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INDESTRUTÍVEL

20-11-2023 | 10:08
Por Gustavo Mesa

Como Jimmy, que disputou todas as temporadas do NBB CAIXA, está jogando o melhor basquete de sua carreira aos 33 anos

A trajetória de Jimmy se confunde com a do NBB CAIXA. E vice-versa. Nunca houve uma temporada sem a presença do ala, que disputa o torneio desde a primeira edição, em 2008/09. E sabe o que é o mais maluco de tudo isso? Em 15 anos, o jogador do Pinheiros não se lembra de ter ficado indisponível por lesão para nenhuma partida.

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“Talvez quando era mais novo, lá no começo. Só deixei de jogar por opção do treinador. Na época que eu estava na rotação dos times, não fiquei fora de nenhum jogo”, revelou.

O ala de 33 anos, natural de Florianópolis, já disputou 440 partidas no NBB CAIXA, por uma longa lista de times: Joinville, São José, Fortaleza, Mogi, Franca, Paulistano, UNIFACISA e, atualmente, Pinheiros. Em todos esses lugares, os treinadores tinham duas certezas: Jimmy estaria disponível para jogar e daria tudo na defesa.

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“Meu pai, que foi jogador, sempre me dizia: ‘o melhor ataque é a defesa’. Eu sempre gosto de marcar o destaque do outro time. Em 16 temporadas, eu ganhei meus minutos querendo defender. Isso eu não posso perder até me aposentar”, analisou.

Quem acompanha o NBB CAIXA já sabe que há anos Jimmy é um dos melhores defensores da competição. Porém, o que tem chamado a atenção neste primeiro ano do jogador no Pinheiros é o rendimento ofensivo. 

Jimmy está arremessando 50% de três pontos (Daniel Vorley/ECP)

Após seis partidas, o ala está com a maior média de pontos da carreira, 16,8, um aumento de 5,4 pontos em relação ao seu recorde anterior, registrado no Mogi em 2017/18. E o melhor é que a pontuação está acompanhada de eficiência: aproveitamento de 67,5% de dois pontos e 50% de três.

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Jimmy nunca teve números individuais tão impressionantes, mas ele nem estava sabendo disso. Como o próprio ala admite, ele não se considera um “Zé Estatística”, mas tem sua teoria para o aumento de produção.

“Nem estava sabendo desses números, não. Eu só olho as fotinhos dos jogadores no Instagram. Acho que é mais a seleção de arremessos, não sou um cara que vai forçar muito. É uma equipe mais nova e eu estou com uma mudança de papel. Eu sempre fui um cada 3&D, de ficar disponível para arremessos no ataque e, na defesa, marcar o melhor do outro time. Agora estou com mais volume do que nas últimas temporadas, talvez por isso tenha dado um up”, afirmou.

A análise de Jimmy vai de encontro à do treinador do Pinheiros, David Pelosini.

“Ele está com uma oportunidade de ficar mais em quadra do que em outros lugares. E com esse tempo ele consegue produzir mais. Não sei se ele na carreira ele já teve essa oportunidade que estamos dando aqui no Pinheiros, de ser o franchise player, o cara do ponto, o cara da defesa”, afirmou Pelosini.

Mas o treinador também aponta outro fator para Jimmy estar vivendo o melhor momento de sua carreira: a paternidade.

“O Jimmy é extremamente profissional. Eu costumo dizer que a gente separa os jogadores entre atletas e boleiros. O jimmy é um atleta. um cara que se cuida, come bem, dorme bem, pai de família. Até essa questão dele virar pai, ele deu um upgrade na responsabilidade, em ser exemplo. Ele encaixa muito bem com o meu projeto aqui”, concluiu o técnico.

O paizão

jimmy pinheiros filho

Jimmy e seu filho Luan após jogo do NBB CAIXA (Gustavo Mesa/LNB)

Muita coisa mudou desde o tempo em que Jimmy estreou no NBB CAIXA.

“Eu jogava cobrinha, ia no banco, ia na lotérica pagar as contas. Quase ninguém comprava pela internet. Mudou muito a digitalização das coisas, a velocidade da informação”, relembrou o ala.

Mas, com certeza, a maior mudança na vida de Jimmy veio em 2021, com o nascimento de Luan. Não é difícil reconhecer o filho do ala: ele é o garotinho de dois anos que entra correndo na quadra do Pinheiros com a bola de basquete na mão. E o pai, é claro, está sempre atrás dele.

Durante a carreira, Jimmy morou em sete cidades, espalhadas por três regiões do Brasil (Sul, Sudeste e Nordeste). As mudanças fazem parte da vida de um jogadores de basquete e, no caso de Jimmy, sempre foram compreendidas pela esposa Aline, com quem está junto há quase 10 anos. Porém, com o nascimento de Luan, o casal já enxerga mais dificuldades em continuar com a rotina de mudanças.

“Agora ele ainda é pequeno, mas quando começar a escolinha, fizer amigos, vai ser mais impactante se tivermos que mudar. O lado bom de conhecer várias cidades é podermos escolher. Eu e minha esposa decidimos o estado de São Paulo, de preferência perto da capital. A parte de trabalho é muito boa para ela aqui. Mas, lógico, no final das contas quem vai mandar é o Luan”, disse.

Se virão novas mudanças, é impossível saber. Mas dá para acreditar que continuaremos vendo Jimmy por anos no NBB CAIXA. Afinal, o cara parece indestrutível.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Sportsbet.io , Penalty, EMS e UMP e apoio IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.