HOJE
Processo contínuo
Por Marcius Azevedo
Gui Santos fala da importância da LDB e do NBB na sua caminhada para chegar na NBA e avalia como positiva sua temporada pelo Golden State Warriors
Aos 21 anos, Gui Santos tem como objetivo ganhar mais espaço na rotação do Golden State Warriors na próxima temporada. Meta natural para um jogador que soube entender que tudo na carreira faz parte de um processo, que, muitas vezes (ou quase sempre) não é possível pular etapas. Não à toa, ele entende o tamanho da importância de ter atuado na Liga de Desenvolvimento de Basquete e no NBB CAIXA antes de desembarcar nos Estados Unidos.
Foram três temporadas (2018, 2019 e 2021) na LDB e outras quatro no NBB, com destaque para o desempenho pelo Minas em 2020/21 e 2021/22. “Teve um papel muito grande na minha formação, de estar jogando, evoluindo. Na LDB foi importante desde o começo, quando eu jogava pouco, pegava apenas rebotes e tinha de mostrar raça nas jogadas. Aí fui ganhando cada vez mais espaço e isso me deixou pronto para jogar o NBB CAIXA, que abre portas internacionalmente. Pude me destacar e tive chance de ir para os Estados Unidos, primeiro passando pela G-League até ter oportunidade na NBA”, afirmou Gui Santos.
“É tudo um processo. Parece que nunca vai ter fim, mas você precisa ser paciente, trabalhar, ter uma cabeça boa e ser muito focado. Não é segredo para ninguém. Existem muitas distrações, festas, bebida, más companhias, amigos que estão ali apenas no momento de curtir. Você precisa ser um cara que faz mais do que todo mundo, precisa mostrar para todo mundo que você quer”, acrescentou. “Para se manter em alto nível, você precisa ser muito focado, centrado. Tenho uma família muito boa, que nunca me permitiu desviar do caminho e, por isso, estou conquistando tudo isso. Mas sei que é apenas o começo, que vai ter mais pela frente.”
Na última temporada da NBA, Gui Santos registrou médias de 8,4 minutos (em 23 jogos), com 3,6 pontos e 2,1 rebotes pelo Golden State Warriors. Destaque para duas partidas: contra Utah Jazz (14/04) e Indiana Pacers (08/02). Na primeira, foram 24 minutos, com 13 pontos e cinco rebotes. Na segunda, 21 minutos, com 13 pontos e oito rebotes.
“Foi uma temporada de crescimento. Não tive tantas oportunidades, mas, quando tive, fui bem. Pude mostrar que posso ajudar o time. No geral foi uma boa temporada, principalmente por sido minha primeira em que estive na rotação da equipe”, afirmou Gui Santos.
A próxima etapa do processo que começou na LDB é conquistar mais minutos em quadra. “Quero continuar evoluindo dentro do que o time precisa para ajudar em quadra. Quero também ser mais importante para o time, ganhando mais tempo em quadra”, disse.
O brasileiro prefere não se envolver nas negociações do pós-temporada. O Golden State pode perder peças importantes, como Klay Thompson. “São situações que não estão no meu controle. Para mim é só treinar, evoluir o que preciso na pré-temporada e chegar bem para os desafios que eu vou ter pela frente.”
Antes de voltar ao Golden State, o jogador tem outro desafio: o Pré-Olímpico. A seleção brasileira vai buscar vaga em Paris em Riga, na Letônia, em julho. Na primeira fase, o Brasil encara Camarões e Montenegro. Do outro lado da chave estão Letônia, Filipinas e Geórgia. Apenas o campeão do torneio se garante nos Jogos Olímpicos. “A minha expectativa é classificar. Sendo direto: quero classificar. Não temos opção. Temos de ganhar todos os jogos para classificar.”
Até lá, Gui Santos vai ficar de olho no NBB. O jogador ainda conversa com os ex-companheiros de Minas e indica os seus favoritos ao título. O campeonato nacional está na fase de quartas de final. “Esse NBB está mais equilibrado que nos últimos anos, mas acho que o título fica entre Franca e Flamengo”, arriscou.