Pequeno grandeclutch

Gabi Campos vem mostrando um amadurecimento incrível (Marcos Limonti/Divulgação)

Nada menos que 22 pontos, 10 assistências, sete bolas de 3 pontos convertidas, incluindo a que deu ao seu time o empate e posteriormente a vitória na prorrogação. Os números e o desempenho são de gente grande, mas o autor do feito tem apenas 19 anos e 1,78 de altura. Titular e principal armador do Pinheiros na temporada 2020/2021, Gabriel Campos vem mostrando os motivos de ser considerado uma das grandes promessas do NBB dos últimos anos.

O jovem, que começou a temporada no banco, aos poucos foi ganhando a posição e vem sendo essencial na recuperação do Pinheiros que tentará a sua terceira vitória consecutiva neste sábado (30), em duelo contra o Mogi Basquete, às 19h, no Ginásio Henrique Villaboim, que será transmitido pelo DAZN.

O armador foi importante na vitória da última segunda-feira contra o Bauru, e ainda mais no duelo contra o Franca, em que chamou a responsabilidade, matou a bola que levou o jogo para a prorrogação e anotou seu primeiro duplo-duplo pela competição na vitória por 101 a 99.

 

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Para ele, a confiança para fazer a última cesta de 3 pontos (mais falta) que levou o jogo ao tempo extra vem do berço.

“Desde pequeno o meu pai me fala que não importa quem está do outro lado. Eu preciso respeitar o adversário, mas dar o meu melhor sempre. É assim que eu penso quando entro em quadra. Se eu estiver bem, vou ir para a cesta, se forem os meus companheiros, vou assistir eles. O importante é ver quem está em um momento bom”, disse o armador, irmão caçula de Jefferson Campos, ala do Brasília.

Depois um início complicado no NBB, com seis derrotas consecutivas, a equipe comandada por David Pelosini foi evoluindo ao longo do torneio, e neste segundo turno vem embalada de duas vitórias contra adversários da parte de cima. Para Gabriel, a mentalidade da equipe também vem sendo um fator extra.

“Mudou a confiança e a personalidade do time inteiro. Desde que ganhamos do Bauru, entramos na quadra com o espírito de que tínhamos capacidade de ganhar dos times que estão na parte de cima da tabela. Entramos fortes e focados para tentarmos fazer uma campanha diferente neste segundo turno”, explicou.

Evolução e apoio em quadra

A maturidade da equipe também foi destacada pelo capitão e jogador mais velho do Pinheiros. Responsável pela cesta que assegurou a vitória do Pinheiros na última quarta-feira frente ao Franca, Teichmann ressaltou que além do camisa 2, a equipe paulista possui outros jovens que ainda darão o que falar ao longo desta temporada.

Teichmann exaltou o talento de Gabi Campos (Marcos Limonti/Divulgação)

“O Gabi está fazendo um trabalho espetacular, a gente está evoluindo e isso tem sido fundamental. Ele, o Buffat e o Danilo Sena têm esse talento para pontuarem. Com o tempo, com os jogos, com a rodadem que eles estao pegando, vão se acostumando e pegando essa condição (de decidirem os jogos)”.

“O intuito do nosso time é dar oportunidade para eles se desenvolverem, estarem prontos para esse tipo de situação e isso está aflorando no segundo turno. O nosso time mudou muito a partir do momento em que o Gabi teve mais protagonismo, a bola na mão e ele está tendo a qualidade e a personalidade de chegar e jogar bem, mas não é nada além do que já esperávamos dele”, ressaltou o pivô de 37 anos.

Reconhecimento e timidez

Se nas temporadas Gabriel havia feito apenas 10 jogos pelo NBB, na atual a situação é bem diferente. Com 17 jogos, a titularidade e números que vem mostrando a evolução do armador em quadra, ele diz que já vem sendo notado pelos adversários, mas que ainda se surpreende ao ser reconhecido por seus ídolos.

“Antes eles não sabiam quem era eu, só os atletas mais novos, mas agora eles vêm me conhecendo por o time estar bem. Sou cumprimentado por caras que eu nunca imaginei que fossem saber o meu nome. Fico muito contente com esse reconhecimento”.

Tímido fora das quadras, ousadas dentro dela: esse é o garoto Gabi Campos (Ricardo Bufolin/ECP)

A timidez mostrada ainda fora de quadra foi se perdendo aos poucos com a bola laranja na mão. “No começo eu ficava um pouco nervoso (durante os jogos), pensava que não ia conseguir arremessar ou desenvolver uma jogada, mas fui ficando mais concentrado, mais confiante e mais calmo ao longo do tempo. E conforme eu fui indo bem, os adversários foram me marcando mais forte e já estão me apertando cada vez mais”, disse.

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Nike, Penalty, Plastubos, EY, BetMotion, IMG Arena e Genius Sports.