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Expertem playoffs

31-03-2018 | 04:03
Por Douglas Carraretto

Estudo? Coração? Fator casa? O tricampeão Arthur Belchor tem a fórmula para o Vitória vencer a série oitavas de final contra o Minas

Arthur tem 3 títulos do NBB CAIXA pelo Brasília e carrega uma vasta experiência em playoffs (João Pires/NBB)

Quem carrega três títulos de NBB CAIXA no currículo tem propriedade de sobra para falar de playoffs. Aos 35 anos, Arthur Belchor, um dos destaques do Universo/Vitória, coleciona 89 partidas de mata-mata do maior campeonato do basquete brasileiro na bagagem, com 50 vitórias. De 21 séries disputadas ao longo dessa trajetória, venceu 15.

Deu para ver que Arthur é um expert em playoffs, não é mesmo? Agora, o camisa 4 do Leão dará início à sua 22ª série de mata-mata de NBB CAIXA na carreira neste domingo (01/04), no Jogo 1 das oitavas de final contra o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte (MG), às 14 horas (de Brasília), ao vivo no SporTV.

Mas qual seria o segredo para vencer uma série de mata-mata? Tricampeão do NBB CAIXA (todos pelo UniCEUB/Brasília), o experiente ala deu sua fórmula.

“Playoff é outro campeonato. Tem que ter foco total, estudar muito bem o adversário, ter uma estrutura de jogo bem consolidada. É importante saber que é um jogo decisivo, diferente dos outros, e encarar cada um deles como se fosse uma final”, pontuou Arthur.

Fator casa

Mas e o fator casa? O Vitória é dono do melhor retrospecto atuando como mandante dos times das oitavas de final: 11 vitórias e três derrotas (quase 80% de aproveitamento). O desempenho é idêntico ao do Mogi (4º) e também do Solar Cearense (10º), e inferior apenas aos dos três primeiros colocados Flamengo (13-1), Paulistano (14-0) e Sesi Franca (13-1).

Apesar da animadora campanha quando joga ao lado de seu torcedor, que teve triunfos sobre equipes “poderosas” como Mogi e Bauru, o Vitória venceu apenas três das 14 partidas disputadas fora de casa na fase de classificação do NBB CAIXA. E quando se trata de playoff, ganhar no território adversário faz toda a diferença.

“Tivemos um ótimo retrospecto em nossa casa e isso nos dá muita confiança para esse primeiro playoff que temos o mando de quadra. A vantagem que se resume apenas no mando de quadra em um possível Jogo 5. Sabemos que um bom time tem que ganhar fora também, ainda mais nos playoffs”, analisou Arthur.

Vitória ganhou 11 dos 14 jogos que jogou em Cajazeiras, desempenho inferior somente ao dos 3 primeiros colocados (Raul Spinassé/LNB)

Oitavo colocado na fase de classificação, o Vitória terá o mando de quadra na série contra o Minas, que terminou na nona posição. A equipe baiana mandará os Jogos 2 e 3 no Ginásio de Cajazeiras, além de um possível Jogo 5 (se necessário). O vencedor da série enfrentará o líder Flamengo nas quartas.

Classe e experiência

Contratado pelo Vitória na temporada passada, Arthur chegou para dar um toque de “classe” e experiência ao elenco do rubro-negro, que no ano anterior de sua chegada havia terminado o NBB CAIXA em 11º. Junto do “All Star” Kenny Dawkins, também contratado para a edição passada, a missão de Arthur era elevar o nível da equipe levá-la a voos mais altos – tarefa esta cumprida com tamanha maestria.

Logo em seu primeiro ano, o camisa 4 ajudou o Vitória a chegar à semifinal do NBB CAIXA – com direito a eliminação sobre o favorito Mogi nas quartas – e terminar o campeonato na terceira posição, o que lhes rendeu uma vaga na Liga Sul-Americana – a primeira competição internacional do basquete baiano em toda a história. Não falamos que ele era um expert em playoffs?

“A temporada passada foi muito legal e fomos uma surpresa muito positiva. Desbancamos um dos favoritos ao título (Mogi) e conseguimos o glorioso terceiro lugar. Foi uma troca de experiências muito legal. Pude ajudar a equipe no aspecto da tranquilidade e confiança de que poderíamos sempre mais”, contou Arthur.

