira nas categorias de base do clube rubro-negro, em 1998, com 15 anos. Lá, passou por todas as categorias e chegou ao adulto, onde pôde jogar, entre outros, com ídolos como Oscar Schmidt. Em 2004, houve a primeira despedida, para jogar no Corinthians/Mogi, de onde foi para o Rio/Telemar. Dois anos depois, o primeiro retorno, que durou até 2007. Foram cinco anos longe da Gávea. Mas o bom filho está de novo de volta, e agora com outro status.

Nesses últimos cinco anos, Olivinha jogou no México (Barreteros de Zacatecas) e no Uberlândia, mas o melhor momento de toda a carreira aconteceu no Pinheiros/SKY, clube que representou em todas as quatro edições do NBB. Em São Paulo, uma cidade muito diferente do Rio de Janeiro onde nasceu, o ala/pivô, agora com 29 anos, bateu todos os recordes de sua vida e conseguiu uma convocação para a Seleção Brasileira adulta. Conquistou feitos inéditos para o clube paulista, como o título estadual e finais em torneios internacionais, mas ficou sem a conquista do NBB – o máximo alcançado foi o terceiro lugar em 2010/2011 e 2011/2012.

Depois de quatro temporadas pelo Pinheiros, Olivinha estava totalmente adaptado à cidade de São Paulo e não pensava em deixá-la até surgir uma nova oportunidade de defender as cores rubro-negras em sua cidade natal. “A proposta me encantou”, disse o jogador. Era hora de encerrar o ciclo paulista e recomeçar um novo em suas casas: o Rio e o Flamengo. “Conheço tudo de lá [no Flamengo], todos os funcionários”, explicou.

Pesou o fato de o Flamengo estar montando um supertime, com grandes contratações, incluindo a do ala Marquinhos, companheiro de Olivinha nas duas últimas temporadas no Pinheiros. E agora, o irmão de Olivia chega à Gávea como um dos personagens que têm como missão levar de volta o título do NBB para o clube rubro-negro.

Nessa entrevista, Olivinha fala sobre sua expectativa para voltar ao Flamengo após tanto tempo, sobre como se emocionou ao comunicar sua saída ao Pinheiros, sua readaptação ao Rio de Janeiro e a ansiedade para acabar de vez com suas férias. “Estou louco para voltar a treinar”, confessou.

Olivinha (o último da esq. para dir.) no começo de sua carreira, no Flamengo (Arquivo pessoal)

LNB – O que te fez decidir sair do Pinheiros e voltar para o Flamengo?

Olivinha – Antes de tudo, pesou muito o fato de o Flamengo ter formado um time com grandes jogadores e uma grande comissão técnica. O elenco montado é um dos mais fortes do campeonato. E no Flamengo, estou em casa, conheço tudo, todos os funcionários. Quando foi confirmado que eu iria voltar, todo mundo ficou feliz, muita gente que me viu na adolescência veio falar comigo. Sem contar que estou voltando para a minha cidade, onde estão a minha família e amigos.

Já havia algum tempo dentro de você o desejo de voltar a morar no Rio?

Sinceramente, eu não estava pensando agora em voltar para o Rio de Janeiro. Eu estava negociando a renovação do meu contrato com o Pinheiros, estava muito intensa. Mas aí chegou a proposta do Flamengo, que me encantou, e decidi voltar.

Quais são as lembranças do Pinheiros que ficarão marcadas para sempre na sua memória?

Cheguei à Seleção Brasileira graças ao meu trabalho no Pinheiros. Logo no meu primeiro ano, consegui me destacar e representar o Brasil. Fiz quatro boas edições do NBB. Fizemos história ao conquistar o Paulista, o Pinheiros nunca tinha sido campeão paulista no adulto. Faltou um NBB e um título internacional, que bateu na trave por três vezes. Mas isso tudo é positivo. Devo muito ao Pinheiros, eu chorei muito quando avisei a diretoria e meus companheiros que iria sair do clube. Foram quatro anos de muitas alegrias. Cumpri meu objetivo. Agora é hora de um novo desafio.

O que faltou para o Pinheiros ser campeão do NBB?

A temporada passada com o Pinheiros foi fantástica. Infelizmente, na reta final, tivemos problemas de contusões que atrapalharam muito o nosso time. Mas, no geral, foi um excelente campeonato. Todo mundo ficou orgulhoso com a nossa campanha, levamos muito público para o ginásio do Pinheiros, tinha gente que não conseguia entrar para ver nossos jogos. Fiquei muito satisfeito com a minha passagem pelo Pinheiros.

Sobre o novo time do Flamengo, o que esperar dessa equipe com grandes nomes no papel? Como você imagina que será o entrosamento entre vocês?

São vários jogadores novos na equipe. Por ser um trabalho quase inteiramente novo, vai requer um certo tempo, mas não vai ser difícil. Alguns jogadores já atuaram juntos tanto por clube como pela seleção. Ninguém vai contestar a qualidade desse time.

A dupla de longa data com Marquinhos seguirá, agora no clube rubro-negro (Ricardo Amaro)

Casa nova, mas a dupla com o Marquinhos continua. Você disse que o vê como um irmão. O que você tem a dizer sobre ele?

Com certeza que a vinda do Marquinhos para o Flamengo ajudou a me influenciar a vir. Nossas negociações foram realizadas ao mesmo tempo, chegamos a conversar sobre isso. Ele é, mesmo, como um irmão para mim, além de um excelente jogador. Joguei com ele por três temporadas. Ele estava no meu primeiro ano de Pinheiros, saiu no segundo e voltou no terceiro. Nosso entrosamento é muito grande. Cada um conhece o estilo do outro. Além disso, posso contar com ele sempre, isso vai ajudar no entrosamento com o restante da equipe.

Você é carioca, mas ficou muito tempo em São Paulo. Demorou para voltar a se adaptar à Cidade Maravilhosa?

Eu já estava quase virando um paulista. O clima de São Paulo e do Rio são muito diferentes. Faz muito frio em São Paulo. Quando ia para o Rio, era só fazer um calorzinho que complicava, eu sentia muito. Mas agora estou voltando a ficar mais adaptado ao clima do Rio.

Você ainda está de férias do contato com a bola, já que o elenco do Flamengo ainda não se reapresentou. Desde o seu último jogo, são mais de dois meses. Está com muita saudade do trabalho dentro da quadra?

Estou que nem louco para voltar a treinar. Fico nervoso, vejo os jogos pela TV e quero participar. Quero voltar à rotina de treinos, sem contar a ansiedade pela reestreia no Flamengo.