Honra e mérito

Com média de idade de 21,9 anos, Paulistano terminou a temporada com o honroso vice-campeonato do maior campeonato do basquete brasileiro (Fotojump/LNB)

Lá no início da temporada, em novembro de 2016, a fase de classificação do NBB CAIXA foi só o início de uma caminhada que terminaria de uma maneira que poucos imaginaram. Com média 21,9 anos de idade, os meninos comandados pelo excelente técnico Gustavo De Conti foram além das expectativas e finalizaram a temporada com um resultado de dar orgulho, conquistado através de muito suor e dedicação: o honroso vice-campeonato nacional.

“Os jogadores tiveram muito méritos. Apesar de jovens, eles têm uma personalidade forte. São vitoriosos nas categorias de base e mostraram que podem ser no adulto também. É claro que são coisas diferentes, mas é uma coisa deles, foi natural. Todos foram muito cobrados durante a temporada, mas é aquela cobrança que passa confiança. Eles souberam absorver tudo que foi passado e assim conseguimos chegar até onde chegamos”, disse Gustavo De Conti.

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Embalados por uma excelente Liga Sul-Americana, em que foram até o quadrangular semifinal, o Paulistano brigou durante muito tempo entre os quatro primeiros colocados. O grande desafio da meninada alvirrubra foi superar uma sequência de seis derrotas consecutivas, que aconteceu no início de 2017 e jogou a equipe para a 11ª colocação.

Logo nas oitavas de final, Paulistano mostrou tamanha personalidade para eliminar o experiente Solar Cearense no Jogo 5 (João Pires/LNB)

A adversidade foi superada com maestria e muita competência pelo clube da capital paulista. Em uma grande reviravolta, os comandados de Gustavo De Conti venceram sete dos últimos oito jogos da fase de classificação e terminaram na sexta colocação diante de uma combinação com Universo/Vitória (7º) e EC Pinheiros (8º).

Nos playoffs, o Solar Cearense usou a experiência contra a garotada alvirrubra e impôs um grande desafio. Com muito equilíbrio nas partidas, os paulistas chegaram a estar perdendo a série por 2 a 1 e poderiam ver toda a temporada ir por água abaixo. Mas o primeiro desafio dos playoffs se iniciava com uma reviravolta incrível finalizada com um Jogo 5 emocionante em São Paulo (76 a 72).

Já nas quartas de final, o Paulistano viveu momentos de altos e baixos contra o também jovem Franca Basquete, terceiro colocado na primeira fase. Depois de abrir a série com uma vitória magnífica por 15 pontos de diferença (80 a 65) depois de estar perdendo por 17 pontos. Os francanos empataram a série ao vencer o Jogo 2 no Pedrocão (92 a 79), mas no terceiro duelo, Eddy brilhou no Templo do Basquete, fez 25 pontos e garantiu o triunfo ao Paulistano, por 69 a 66.

Em pleno Pedrocão lotado, Paulistano venceu mais um Jogo 5 e se credenciou à semifinal contra o Vitória (Newton Nogueira/Franca Basquete)

Quando esteve com a chance de fechar a série na mão, foi arrasado pelo Franca e perdeu por duros 105 a 87 em pleno Ginásio Antonio Prado Jr lotado. Mas o duro golpe não foi sentido pela garotada do técnico Gustavo De Conti brilhou, e como brilhou, no Pedrocão completamente abarrotado. Com rara personalidade, Lucas Dias, Yago Matheus e Georginho ignoraram a pressão das 5 mil vozes nas arquibancadas e contaram a experiência e a raça de Renato Carbonari para vencer o Jogo 5 por 80 a 69.

O próximo obstáculo era o Universo/Vitória, que chegou à semifinal embalado por uma eliminação heroica contra o Mogi das Cruzes/Helbor no Jogo 5 em pleno Hugo Ramos lotado. Mas a molecada sobrou contra os baianos, brilhou em momentos decisivos e venceu três duros jogos consecutivos, o que fechou a série em 3 a 0 e garantiu a presença da equipe nas Finais do NBB CAIXA.

A última etapa dessa trajetória foi contra ninguém menos que o Gocil/Bauru Basket, vice-campeão das duas últimas edições e dono de um dos melhores elencos do país. As batalhas foram árduas, os desafios foram os mais duros, mas os meninos de Gustavo De Conti provaram mais uma vez que são campeões de verdade.

Em grande momento, Paulistano chegou a abrir 2 a 0, mas acabou levando a virada do forte Bauru (João Neto/LNB)

Com espírito vencedor desde o início, o Paulistano dominou o Dragão por 35 minutos no Jogo 1, chegou a abrir 22 pontos em São Paulo. No final, fechou a partida segurando um sufoco, que terminou com diferença reduzida para quatro pontos (82 a 78). Já no Jogo 2 no Panela de Pressão “vestido” de verde pela torcida, os alvirrubros contaram com o brilho do bauruense da gema Lucas Dias para vencer o atual vice-campeão pelos mesmos quatro pontos (78 a 74).

No entanto, o mesmo embalo não foi mantido, e a equipe alvirrubra não aproveitou as três chances que teve de fechar a série que poderia te dar o título. No Jogo 3, em Araraquara (SP), derrota por 90 a 79, e depois, no Ginásio Wlamir Marques, no Corinthians, o revés foi por 81 a 64, e por fim, novamente em Araraquara, lutou até onde pôde, mas acabou dominado pelos bauruenses no Jogo 5 (92 a 73).

Apesar da doída virada sofrida pelo Bauru depois de abrir 2 a 0 na decisão, a garotada do Paulistano precisa, de fato, estar orgulhosa. Os meninos se tornaram homens. Os experientes Renato Carbonari, Daniel Hure, Eddy, Jhonatan e Guilherme Hubner deram grandes exemplos de dedicação. Juntos, todos deram a vida por cada bola. Juntos, cada gota de suor valeu a pena. Juntos, chegaram a um lugar que os outros 13 times tanto gostariam. E também juntos, levantaram o troféu de vice-campeão do NBB CAIXA.

“Foi uma temporada de muito valor, muitas conquistas, conseguimos atingir quase todos os nossos objetivos. Infelizmente não conseguimos o título, mas Bauru teve méritos, é uma excelente equipe. Independente do investimento e do elenco, cumprimos nossos objetivos de desenvolver os jogadores, dar personalidade para eles. Essa com certeza foi nossa maior conquista”, finalizou Gustavo De Conti.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.

Juntos, Arthur Pecos e Renato Carbonari levantaram o troféu de vice-campeão e simbolizaram a união da equipe do Paulistano (Fotojump/LNB)