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30 anos

12-06-2024 | 10:29
Por Liga Nacional de Basquete

No dia 12 de junho de 1994, com Hortência, Paula, Janeth e companhia, a seleção brasileira de basquete feminino venceu a China para se colocar no lugar mais alto do pódio

À época, as chances eram consideradas pequenas. Apesar da constante presença na história dos campeonatos mundiais de basquete feminino, a seleção brasileira não estava em um bom momento. Mas tudo mudou. No dia 12 de junho de 1994, na Austrália, há exatos 30 anos, o Brasil passou de uma equipe desacreditava para o topo mundial da modalidade.

O grupo da seleção tinha como base nomes da competição de 1990, quando o Brasil terminou na 10ª posição. Hortência, Paula e Janeth formavam o trio principal da equipe e tinham ao seu lado Roseli, Ruth e Simone, que já faziam parte da seleção. Alessandra, Helen Luz, Adriana dos Santos, Dalila, Cintia e Leila entraram no elenco para o Mundial da Austrália.

Há 30 anos, o Brasil era campeão do mundo de basquete feminino. Foto: Divulgação/CBB

O técnico Miguel Ângelo da Luz sofria com questionamentos sobre o seu trabalho, afinal seu histórico era com equipes masculinas. Um dos maiores questionamentos, principalmente por parte da imprensa, era sobre a competência do treinador para comandar um time com jogadoras do calibre de Hortência e Paula. Até mesmo dentro do grupo, o debate existiu, porque poucas conheciam o treinador.

Mas o respeito que tanto atletas como técnico tiveram um pelo outro foi o que tornou possível o bom desenvolvimento das engrenagens. As mais experientes, Hortência e Paula, foram a força do grupo. Ambas já haviam participado de outras edições do Mundial e encontraram nas companheiras apoio para o talento nato que tinham em quadra. Janeth, em ascensão na carreira, estava em sua segunda aparição no torneio internacional. Apesar da reconhecida diferença de personalidades, o espírito coletivo foi um fator essencial para a conquista do título.

CAMPANHA

A busca pelo troféu de campeão começou no dia 2 de junho. Na fase de classificação, o Brasil tinha como adversários no Grupo C, Eslováquia, Polônia e China Taipé.

A seleção brasileira venceu a China Taipé por 112 a 83 na estreia. Janeth foi o destaque, com os incríveis números de 23 pontos, 18 rebotes e seis assistências. O primeiro revés veio em seguida. O Brasil perdeu por 99 a 88 diante da Eslováquia, o Brasil, apesar dos 27 pontos de Hortência. A recuperação veio no jogo seguinte, com uma vitória sobre a Polônia por 87 a 77. Esses resultados garantiram vaga nas quartas de final em segundo lugar no Grupo C.

Em uma nova chave, o Brasil passou por Cuba, por 111 a 91. Depois, novamente, perdeu. Desta vez, para a China por 97 a 90. Hortência marcou 32 pontos no encontro inicial com suas futuras adversárias da decisão. O terceiro e último duelo das quartas de final foi torturante. Contra a Espanha, a seleção encontrou dificuldades no início e permitiu que uma grande vantagem fosse imposta pelas espanholas. A virada, porém, aconteceu. Foi nesse jogo que Janeth arremessou 20 lances livres e acertou 18.

Os resultados permitiram que o Brasil passasse para as semifinais e o seu adversário na luta pelo lugar na final seria o temido Estados Unidos. Enfrentar o principal time do mundo seria, certamente, o maior desafio naquela campeonato mundial. Forte na defesa e no ataque, a seleção brasileira aproveitou bem os contra-ataques e diminuiu os erros. Vitória por 110 a 107. Na final, a seleção brasileira derrotou a China, da gigante Zheng Haixia, por 96 a 87, quebrou tabu e se tornou o único de três países a se tornar campeão mundial, além de Estados Unidos e União Soviética.

Para se ter uma ideia do tamanho daquela façanha, depois de 30 anos, apenas mais uma seleção, a Austrália, em 2006, justamente na edição organizada pelo Brasil, conquistou o título mundial de basquete feminino e se juntou ao seleto grupo de campeãs.