Fez história

Ao lado de norte-americana, Andreia (à dir.) escreveu seu nome na história da Copa América (Marcelo Filgueira/FIBA Américas)

A Copa América 2013 entrou para a história. E não foi por um novo recorde de pontos de um jogador ou por uma partida inesquecível. Pela primeira vez desde que começou a ser disputada, no ano de 1980, a competição continental conta com duas melhores entre os árbitros que apitarão os 40 jogos do torneio, nesta temporada realizado no Poliedro de Caracas, na Venezuela.

Árbitra do quadro do NBB, Andreia Silva, de 33 anos, é uma delas. Amante do basquete, a árbitra resolveu fazer o curso de arbitragem depois de não conseguir ser técnica. E a escolha deu certo. Depois de apitar três temporadas da maior competição de basquete do país, além de ter atuado no Sul-Americano Feminino Sub-15, em 2011, e na Copa América Sub-18, no ano seguinte, também entre as mulheres, Andreia foi convocada pela FIBA Américas e escreveu seu nome na história ao lado da norte-americana Lauren Bass.

“Foi uma convocação muito importante. A FIBA Americas está abrindo portas para as árbitras mulheres, pois não faz diferença no trabalho realizado entre homens e mulheres. Somos todos árbitros e somos iguais. A competição é muito legal, e de extrema importância. Me sinto realizada e muito feliz por estar aqui ” disse Andreia.

Andreia em ação na Copa América; árbitra trabalhou em quatro jogos até o momento (Samuel Velez/FIBA Américas)

Na última edição do NBB, Andreia entrou em quadra em 38 oportunidades, sendo que cinco delas foram em partidas das Finais da competição. Além da árbitra, que junto de Cristiano Maranho, representa o Brasil na Copa América, outras cinco mulheres apitaram jogos da temporada 2012/2013 da competição nacional.

“Gostei muito da convocação da FIBA Américas, inserindo duas mulheres no quadro de árbitros designados para atuar na Copa América. Este fato reforça ainda mais que o trabalho desenvolvido pela Liga Nacional de Basquete, em parceria com a CBB (Confederação Brasileira de Basketball) e suas federações, nos campeonato que organiza (NBB e LDB) está na direção correta. E o que importa e que realmente deve ser valorizado é o trabalho desenvolvido pelos árbitros (homens e mulheres) durante os jogos. Espero que ambas se destaquem neste campeonato, e possam levar os conhecimentos e experiências adquiridos nestes dias para seus países”, disse Flávia Almeida, coordenadora de arbitragem da LNB.

Em plena evolução, Andreia recebeu o chamado da FIBA Américas em um bom momento de sua carreira. Depois de apitar a final da primeira edição da LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete), em 2011, entre Flamengo e Bauru, a árbitra teve seu trabalho reconhecido e atuou nas semifinais das duas últimas temporadas do NBB.

“A Andreia faz parte de um grupo de novos árbitros que estão sendo trabalhados na LDB. O objetivo principal é propiciar a estes árbitros situações de liderança e administração de jogo para que possam se tornar árbitros principais em um futuro próximo no NBB. Acredito que ela vem realizando um bom trabalho dentro do que está sendo proposto e poderá chegar ainda mais longe trabalhando em equipe, mantendo o foco e a disciplina, além de continuar estudando e se dedicando. Espero que ela possa passar aos companheiros de arbitragem, na volta ao Brasil, todos os ensinamentos aprendidos nesta competição”, concluiu Flávia.