Grande momento do basquete

Crédito: Gaspar Nóbrega/Inovafoto

Em maio de 2009, o gaúcho Carlos Boaventura Correa Nunes assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). Durante os três anos que esteve à frente da entidade, as vagas para o Jogo Olímpicos de Londres 2012, tanto no masculino quanto no feminino, foram apenas duas de uma série de conquistas realizadas.

Carlos Nunes credita o bom momento do basquete brasileiro a muitos fatores, mas um deles fundamental: a consolidação da Liga Nacional de Basquete (LNB) e seu campeonato, o NBB. Só que mesmo com todas as glórias, o presidente garante que o trabalho junto à CBB ainda não está encerrado. Confira a entrevista:

LNB: Seleções nas olimpíadas, campeonatos nacionais fortalecidos, atletas na NBA, jovens talentos aparecendo… Como o senhor vê esse momento do basquete brasileiro?

Carlos Nunes: É uma satisfação ver o basquete brasileiro rumando dessa maneira. O NBB tem uma parcela desse sucesso muito grande. Essa irmandade entre a CBB e a Liga está sendo muito benéfica e é por isso que o basquete está passando por esse bom momento, com bastante visibilidade, as seleções se classificando para as olimpíadas e os atletas despontando não só aqui no Brasil, como também na Europa e na NBA.

LNB: O senhor está ansioso pelos Jogos Olímpicos de Londres? Vai ser bonito ver as duas seleções, masculina e feminina, em quadra, não vai?

Carlos Nunes: É uma enorme expectativa para que tenhamos uma grande participação, tanto no masculino quanto no feminino. Estamos nos preparando bastante. Hoje teve a convocação da Seleção feminina, daqui a algumas semanas já teremos a convocação da masculina e agora não para mais. A ansiedade só aumenta.

Crédito: João Pires/LNB

LNB: O crescimento e consolidação do NBB, assim como da LBF (Liga de Basquete Feminino), foram fundamentais para o sucesso da Seleção Principal?

Carlos Nunes: Nosso trabalho principal, hoje, está nas categorias de base, gerando peças de reposição. Além desse trabalho na base, o sucesso do NBB e da Seleção principal são um espelho para essa garotada. Hoje, eles tem em quem se espelhar e sabem que se trabalharem bastante podem galgar esse caminho para chegar ao NBB. Gostaria de aproveitar o momento para enfatizar o envolvimento que o presidente Kouros Monadjemi e a atual diretoria da Liga tem com a CBB. Aquele ranço que existia da CBB, antes da criação da Liga, não existe mais e graças ao trabalho que vem sendo realizado pela LNB, os clubes podem tomar suas decisões em benefício próprio, enquanto a CBB cuida das seleções, da arbitragem e de outros assuntos. Estou muito contente com esse momento que vive a Liga e o NBB.

LNB: Outra competição nacional, criada no ano passado, a Liga de Desenvolvimento também foi um sucesso. Como o senhor avalia essa competição?

Carlos Nunes: Foi uma grande competição. Vimos os atletas que disputaram a Liga de Desenvolvimento crescerem de produção e chegarem com confiança para a equipe adulta. Foi importante ver que o campeonato foi, quase todo, disputado no nosso Centro de Treinamento, em São Sebastião do Paraíso. E a expectativa é grande para a nova edição desta competição.

Crédito: Bruno Miani/Inovafoto

LNB: Recentemente, a Liga Nacional de Basquete anunciou que desenvolverá a Segunda Divisão do NBB. Essa competição deixará a Copa Brasil mais atrativa, com a possibilidade de mais clubes passarem a disputar o Nacional?

Carlos Nunes: Estamos conversando com a LNB para ver como será essa a disputa da Segunda Divisão. Isso já é uma realidade. Queremos que mais equipes que disputam a Copa Brasil também possam ascender ao NBB e o que é importante nessa criação da Segunda Divisão é que isso motivará mais clubes a participarem.

LNB: No final deste ano se encerra o mandato do senhor na presidência da CBB. Qual é a avaliação até o momento e o que falta para completar esses primeiros três anos?

Crédito: Gaspar Nóbrega/Inovafoto

Carlos Nunes: Positivamente. Conseguimos alcançar muitos objetivos nesses anos, mas ainda temos muito trabalho pela frente. Não podemos acomodar com essas grandes conquistas e achar que já tivemos o dever cumprido. Temos que trabalhar mais na categoria de base, dar mais apoio às federações, que entenderam a filosofia da CBB, nesse trabalho com os jovens atletas e isso é uma satisfação muito grande. Estamos engajados com a filosofia de trabalho e pretendemos tentar um planejamento mais abrangente no próximo mandato para que o basquete nacional continue crescendo.