#JOGAJUNTO

Seleção Brasileira

Faltou pouco

02-08-2012 | 04:35
Por Liga Nacional de Basquete

Contra Rússia, Brasil faz melhor partida nas Olimpíadas, definida apenas em uma bola de três restando poucos segundos para o fim

A Rússia era o primeiro grande desafio da Seleção Brasileira masculina de basquete nas Olimpíadas de Londres, e pode-se dizer que o Brasil foi aprovado no teste, nesta quinta-feira (02/08). Mostrando força na defesa e com uma grande atuação do armador Larry Taylor no último quarto, o time comandado pelo técnico Rubén Magnano chegou a estar perto do resultado positivo, liderando por um ponto faltando cerca de seis segundos para o fim, mas uma cesta de três do ala Vitaliy Fridzon, mesmo desequilibrado, deu a vitória para os russos por 75 a 74.

Saindo do banco, Larry comandou a virada brasileira no fim da partida. O armador, que atua no NBB pelo Paschoalotto/Bauru, marcou 12 pontos, sendo nove só no último quarto. Outro destaque foi o ala/armador Leandrinho, cestinha do Brasil com 16 pontos. Nenê, outro que veio do banco, ficou muito perto de um duplo-duplo, com 8 pontos e 10 rebotes. O ala/armador Alex, que jogou como um carrapato na marcação do ala russo Andrei Kirilenko, roubou três bolas durante o jogo.

Mesmo com Alex colado em suas jogadas, Kirilenko deixou a quadra como o cestinha da partida, com 19 pontos, um a mais do que o pivô Timofey Mozgov. O ala Aleksey Shved liderou as jogadas ofensivas da Rússia e saiu com 17 pontos e seis assistências.

Larry Taylor entrou durante a partida e foi fundamental para a boa atuação do Brasil (Gaspar Nobrega/inovafoto)

Após a partida, o sentimento do grupo brasileiro era uma mistura de frustração pela derrota nos últimos segundos e satisfação pela atuação vista contra a Rússia. “É triste perder na última bola. O mérito foi total do Fridzon, acertou uma bola mesmo desequilibrado. Achávamos que iriam acionar o Kirilenko, mas a bola foi para ele. Acontece, fica a lição para isso não acontecer no mata-mata”, disse o ala Marquinhos em entrevista ao SporTV. “A gente sabia que seria um arremesso rápido. Acabou que a bola foi para a zona morta, e eles conseguiram acertar, não sei como. Foi um grande jogo, temos de aprender com os erros”, afirmou Alex.

“Ninguém fica satisfeito com a derrota, mas não podemos nos influenciar por isso. Não vamos ficar muito felizes com uma vitória, nem tristes demais com uma derrrota. O ponto positivo foi que recuperamos uma desvantagem de 11 pontos. Precisamos melhorar nossa parte final para fechar bem uma partida”, complementou o ala/pivô Guilherme Giovannoni.

Não há tempo para remoer o jogo contra a Rússia, já que o próximo compromisso em Londres-2012 será neste sábado (02/08), contra a China, às 12h45, pela quarta rodada do grupo B. Uma vitória garante a classificação para as quartas de final. “O jogo com a China é fundamental”, falou Giovannoni. “Se jogarmos como hoje, temos chance de vencer”, concluiu o pivô Anderson Varejão.

O jogo

O começo foi de forte marcação das defesas. Tanto que os três primeiros pontos da partida só saíram após dois minutos e meio, após bola de três de Alex. A partida passou a ficar muito equilibrada, sem que um time abrisse diferença no placar. Mais uma cesta de três, dessa vez com Leandrinho, colocou o Brasil na frente (10 a 7), com a vantagem aumentando para cinco pontos com uma assistência de Marcelinho Huertas para Tiago Splitter (12 a 7).

