Irmãos em cena

Um dos duelos familiares será entre os pivôs e irmãos Manuil (à esq.) e Marcos (à dir.) (Arte/LNB)

Nesta semana, a Liga Ouro promete grandes desafios entre irmãos. As duas partidas entre Lins e Campo Mourão, nos dias 24 a 25 de março, ambas às 20 horas, colocam frente a frente duas duplas familiares: Gledman Lima e Ulisses Lima e Manuil e Marcos YiYo. Os confrontos acontecem no Ginásio João Santos Meira, no interior de São Paulo.

A família Lima tem muito mais em comum do que o sobrenome. Tanto Gledman, que defende o Lins, quanto Ulisses, de Campo Mourão carregam o mesmo apelido. Ambos são chamados de Borracha, brincadeira de longa data.

“Esse apelido vem de quando éramos bem novinhos, quando tínhamos uns 11 anos mais ou menos e fazíamos capoeira. Nós tínhamos um bom alongamento, então os nossos amigos de infância, que também vieram jogar basquete em São Paulo conosco, trouxeram o nome junto”, explica Gledman, de 31 anos, ala do time da cidade de Lins.

A parceria dos irmãos Lima em quadra começou quando ainda novos jogavam nas categorias de base em seu estado natal, Mato Grosso. Depois, quando chegaram em solo paulista, fizeram parte também da mesma equipe em Piracicaba. Os duelos em times diferentes tiveram início na Supercopa Brasil, quando Gledman estava no hoje rival Campo Mourão e Ulisses ainda representava o Rio Claro.

“Nós jogamos um contra o outro na primeira Supercopa, que aconteceu no Tijuca. Ele representava o Campo Mourão e eu estava com o Rio Claro. Também teve um amistoso na cidade do meu antigo time”, conta Ulisses, que deixa os laços de família de lado dentro de quadra.

“Na hora do jogo ele é meu adversário, então quanto mais ele errar, melhor para mim. Eu tenho que jogar duro porque ele é um jogador bom, defende muito bem e domina o perímetro”, completou o camisa 24 do Campo Mourão, de 29 anos.

Um dos destaques do Campo Moiurão, Lima enfrentará seu irmão, Gledman (Luiz Pires/LNB)

A outra dupla de irmãos também tem semelhanças além do sangue. Manuil e Marcos Yiyo são os pivôs das equipes de Lins e Campo Mourão, respectivamente, o que os leva a um confronto direto na hora do jogo. Diferente dos Limas, essa será a primeira vez eles se enfrentarão em uma partida.

“Já jogamos juntos pelo time de Cabo Frio em uma oportunidade, mas será a primeira vez que entramos um contra o outro. Vai ser uma experiência diferente e a vantagem é que eu já conheço o jogo dele. Eu só espero que possamos sair felizes e continuar nos falando (risos)”, afirma com humor Marcos, o mais novo, de 31 anos.

Para a família Egídio, a novidade de um duelo entre Marcos e Manuil deixa alguns preocupados, principalmente a mãe dos atletas.

“Eu conversei com a minha mãe e ela está arrepiada. Não quer nem quer saber desse jogo (risos). Vai ser uma experiência diferente, já que somos dois pivôs e inevitavelmente vamos marcar um ao outro. Sempre tentamos evitar o confronto entre nós, mas dessa vez não vai ter jeito e tenho certeza que será algo muito diferente para mim”, conta o mais velho, Manuil, de 34 anos.

Relações familiares à parte, Lins e Campo Mourão farão dois duelos importantes para a sequência das equipes na Divisão de Acesso ao NBB. A equipe do interior paulista, que soma três vitórias e uma derrota (75% de aproveitamento), e tentará manter a ponta da tabela de classificação. Por sua vez, o time paranaense precisa vencer a fim de se recuperar, já que atualmente ocupa a última posição, com apenas um triunfo em quatro jogos realizados (25% de aproveitamento).

Manuil é um dos atletas mais experientes do elenco do Lins na disputa da Liga Ouro (Luiz Pires/LNB)