#JOGAJUNTO

NBB Caixa

Foco e paciência

20-05-2013 | 04:50
Por Liga Nacional de Basquete

Técnicos de Flamengo e São José, José Neto e Régis Marrelli avaliam a disputada série semifinal e falam sobre a dificuldade das Finais do NBB

Flamengo e São José se enfrentaram também pelas semifinais da edição anterior do NBB (Arte/LNB)

Quando se trata de um campeonato de tão alto nível como o NBB, esforço e concentração são fundamentais para todas as equipes. Mas quando o assunto são as Finais da maior competição de basquete do país, a palavra mais usada passa a ser ‘foco’. Na fase de playoffs da temporada 2012/2013, todos os times já passaram ou estão passando por situações em que a paciência se tornou a principal arma, mesmo estando em situação de desvantagem.

Primeiro e sétimo colocados da fase de classificação desta quinta edição do campeonato nacional, Flamengo e São José/Unimed fazem um confronto de semifinal muito acirrado, em um duelo que já pode ser considerado um clássico. Na edição passada do NBB, as duas equipes também brigaram por vaga na grande decisão da competição, em que no quinto e decisivo jogo, no Ginásio Lineu de Moura, em São José (SP), os joseenses levaram a melhor e disputaram o título.

No momento, a série semifinal da quinta edição do maior campeonato do país está empatada em 2 a 2, e será decidida já neste próximo sábado (25/05), na HSBC Arena, no Rio de Janeiro (RJ), às 21h45. O técnico rubro-negro falou sobre a dificuldade desta fase que todos os outros times participantes tanto almejaram chegar.

“Eu não consigo pensar uma série de playoff com meu time vencendo por 3 a 0. É claro que a gente se prepara para isso, para ganhar as partidas. Mas somos muito conscientes da dificuldade que é jogar um playoff. Pois você joga contra um adversário só, e as equipes se estudam muito, analisam a temporada inteira um do outro. É muita ousadia pensar que vamos fechar uma série em 3 a 0”, analisou José Neto.

Com certeza, a disputa entre Flamengo e São José continuará intensa até o último segundo (João Pires/LNB)

‘Responsabilidade’ é outra palavra que pode ser usada em situações como essa. Enfrentar o embalado e líder da fase de classificação, Flamengo, certamente não é uma missão fácil. Ainda mais levando em consideração a má campanha que o São José fez na primeira etapa.

Finalista da edição passada do NBB, a equipe do técnico Régis Marrelli sofreu um pouco com a pressão de jogar em casa, o sempre lotado ‘caldeirão’ Lineu de Moura. Apesar do nervosismo de estreia no primeiro jogo da série, o time se portou bem e usou seu torcedor como carta na manga para largar na frente no placar geral do confronto.

“No Jogo 1, mesmo em casa, sentimos um pouco a responsabilidade e cometemos muitos erros. Mas a gente cresce muito ao lado da torcida, mesmo quando o time não está legal, assim como no último quarto, nós não estávamos muito bem, o aproveitamento não estava bom, e de uma hora pra outra as bolas começaram a cair e deu tudo certo. Nessas horas o ponto forte tem que ser a defesa”, comentou o treinador da equipe paulista.

Quando se fala em jogar em casa, o termo usado passa a ser ‘confiança’. O comandante do time o Rio de Janeiro considera a torcida uma fator fundamental, não só nos playoffs, mas durante todo o campeonato. Seus jogadores se sentem muito mais motivados quando são empurrados pela massa rubro-negra e sempre dão um algo a mais para fazer a alegria do público que pinta as arquibancadas de vermelho e preto.

“É muita confiança. Confiança de você estar jogando ao lado da torcida, que sempre está apoiando bastante. Caso de São José quando joga em casa, e também o nosso caso jogando lá no Rio de Janeiro. Com a torcida que o Flamengo tem, a energia que eles passam para gente, os jogadores até comentam que é impensável não doar um pouco mais do que a gente pode. Esse é um dos motivos da gente ter se apegado bastante a eles. Agora nesses playoffs faremos o que fizemos a temporada inteira, que é usufruir do benefício de jogar em casa”, disse o treinador do time da Gávea.

As torcidas de Flamengo e São José têm dado um show à parte nesta série semifinal do NBB5 (Montagem/LNB)

Se os dois treinadores pudessem definir os playoffs em apenas uma palavra, com certeza esta serie ‘dureza’. José Neto e Régis Marrelli usaram o termo para definir não só a fase semifinal, mas o duelo entre Flamengo e São José em si, grandes equipes que ainda podem proporcionar ao amante do basquete uma disputa eletrizante.

“Playoff é uma dureza. Respeitamos todos os times desde o início do campeonato. Eu sempre falava para o nosso time jogar todos os jogos como se fosse o mais importante das nossas vidas, por respeito total aos adversários. A gente sabe que eles também estão dando o melhor deles. Acho que isso que fez com que nós tivéssemos uma sequência grande de vitórias, terminássemos na primeira posição. O time de São José foi montado com o mesmo objetivo que o nosso: chegar na final e brigar pelo título. Os dois foram preparados exatamente para isso. Vencerá quem errar menos e tiver uma eficiência maior. Vamos tentar buscar esse sonho que a gente tem que é chegar na final”, comentou José Neto.

O comandante joseense até brincou com a situação de tirar o fôlego, e considerou a fase um teste para cardíaco. “Meu cardiologista é quem vai ficar bravo com tudo isso. É uma dureza. Todos os jogos são muito complicados. Nossos jogadores realmente crescem muito na hora da decisão. Todo jogo é uma pedreira. Estamos em um bom momento, apresentando um bom basquetebol. É claro que as vitórias são importantes, afinal nós dependemos de resultados, mas o mais importante é apresentar um bom basquetebol, pois assim temos chance de bater de frente com o Flamengo. Agora qualquer um pode vencer, e quem ganha com tudo isso é o torcedor”, finalizou Régis Marrelli.