#JOGAJUNTO

NBB Caixa

Desafio da vida

06-05-2025 | 09:59
Por Marcius Azevedo

Bacharel em Esporte pela USP, Fabrício Fernandes aplica o que aprendeu no ambiente acadêmico e bagagem que adquiriu no basquete na primeira chance como técnico no São Paulo

Uma oportunidade inesperada, um enorme desafio. Aos 35 anos, Fabrício Fernandes assumiu o comando do São Paulo com apenas dois jogos para o fim da temporada regular do NBB CAIXA 2024/25. Mas o jovem treinador não caiu de paraquedas. A escolha da diretoria de efetivá-lo após optar pela saída do técnico Guerrinha foi baseada no trabalho diário do então auxiliar.

Apesar da pouca idade, sendo o terceiro treinador mais novo da atual edição, atrás apenas de Vitor Galvani (Pinheiros) e Renan Gitiony (Pato Basquete), Fabrício tem bastante experiência até mesmo em outras modalidades, já que trabalhou como assistente técnico de futebol feminino no Centro Olímpico.

A trajetória no basquete começou em 2013, como estagiário em análise de jogo no Pinheiros. No ano seguinte, já foi efetivado como analista e, com o passar dos anos, foi se aproximando das funções de quadra: de analista para segundo assistente, depois primeiro assistente e agora treinador no São Paulo, onde chegou em 17 de janeiro de 2024.

Fabrício Fernandes conversa com Paulo Lourenço; grupo está sendo fundamental no trabalho do treinador. Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Neste período, Fabrício teve uma passagem pela seleção adulta como analista, na AmeriCup em 2017, e mais três oportunidades de trabalhar em seleções de base como assistente técnico, nas equipes sub-15 e sub-16.

Bacharel em Esporte pela Universidade de São Paulo (USP), o treinador adota uma abordagem com os jogadores que considera um sistema como um todo interligado, em vez de partes isoladas. “Minha origem no esporte é do ambiente acadêmico, que, sem sombra de dúvidas, moldou meu jeito de pensar a modalidade de forma sistêmica. Então, esse referencial teórico é meu ponto de partida”, explicou.

Para além da teoria, Fabrício traz para sua atual função tudo que aprendeu na prática com os treinadores com quem trabalhou. E não foram poucos, cada um com um estilo diferente do outro. “Todos que acompanhei tiveram sua parcela de importância na minha formação, mas destaco os que trabalhei por mais tempo ao lado: David Pelosini, Cláudio Mortari e Cesar Guidetti.”

O treinador também busca outras referências. “Dos que não trabalhei, me agradam as ideias de jogo do Dedé Barbosa, Demétrius Ferraciú e Léo Costa”, contou. “Passo grande parte do tempo estudando os jogos do NBB CAIXA, mas também busco materiais da Europa. Me agradam mais os conteúdos de defesa e jogo ofensivo em transição.”

Enfrentar Dedé Barbosa, um dos treinadores em que se espelha, em uma série de playoff, foi o primeiro grande desafio da carreira de Fabrício. Com defesa intensa e variação ofensiva, o São Paulo fez quatro bons jogos e surpreendeu o CAIXA/Brasília Basquete, que havia se classificado na quarta colocação. O triunfo por 3 a 1 colocou o Tricolor, o 13º na temporada regular, nas quartas de final.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por NBB CAIXA (@nbb)

“Sem dúvidas, é o maior desafio profissional da minha vida pela responsabilidade do cargo, pelo contexto da promoção e pelos resultados que vínhamos obtendo. A diretoria e meus pares da comissão técnica me passaram muita confiança e a receptividade dos atletas foi extraordinária. Tudo isso tem ajudado muito a exercer a nova função”, afirmou Fabrício, que elogiou o antecessor. “O Guerrinha é um profissional muito experiente dentro e fora das quadras, com um currículo como jogador e treinador que dispensa comentários. Desde o início do trabalho, abraçou de verdade a comissão técnica. Somos muito gratos a ele por tudo o que fez por nós.”

Segundo o treinador, os jogadores também têm sido fundamentais no processo. “Antes de experientes e qualificados, são pessoas do bem e de convívio muito agradável, e isso é algo que valorizo demais. Vivemos um ambiente de confiança, transparência e cumplicidade entre atletas e comissão técnica, e essa química tem dado resultado em quadra”, disse.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty, Universidades Cruzeiro do Sul, UMP, Whirlpool e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.