HOJE
Fator Fúlvio
Por Liga Nacional de Basquete
Números mostram que bom desempenho do armador Fúlvio é fundamental para São José na série semifinal do NBB contra o Flamengo
Armar, comandar, conduzir, organizar. Estas são algumas das funções do armador no basquetebol. No São José/Unimed, a missão está nas mãos de ninguém menos que Fúlvio, líder em assistências de toda a história do NBB, com 1016 passes decisivos. O papel do camisa 11 é como de um motor, o que faz o time funcionar.
“O Fúlvio é um jogador que tenho muita confiança . Ele realmente é um técnico dentro de quadra. Sabe o que eu penso, sabe tudo que eu gosto e tenta colocar isso em pratica. Ele tem uma liderança muito grande sobre a equipe. Tem total liberdade para tomar as decisões, ou seja, além de um excelente jogador, é um grande líder no time”, comentou o técnico do São José, Régis Marrelli.
A extrema importância que Fúlvio tem em sua equipe pode ser exemplificada a partir da série semifinal contra o Flamengo. No primeiro jogo do confronto, em casa, o jogador teve uma excepcional atuação, com 17 pontos e 13 assistências, em 39 minutos em quadra. A partida ainda teve um sabor especial para o armador, já que ele se tornou o primeiro atleta a ultrapassar a marca de 1.000 passes decisivos na história NBB.
Já no segundo duelo da série, no Rio de Janeiro, o armador não conseguiu pegar uma boa sequência no confronto e dar um ritmo maior a sua equipe. Em 27 minutos, o garçom do NBB registrou 20 pontos, mas distribuiu apenas duas assistências.
Também fora de casa, o jogo seguinte foi um pouco mais nervoso para Fúlvio. Com 7 mil flamenguistas o atormentando durante quase todos os também 27 minutos que esteve em quadra, o jogador sofreu com as faltas e ainda se envolveu em uma confusão com o paraguaio do time rubro-negro, Bruno Zanotti, que lhe rendeu uma falta técnica. Mais tarde, o armador ainda teve que deixar a partida por cometer a sua quinta falta na partida. Desta forma, Fúlvio terminou o duelo com 14 pontos e mais uma vez com apenas duas assistências.
“É a estratégia do Neto. Ele faz um revezamento de jogadores para pressionar o Fúlvio na quadra inteira, marcar muito ele até irritar ele, irritar no bom sentido, de fazer com que ele sinta a pressão. E eles conseguiram, acabaram tirando ele do jogo. Então eu dou méritos ao Neto, ao Flamengo, que souberam anulá-lo nos dois jogos no Rio. Mas o Fúlvio tem a capacidade de sair disso, É um cara diferenciado, consegue mudar isso de uma hora para outra. Precisamos jogar basquete, e manter o foco no jogo”, afirmou o treinador joseense.
O técnico joseense disse ter conversado com Fúlvio sobre a questão da provocação, da catimba, e todos os fatores naturais em série de playoffs. Visando manter a disciplina e a concentração no jogo, o armador revelou ter feito até uma promessa a Régis Marrelli, afirmando que não tomará mais faltas técnicas.
“A estratégia passada pelo Flamengo foi boa, e tem que ser assim mesmo, pelo elenco que eles têm, pela rotação que eles têm no time, está certo. A provocação é algo natural, é coisa de playoff, precisamos nos acostumar. Em relação a isto, fiz até uma promessa para o Régis. Prometi que não vou tomar mais nenhuma falta técnica, mesmo que eu apanhe, seja xingado, que esteja rolando alguma briga, só levantarei os braços e continuarei jogando”, declarou Fúlvio.
Tomando por base as partidas da série semifinal contra os cariocas, conclui-se que o número de assistências distribuídas por Fúlvio nos confrontos é fator decisivos para as vitórias acontecerem. O armador é o líder disparado no ranking de servidas da atual temporada, com média de 7,45 por jogo.
Uma das marcas registradas que representam bem a força do São José no NBB é o ‘caldeirão’ Ginásio Lineu de Moura, que também tem total influência no ‘fator Fúlvio’. Quando joga diante de sua torcida, o camisa 11 aumenta consideravelmente sua produtividade em quadra. Na atual temporada, nos jogos em casa, o jogador supera sua média geral e distribui nove assistências por duelo diante da torcida joseense.
“Isso é natural. Qualquer jogador se sente melhor quando joga em casa, pois é onde você treina todos os dias, tem apoio da torcida, e comigo isso não é diferente. No Lineu de Moura a gente imprime um jogo mais de velocidade, nos expomos mais, já fora de casa seguramos um pouco mais, cadenciamos mais o jogo. Mas é isso aí, eu tenho que puxar o time, eu tenho que correr a quadra inteira, dar velocidade. A minha função é colocar o pessoal em condição de cesta, e é isso que vou tentar fazer no próximo jogo aqui em São José”, concluiu Fúlvio.