Tal pai, tal filho

Não é exagero dizer que Murilo nasceu com uma bola de basquete nas mãos. Desde muito pequeno, ele acompanhou o pai Alírio pelas quadras do País. Destaque da Liga de Desenvolvimento de Basquete de 2024 pelo Paulistano, equipe que vai brigar pelo título da Série Ouro, o jogador de 22 anos quer ter uma carreira tão vitoriosa quanto o pai, que foi tricampeão do NBB CAIXA.

Murilo em ação pelo Paulistano na LDB 2024. Foto: João Pires/LNB

“Desde que eu nasci estou no basquete”, resumiu Murilo. “Fui com ele para Brasília, Rio, Minas… Sempre estava nos jogos, na maioria dos treinos, pude acompanhar os títulos. Estava sempre presente nos ginásios. Tenho uma lembrança muito boa dessa época. Ele é um incentivo para mim. Quem sabe posso superá-lo? É difícil, mas vou tentar.”

Murilo contou que o pai nunca o pressionou para seguir carreira no basquete. Pelo contrário. O ala-pivô do Paulistano até se arriscou no futsal quando tinha 10 anos antes de escolher definitivamente o esporte da bola laranja. “Ele sempre me incentivou no que eu queria fazer, ia aos meus treinos e me apoiou sem me pressionar para nada”, afirmou.

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Uma vez que o basquete foi definido como caminho, Murilo acompanhou o pai nas equipes em que ele jogou no NBB CAIXA. Foi assim no Flamengo e Brasília, neste segundo caso atuando no GG12, escolinha de Guilherme Giovanini. Quando Alírio se transferiu para o Esporte Clube Ginástico, de Minas Gerais, para participar da Liga Ouro, em 2016, lá foi o garoto. “Depois fui para o Mogi, fiquei dois anos, subi para o adulto com 16 anos. Não jogava, mas estava entre os 12 relacionados”, relembrou.

Murilo com o pai Alírio nos tempos do filho em Mogi das Cruzes. Foto: Arquivo Pessoal

Em 2020, o ala-pivô chegou ao Paulistano, no começo da pandemia da covid-19, e está lá até hoje. Titular da equipe do técnico Renan Custódio na LDB, Murilo também renovou contrato para integrar o elenco na temporada 2024/25 do NBB CAIXA. No adulto, ele passa por um processo de mudança importante, indo da posição 5 (pivô) para 3 (ala).

“Sempre me falaram que eu tinha possibilidade de jogar de 3. Estou trabalhando para isso. Sei que é bastante difícil. No Brasil, um jogador de 2,10m de altura é preparado para jogar de 5. Mas estou buscando jogar de 3. Lógico que posso jogar de 4 também, mas estou trabalhando para jogar de 3”, explicou Murilo.

 

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Para isso, segundo o ala-pivô, é necessário melhorar sua mobilidade para defender “um jogador de 2,05m como um de 1,80m” e “falta um pouco de handlers (controle de bola e drible)“. “Estou trabalhando além dos treinos. Tenho feito um trabalho extra com o Renan (Custódio) para poder tentar alcançar essa minha meta. Estou procurando evoluir”, afirmou Murilo, que registrou um bom aproveitamento de 34,1% nos arremessos de 3 pontos na primeira fase da LDB.

Pai de Murilo, Alírio em ação pelo Brasília Foto: Marcelo Figueras

O desempenho de Murilo (médias de 10,7 pontos e 4,3 rebotes para 12,1 de eficiência) ajudou na campanha quase invicta do Paulistano, que terminou com 11 vitórias e uma derrota na primeira fase. Agora, na briga pelo título na Série Ouro, o time alvirrubro, que mira o terceiro título na história, está no Grupo D ao lado de Flamengo, Cruzeiro Basquete e São José Basketball. A estreia acontece no dia 26 de agosto, contra os mineiros.

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“Sabemos que temos times fortes agora nessa fase, são os melhores da outra chave, mas vamos  buscar o título, como fizemos no ano passado. Sabemos que é muito difícil, que temos alguns desfalques, mas estamos focados”, afirmou Murilo, citando Vinicius Mogi e Marson, que se lesionaram na primeira fase. “Vamos tentar jogar por nossos companheiros, dar o sangue por eles, porque sabemos o quanto eles queriam estar jogando.”

A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e Loterias Caixas, bola oficial Penalty, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), EMS, UMP e Genius Sports.