Arthur e sua expertise em playoffs ajudaram o Vitória a ir à semifinal. O que será que vem por aí neste ano? (Raul Spinassé/LNB)

Já na atual temporada, Arthur tem média de 10,5 pontos por partida e segue como uma das grandes referências do ataque rubro-negro. Sua especialidade são as bolas de 3 pontos, no qual contabiliza um expressivo aproveitamento de 42% (1,7 acertos em 4,0 tentativas por jogo).

+Estatísticas completas da carreira de Arthur no NBB CAIXA

“Ao mesmo tempo também aprendi e aprendo muito. Houve uma química muito legal entre todos. Eles me respeitaram e me deram liberdade para ser um dos líderes da equipe e assim poder ajuda-los com a minha experiência. É o que tentarei fazer nesses playoffs”, concluiu o camisa 4 do Vitória.

Ainda na presente edição, o ala natural de Brasília (DF) completou uma expressiva marca pessoal: se tornou o 11º jogador na história a ultrapassar a marca dos 4.000 pontos no NBB CAIXA. Até hoje o feito foi realizado somente por atletas de tamanho renome no basquete nacional, como Shamell, Marquinhos, Alex Garcia, Marcelinho Machado e seu companheiro de time Murilo Becker.

O Minas

O Minas está bastante “fresco” na cabeça do Vitória. Isso porque os dois se enfrentaram no último domingo (25/03), justamente na Arena Minas, palco do Jogo 1 da série oitavas de final. Na ocasião, o Leão acabou derrotado, por 80 a 78.

No entanto, no duelo em Cajazeiras no primeiro turno, a história foi bem diferente: expressivo triunfo por 82 a 57 (25 pontos de diferença).

Esse resultado em Salvador foi crucial para os rubro-negros adquirirem a vantagem no desempate com o Minas e assim garantirem o mando de quadra nas oitavas, já que as duas equipes terminaram a fase de classificação com campanhas idênticas: 14 vitórias e 14 derrotas – o critério foi o saldo dos jogos entre eles.

O Minas teve o quinto pior ataque da fase de classificação NBB CAIXA, com média de 71,5 pontos por partida. No entanto, uma de suas principais virtudes é a defesa, que sofre em média 74,5 pontos por duelo, a sexta melhor da competição.

Vitória e Minas terminaram a fase de classificação com campanhas idênticas. Vem emoção por aí? (Caio Casagrande/LNB)

A equipe mineira, que é dirigida pelo técnico e ex-jogador Flávio Espiga, conta com nomes de alto calibre no elenco, como o armador Gegê, único pentacampeão consecutivo da história do NBB CAIXA e líder em assistências da atual temporada (média de 7,0 por jogo).

Além de Gegê, o pivô Wesley Castro, uma das grandes surpresas do campeonato, é o cestinha do time (13,9 pontos por jogo) e uma das peças mais perigosas por lá. Seu companheiro de garrafão, o experiente Teichmann, representa a alma defensiva da equipe, não à toa é líder em tocos (1,9 por jogo) e segundo em roubos de bola (1,9 por jogo) do campeonato.

+“Xerife” Teichmann confia na “pegada” do Minas para enfrentar o Vitória

Arthur também fez sua análise sobre o rival. O jogador elogiou a equipe mineira, mas ressaltou que o Leão está pronto para “rugir” e seguir firme rumo às quartas de final contra o líder Flamengo.

“O Minas também fez um campeonato muito bom. Eles exploraram muito bem as peças que têm e apresentaram um ótimo jogo de pick and roll (bloqueio na bola), além de uma defesa bem sólida. Certamente será uma série muito difícil, mas estamos preparados para vencer”, finalizou Arthur.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, INFRAERO, Avianca, Nike, Penalty e Wewi e os apoios do Açúcar Guarani e do Ministério do Esporte.

Calendário da série

Jogo 1 – 01/04 (domingo), às 14 horas, na Arena Minas, em Belo Horizonte (ao vivo no SporTV)
Jogo 2 – 04/04 (quarta), às 19h30, no Ginásio de Cajazeiras, em Salvador (ao vivo no SporTV)
Jogo 3 – 06/04 (sexta), às 21 horas, no Ginásio de Cajazeiras, em Salvador (ao vivo no Twitter)
Jogo 4* – 09/04 (segunda), horário a definir, na Arena Minas, em Belo Horizonte
Jogo 5* – data e horário a definir, no Ginásio de Cajazeiras, em Salvador

* Se necessário

+Veja o calendário de todas as séries das oitavas de final do NBB CAIXA