Genética forte

No atletismo há uma prova que traduz o mesmo espírito coletivo do basquete, que é uma das mais nobres entre as competições: o revezamento 4x100m, na qual um depende do desempenho do outro e é preciso ter movimentos sincronizados para que o time tenha um bom resultado. Isso é só uma das lições que Gabriel Manzoli, de 19 anos, pode aprender com seu pai, Edson Luciano, duas vezes medalhista olímpico da prova de atletismo.

Gabriel Manzoli, do Sesi Franca, com o pai medalhista olímpico, Edson Luciano. Foto: Nelson Toledo/LNB

Gabriel Antônio Manzoli Ribeiro carrega o mesmo sobrenome de Edson Luciano Ribeiro, que conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta-96 e prata em Sydney-2000 na prova do revezamento 4x100m de atletismo. Isso poderia representar uma responsabilidade maior, caso o garoto nascido em Ribeirão Preto tivesse escolhido a mesma modalidade como carreira esportiva. Mas Gabriel mostrou sua personalidade ao escolher o basquete, mesmo usando os ensinamentos do pai para traçar uma rota vencedora.

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O ala-pivô do Sesi Franca está em sua primeira LDB e, se fizesse uma analogia com a prova do pai, estaria na largada de uma volta na pista dos 400m. Contudo, por estar em um clube que a base é muito forte, sua largada já teve uma medalha de prata para seu currículo, com o vice-campeonato do Interligas LDB, conquistado na última semana. Além disso, na LDB, participou dos cinco jogos do time francano, com quatro vitórias e uma derrota, atuando por pouco mais de quatro minutos, com 0,8 pontos, 1,8 rebotes e 0,2 assistências por partida.

Tudo ainda muito precoce para apontar Gabriel como a nova joia do basquete nacional, mas o fato de que, com cinco anos, já jogava na escolinha do campeão pós-atleta Chuí e já estar no elenco do Sesi Franca mostra que tem potencial para o garoto de 1,93m. Sua genética, pelo menos, é bem favorável ao esporte, já que a mãe era atleta do heptatlo e o avô corria em provas de rua como a São Silvestre.

“Com cinco anos, ele já treinava na escola do Chuí, morávamos em Franca, ele cresceu no basquete. Por mais que eu tenha tentado puxar para o atletismo, o Gabriel acabou se envolvendo com o basquete francano. Hoje, fico muito feliz de vê-lo na categoria de base do Sesi Franca Basquete. Sempre que é possível, estou na arquibancada, incentivando, gritando e torcendo”, comentou Edson Luciano, que foi de Bragança Paulista para São Paulo só para acompanhar a final da Interligas contra o Paulistano, no último sábado (06/07).

Se haveria alguma pressão para que o Gabriel fosse para o atletismo, Edson explica que o filho teve uma escolha natural, muito pela influência do ambiente. “Sempre procurei deixá-lo muito à vontade. Ele praticou handebol, natação, futebol, atletismo e basquete. Acredito que o basquete acabou o conquistando e ele se identificou mais com a modalidade, eu nunca quis forçar nada, dei a oportunidade de conhecer diversas modalidades. Franca respira basquete, acho que amigos da escola, influências da faixa etária dele, acabaram pendendo para o basquete.”

Gabriel já absorveu alguns valores do pai que são inerentes de todos os esportes. “Eu levo a força, nunca desistir dos objetivos, de batalhar sempre para ir atrás daquilo que quero conquistar. Ele foi do atletismo, eu vou seguir no basquete, sei que tenho que me esforçar bastante nos treinos e ter muita garra para conquistar aquilo que almejo. Tem uma responsabilidade por meus familiares terem sido atletas, eles sabem como funciona, tem que dar tudo de si para conseguir vencer.”

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Curiosamente, Edson tem uma ligação com o basquete ainda da época de atleta. “Quando morava em Presidente Prudente, no nosso período de descanso dos treinos para a temporada de atletismo, eu jogava basquete. Gostava de brincar de enterradas, fazer algumas jogadas. Em Pato Branco, que foi a primeira cidade como atleta, sempre estava dentro de uma quadra jogando basquete. Então, sempre tive um carinho, uma aproximação com essa modalidade. Hoje vendo meu filho jogando é o máximo.”

E isso passou de pai para filho. “Foi o que ascendeu uma paixão, fui brincar um dia, um cara me viu, me chamou para jogar no time, comecei para me divertir, mas fui pegando amor pelo basquete e decidi que era o basquete que queria seguir”, afirmou. Na segunda etapa da primeira fase da LDB, Gabriel e o restante do time do Sesi Franca vão estar em ação a partir da sexta-feira (12/07), às 13h, no ginásio da Gávea, contra o Campo Mourão, em busca da classificação para a final da Série Ouro.

A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, bola oficial Penalty, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), EMS, UMP e Genius Sports.