
HOJE

Inspiração familiar
Por Marcius Azevedo
Filho do árbitro Gustavo Mathias, Caio Aguilar recebe dicas de como defender sem cometer faltas e se destaca na LDB como um marcador implacável pela SeleBauru sub-17
A aplicação defensiva impressiona. Caio Aguilar, atleta da seleção brasileira sub-17 que representa o Bauru Basket na LDB 2025, é incansável na tarefa de evitar que o adversário tenha facilidade para chegar à cesta. As dicas de como se comportar em quadra para evitar faltas desnecessárias, o garoto ouve do pai, um profundo conhecedor das regras do basquete, afinal, Gustavo Mathias está entre os principais árbitros do NBB CAIXA.
“Quando acontece alguma situação no jogo, eu pergunto para o meu pai se foi falta ou não, essas coisas. Sempre teve essa troca, ele sempre conversou, sempre me deu dicas. Às vezes, é chato que ele reclama comigo quando eu faço alguma falta, essas coisas, mas eu gosto muito dessa relação com ele”, afirmou o garoto de 16 anos.
“Ele jogou basquete antes de virar árbitro, então ele conversa comigo. Ele dá dicas de um monte de coisa, principalmente defesa para não fazer falta. Ele me ajuda muito com diversos pontos de jogo”, acrescentou.

Caio Aguilar em ação pelo Bauru Basket, que é representado pela seleção brasileira sub-17 na LDB. Foto: Yuri Reuters/LNB
Não é exagero dizer que Caio nasceu em uma quadra. Desde pequeno acompanha o pai e também sua mãe, Carolina, que é mesária, no trabalho. O avô também jogou basquete. “Desde pequeno, eu conheço os árbitros. No jogo, eu falo com eles, converso e nunca tive problema por causa disso. É até legal, porque eu nasci em uma quadra de basquete. Meu pai é árbitro, minha mãe mesária, eu vivo em uma quadra de basquete desde pequeno”, contou.
Os companheiros não pegam no pé de Caio por ser filho de árbitro. Apenas os treinadores, às vezes, aproveitam para tirar alguma dúvida durante o jogo. “Ele pergunta para mim se foi falta. Aí eu falo que não sei, quem sabe é o meu pai”, disse, rindo.
Apesar de evitar dar sua opinião sobre uma falta, Gustavo Mathias garante que o filho sabe muito sobre regras. “A obrigação dele é saber, ele escuta sobre isso desde quando nasceu. É o mínimo que tem de fazer, mas ele sabe bastante, é uma pessoa bem interessada”, disse o pai. “Conversamos bastante, ensino bastante sobre inteligência técnica na hora de defender. Só que ele é muito ansioso e, mesmo depois de eu falar, ele comete os erros e ele reconhece que havíamos falado um dia antes. Temos muitas conversas sobre defesa”, explicou.
Caminhada
A trajetória do filho até o momento deixa o pai orgulhoso. Caio começou no basquete aos 11 anos no Barueri. Depois, dois anos depois, foi para o Corinthians e atualmente defende o Paulistano, onde chegou esse ano. As boas atuações o colocaram no radar da comissão técnica da seleção brasileira sub-17 e, por isso, ele está participando da LDB, fruto de uma parceria entre Liga Nacional de Basquete, Confederação Brasileira de Basketball e Bauru Basket.

Gustavo Mathias trabalhado no jogo 1 das Finais do NBB CAIXA 2024/25. Foto: Yuri Reuters/LNB
“Ele gosta muito de treinar e isso, hoje em dia, com computador, televisão, celular, está difícil de encontrar. São poucos atletas que gostam de treinar e ele gosta muito”, comentou Gustavo Mathias. “Só o fato de ele estar no basquete, eu já acredito que ele esteja me seguindo. Sou extremamente orgulhoso dele, porque é uma pessoa extremamente competente e com muita vontade de vencer”, elogiou o pai, que, claro, nunca trabalhou em um jogo do filho. “Não é seguro para nenhuma das partes”, justificou.
A participação na LDB, segundo Caio Aguilar, tem sido muito importante para o amadurecimento. Eles estão enfrentando atletas com até 22 anos. “A experiência está sendo muito boa. É completamente diferente de um campeonato sub-17, sub-18. Tem muito mais fisicalidade, você tem de pensar muito mais no jogo. Essa experiência é boa para o nosso time evoluir, para o nosso time melhorar, para lá na frente estarmos mais fortes e mais dedicados para conseguir chegar no objetivo que temos no futuro”, afirmou.
“É uma geração muito boa, com jogadores fortes, habilidosos. Tenho uma expectativa alta, vamos conseguir passar por todas as etapas até chegar ao Mundial. Mas precisamos treinar muito, ter muito esforço e uma união no grupo. Só assim vamos chegar lá no Mundial”, finalizou o garoto, que registrou médias de 7,7 pontos, 3,2 rebotes e 1,7 recuperação de bola por jogo na primeira janela da LDB 2025.
A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica e Governo Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), chancela da Confederação Brasileira de Basketball e patrocínios oficiais Penalty, Universidades Cruzeiro do Sul, UMP, Whirlpool e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.