HOJE
Feliz da vida
Por Liga Nacional de Basquete
Destaque Jovem do NBB 2013/2014, armador Henrique Coelho, do Minas, relata alegria pela conquista e fala sobre importância da LDB na sua evolução
A idade é pouca, mas o potencial é muito. A cada ano que passa, o armador Henrique Coelho, de 21 anos, mostra que seu processo de evolução não acabará muito cedo e lhe renderá belos resultados. E o primeiro deles já apareceu. O garoto promessa do Minas Tênis Clube teve sua grande temporada coroada com o Troféu Destaque Jovem do NBB6, prêmio dado ao melhor jogador Sub-22 do campeonato.
“Fiquei sabendo pelos meus companheiros, que começaram a me parabenizar e eu não sabia o porquê. Aí eles me mandaram a foto que saiu no Instagram do NBB dizendo que eu tinha sido eleito como Destaque Jovem. Fiquei muito feliz. É uma das premiações mais importantes que o NBB criou. Nós que estamos começando agora seremos os representes do Brasil nas Olimpíadas e em outros torneios lá na frente, então acho que saber valorizar o momento do atleta é fundamental para a carreira e para a motivação”, comentou Henrique.
O prêmio faturado por Coelho na atual temporada já esteve em mãos de jogadores que hoje têm grande relevância no cenário nacional, como Raulzinho (2009/2010), que na época atuava pelo mesmo Minas e hoje joga no Gipuzkoa Basket (ESP), Vitor Benite (2010/2011), antes do Vivo/Franca e hoje bicampeão do NBB com o Flamengo, Gui Deodato (2011/2012) e Ricardo Fischer, ambos do Paschoalotto/Bauru; todos eles com passagens pela Seleção Brasileira.
“É uma responsabilidade. São todos excelentes jogadores. A próxima temporada agora é a temporada da firmação. Vou ter que trabalhar mais ainda e esse prêmio só me motiva a trabalhar mais e querer sempre mais. Tenho que agradecer também aos técnicos do Minas, tanto o (Carlos) Romano, quanto o Cristiano (Grama) por terem me dado as oportunidades de crescer. Comecei no Minas aos poucos, conquistando meu espaço e o pessoal foi respeitando e me dando confiança. Acho que isso foi fundamental para o meu crescimento”, disse Coelho.
A temporada 2013/2014 foi segunda de Coelho com a camisa do Minas, a terceira no NBB – o atleta defendeu o Uberlândia em 2011/2012 –, mas certamente, foi sua melhor. Bastante acionado pelo então técnico do Minas, o argentino Carlos Romano, o camisa 8 encerrou a competição com médias de 9,5 pontos, 2,1 assistências, 1,17 roubos de bola e 22,9 minutos por jogo, os melhores números de sua trajetória na competição nacional.
Mas não foi só nas estatísticas que Coelho subiu de patamar. Em quadra, o jogador se mostrou um atleta muito mais maduro, responsável e decisivo. A prova disso foram atuações cruciais para o Minas nas partidas do NBB6, como no jogo em que o armador de 21 anos acertou um arremesso no estouro do cronômetro que decretou a vitória mineira contra o Universo/Goiânia, por 75 a 74. Outro jogo que certamente não sairá da cabeça do jovem atleta foi o grande triunfo contra o campeão Flamengo, em casa, por 84 a 66, quando Coelho saiu do banco e fez 17 pontos em 20 tentados (85% de aproveitamento).
“Além de treinar muito, eu acho que a minha vontade foi fundamental. Eu sempre falo que levo três D’s na minha vida: determinação, dedicação e disciplina. Não só para o basquete, mas para toda a vida. Se você tiver essas três coisas no que você for fazer, as coisas vão ser bem feitas”, contou o armador de 1,84m.
Todo esse processo de evolução que Coelho vem passando nos últimos anos foi impulsionado por um fator fundamental: a LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete), competição nacional Sub-22 organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB) em parceria com o Ministério do Esporte e tem a chancela da Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
Em sua segunda participação no campeonato de base, Henrique teve atuação fantástica e foi considerado “imparável” durante a primeira fase. Atuando como um verdadeiro líder na equipe comandada por Cristiano Grama, o jogador foi um dos maiores destaques da competição e somou médias de 12,6 pontos e 4,11 assistências por jogo.
“Antigamente quem tinha com 18 anos ainda não estava preparado para entrar no adulto e ter uma responsabilidade. Acho que a LDB vai ajudar muito o Brasil a revelar mais atletas, ainda mais que o basquete está crescendo no Brasil de uma maneira impressionante, o que é muito bom e tomara que continue, o Brasil só tem a ganhar”, afirmou o atleta nascido em Uberlândia (MG).
Por conta de uma contusão sofrida em uma partida do NBB, Coelho desfalcou o Minas em quatro das cinco partidas do octagonal final da LDB – jogou no sacrifício na derrota para o UniCEUB/BRB/Brasília, por 62 a 61 -, porém, como um bom líder, não deixou de acompanhar as partidas da equipe mineira, que mostrou toda sua força e chegou até a decisão. Na grande final, o clube de Belo Horizonte acabou derrotado pelo anfitrião Flamengo, por 52 a 41, e ficou com a medalha de prata.
Seguindo os objetivos da LDB, Henrique Coelho voltou da competição Sub-22 mais notoriamente mais confiante, evoluído, com espírito e cabeça diferente, certamente mais preparado para encarar os desafios do NBB. Nascido em 1993, o atleta de 21 anos tem idade para jogar mais duas LDB’s em sua carreira e, com isso, espera usar a principal competição de base do país para seguir crescendo.
“Confiança acima de tudo. Além do treinamento você tem que estar com a cabeça boa para ir lá e fazer um bom jogo. Quando você joga com confiança, ainda mais com a responsabilidade e a liberdade que o Cristiano me dava, consegui trazer tudo isso para o NBB. Eu ainda tenho esse ano e mais outro de LDB e espero crescer e me preparar mais e mais”,
Para o Destaque Jovem do NBB6, a Seleção Brasileira Adulta é o principal objetivo de sua ainda curta carreira no basquete. Mesmo com diversas convocações para o selecionado verde-amarelo de base, Henrique espera um dia fazer parte do grupo principal comandado pelo argentino Rubén Magnano.
“Eu espero uma convocação para a Seleção Brasileira, pelo menos para treinar, para ver como é. Eu peguei Seleções Brasileiras de base, mas eu queria mesmo é estar ali com o principal. Queria uma oportunidade para ir lá treinar mesmo. Penso em continuar crescendo. Acho que meu jogo se encaixa no basquete europeu, quero, quem sabe, ir pro basquete europeu e, se der, para a NBA”, concluiu Henrique Coelho.