A marcação de Alex em Kirilenko foi o ponto forte da defesa brasileira, limitando as ações do principal jogador russo. Ao contrário do jogo contra a Grã-Bretanha, o aproveitamento de cestas de três do Brasil estava impecável. Com um arremesso de Marquinhos, os brasileiros voltaram a abrir cinco pontos de diferença (17 a 12) e manteve a vantagem até o fim do primeiro quarto (20 a 15).

No segundo quarto, Kirilenko aproveitou alguns momentos em que Alex estava no banco e ganhou mais confiança e apareceu na partida. Antes zerado, o jogador com passagem na NBA fez 15 dos 25 pontos da Rússia no período. Os russos viraram e abriram sete pontos de vantagem (23 a 30), mas o Brasil não se esmoreceu e buscou a reação, com mais uma bola de três (Guilherme Giovanonni) e uma cravada de Nenê (28 a 30).

Só que a Rússia voltou a crescer e terminou o primeiro tempo na frente, com oito pontos de vantagem (32 a 40).

Leandrinho foi o cestinha do Brasil na partida (Gaspar Nobrega/inovafoto)

Na volta do intervalo, os russos abriram a maior diferença de pontos do confronto, 11 (36 a 47). Porém, o Brasil veio com uma postura defensiva melhor e foi voltando ao jogo aos poucos. Larry entrou no lugar de Huertas e começou a demonstrar que faria diferença na partida, quando fez dois pontos e sofreu a falta para diminuir a desvantagem (45 a 49). A Rússia manteve a liderança do placar geral no restante do período, mas uma bola de três de Leandrinho, com assistência de Larry, deu a vitória no terceiro quarto por 21 a 19 para o Brasil (53 a 59 no jogo).

Os últimos dez minutos trouxeram um Brasil avassalador. Larry viveu seu melhor momento nas Olimpíadas, comandando a reação definitiva da seleção. O armador fez os dois primeiros pontos (55 a 59) e fez um lance de três pontos, com cesta e falta, para deixar os brasileiros mais do que vivos no duelo (61 a 63). Leandrinho, em jogada individual, empatou (63 a 63). A virada veio com lances livres de Nenê (66 a 65).

Larry e Leandrinho eram os principais jogadores da partida naquele momento e fizeram dois pontos cada um que botaram o Brasil em grande vantagem faltando pouco mais de dois minutos para o fim (70 a 65). O placar parcial do quarto era de 17 a 6 para os brasileiros, deixando claro que o momento era todo do Brasil.

Mas o time da Rússia não estava morto e não poderia ser menosprezado. Os russos batalharam e chegaram ao empate com uma cesta de três de Shved, com apenas 26 segundos no cronômetro (72 a 72). Pelo tempo restante, cada time teria a chance de um ataque. O Brasil não desperdiçou seu avanço, com uma infiltração de Huertas, que havia voltado à quadra no lugar de Larry (74 a 72).

A última bola seria da Rússia, faltando seis segundos. O técnico dos europeus pediu tempo e Rubén Magnano, após analisar a formação rival, parou novamente, causando mais apreensão para quem via o jogo. A expectativa era de que Kirilenko fosse acionado, mas a bola foi para Fridzon, marcado por Leandrinho. Mesmo da zona morta e desequilibrado, o russo fez uma cesta de três salvadora. Leandrinho ainda tentou reverter o quadro sem sucesso.

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS DA SELEÇÃO BRASILEIRA MASCULINA DE BASQUETE

Olimpíadas de Londres

GRUPO A: Argentina, França, Tunísia, EUA, Lituânia e Nigéria

GRUPO B: Austrália, BRASIL, China, Grã-Bretanha, Espanha e Rússia

29 de Julho – BRASIL 75 x 71 Austrália

31 de Julho – BRASIL 67 x 62 Grã-Bretanha

02 de Agosto – BRASIL 74 x 75 Rússia

04 de Agosto – BRASIL x China, às 12h45

06 de Agosto – BRASIL x Espanha, às 16h00

*horários de Brasília