Inédita e especial

Apresentação de slides, longos discursos, intervalo, mais slides e fim. Normalmente é assim a dinâmica de uma clínica ou palestra, seja lá qual for o tema abordado. No entanto, não foi isso o que aconteceu na Clínica de Arbitragem do NBB CAIXA, realizada em São Paulo (SP), nesta semana.

Dividido em dois dias (05 e 06/02), o evento contou com a presença de todos os 39 árbitros do quadro do maior campeonato de basquete do país. Mas muito mais do que apenas a presença, os profissionais da arbitragem tiveram participação ativa ao longo das discussões sobre os temas separados pelo Departamento de Arbitragem da LNB. Este foi o segundo encontro entre os profissionais da arbitragem nesta temporada – o primeiro foi antes do início do campeonato.

“O que mais nos agradou nessa clínica foi que tivemos espaço para falar. Normalmente uma clínica vai na dinâmica do palestrante e quem está participando fica apenas ouvindo. Aqui foi tudo diferente e fizemos algumas atividades em grupo, algo muito bacana para o nosso crescimento individual e também da equipe de arbitragem como um todo. Temos diferentes gerações de árbitros no Brasil e todas as perspectivas são muito válidas para o nosso desenvolvimento”, exaltou Guilherme Locatelli, um dos mais experientes árbitros no Brasil e que esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ao longo da clínica, os árbitros tiveram a oportunidade de analisar lances que aconteceram nas partidas da primeira metade da fase de classificação do NBB CAIXA 2016/2017. Na pauta estavam algumas situações específicas de regra, além de outras possíveis melhorias na dinâmica de trabalho, como por exemplo o que é dito no “pré-partida”, espécie de preleção realizada por cada trio.

“É um momento que temos para ganhar ainda mais conhecimento para o restante da temporada. Com a gente participando do jeito que foi, ficou muito mais dinâmico. Até porque todos os 39 árbitros viveram situações completamente diferentes nos jogos que já aconteceram e pudemos compartilhar todos esses fatos”, declarou Mária Cláudia, uma das sete mulheres do quadro de arbitragem do NBB CAIXA.

“Costumamos assistir os nossos jogos e estudar os lances das partidas em que atuamos, mas aqui vimos um pouco de tudo e, com certeza, estamos mais preparados agora. Fora que um encontro desse deixa a equipe muito mais unida”, completou Maria, que está em sua sexta temporada no maior campeonato de basquete do país.

Equipe de arbitragem do NBB CAIXA

Árbitros colocaram a "mão na massa" e tiveram que discursar para todo o grupo durante a clínica

Paulo Bassul, Gerente Técnico da LNB, também falou com os árbitros

Todos os 39 árbitros do NBB CAIXA estiveram presentes na clínica

Sergio Domenici, superintendente da LNB, discursou aos árbitros

Coordenadora de Arbitragem da LNB, Flávia Almeida foi a mediadora da clínica

João Fernando Rossi, presidente da LNB, esteve na clínica nos dois dias

Paulo Bassul, Gerente Técnico da LNB, também falou com os árbitros

Incluindo algumas atividades em duplas ou trios, a Clínica “testou” os árbitros em diversas situações, como por exemplo o que fazer para auxiliar um companheiro a resolver um problema. Além disso, os “homens do apito” também puderam compartilhar situações vividas ao longo do primeiro turno com seus companheiros, afim de evitar os mesmos problemas na segunda metade da primeira fase do NBB CAIXA.

“O mais importante dessa clínica foram os momentos de troca de informações. Em uma das atividades, por exemplo, dividimos os árbitros em dupla e eles tinham que levantar pontos negativos da vida de árbitro e a dupla tinha que propor soluções para esses problemas. Essa dinâmica talvez resuma o que foram bem esses dois dias de clínica, com muita troca de experiências e o grupo cada vez mais unido”, disse Flávia Almeida, coordenadora de arbitragem.

“Surgiram muitos temas que foram propostos ao longo das discussões por eles e isso foi muito produtivo. Temos, em nosso Quadro de Arbitragem, profissionais muito experientes, mas também outros muito novos. Então, essa sinergia com troca de experiências e informações fez a clínica ficar mais leve e ser ainda mais produtiva”, completou Flávia, que ocupa o cargo desde a temporada 2010/2011.

A data escolhida para a clínica foi estratégica e pensada com cuidado pelo Departamento de Arbitragem da LNB. A fim de usar esse momento para tentar corrigir as deficiências vistas ao longo do primeiro turno, nada melhor do que poder usar exemplos práticos de jogadas que já aconteceram nesta edição do NBB CAIXA. O levantamento de vídeos, inclusive com lances enviados pelas próprias equipes e também com dúvidas levantadas pela equipe de árbitros, foi algo muito valioso.

“O material entregue pelo Departamento de Arbitragem da LNB para nós foi fantástico. Eu gosto de usar o ditado ‘contra fatos não há argumentos’. Nada melhor do que vermos vídeos de lances que aconteceram no primeiro turno para sabermos alguns pontos que precisamos evoluir”, disse Cristiano Maranho.

“É muito maçante quando você vai em uma clínica, e eu já fui em muitas na minha vida, que o evento fica só no palestrante e você fica apenas ouvindo. Aqui estamos tendo a oportunidade de expor alguns temas também e trocar informações e conteúdos entre nós. Essa forma de condução do processo, aliado ao material apresentado, fez dessa clínica muito especial para nós”, completou o árbitro, que atuou nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos.

Nos últimos anos, a Clínica de Arbitragem foi realizada em duas oportunidades a cada temporada, sempre antes do início do campeonato e pré-playoffs. Agora, por conta do convênio da LNB com o Ministério do Esporte, através da Lei de Incentivo ao Esporte e com patrocínio da SKY, a clínica ganhou mais duas datas no calendário e, nesta temporada, serão quatro encontros dos árbitros.

“Neste ano, com o aumento no número de clínicas devido ao projeto de capacitação, o nosso Departamento de Arbitragem está conseguindo fazer um trabalho muito mais objetivo e abrangente. Quanto menor o número de erros, melhor para o campeonato, e acho que as clinicas buscam trazer essa excelência”, analisou Paulo Bassul, Gerente Técnico da LNB

“Assim como acontecem os treinamentos diários das equipes também existe um preparo para a arbitragem e essa clínica faz parte disso. Não podemos esquecer que os árbitros também formam uma equipe, seja pelo quadro completo ou a cada trio escalado para as partidas. Então é muito importante que haja uma coesão no trabalho, até pelos critérios adotados serem sempre os mesmos”, concluiu Bassul.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com a NBA, e conta com o patrocínio master da CAIXA, os patrocínios da SKY, Nike e Avianca e o apoio do Ministério do Esporte.