HOJE
Live comLéo Figueiró
Por Liga Nacional de Basquete
Em live no Instagram do NBB, técnico do Botafogo falou sobre o contato com os jogadores na quarentena, a campanha da temporada passada, Petrovic e mais
Depois de Guilherme Maia, Lucas Dias, Fúlvio, Olivinha e Shamell conversarem com Giovanna Terezinno, nesta última sexta-feira (03/04) chegou a vez de um técnico aparecer na live do @NBB no Instagram. A iniciativa faz parte da campanha #BasqueteEmCasa, que busca levar diversos tipos de conteúdo relacionados à bola laranja ao fã de basquete neste período de quarentena. Léo Figueiró foi convidado para “sextar” contando histórias da sua carreira e recente sucesso com o Botafogo.
Antes da live, Léo Figueiró já tinha contribuído com o #BasqueteEmCasa ao participar da matéria de indicações de livros por técnicos e jogadores do NBB. Uma de suas recomendações foi “Equipes Brilhantes”, best-seller do The New York Times que aborda a gestão de pessoas no esporte. O tratamento diferenciado com os atletas e a união de suas equipes é uma das principais características do técnico, que falou mais sobre o assunto na entrevista:
“Por ser ex-jogador, me facilita conhecer esse mundo do atleta. As inseguranças, pressões e medos, porque eu também passei por isso. Para chegar ao alto nível como técnico, eu estudei bastante a gestão de pessoas porque é fundamental para criar um comprometimento da equipe. Gosto de ler sobre isso e já fiz curso. A primeira coisa que eu busco é criar um ambiente seguro para o jogador. Independente de acertar ou errar, vencer ou perder, ele sabe que o técnico está com ele e ele nunca vai ser deixado na mão. A comunicação tem que ser muito ativa, buscar escutar e se colocar no lugar deles”, disse.
Mesmo sem jogos e treinos por conta das medidas preventivas de combate à COVID-19, Léo afirmou que a relação com os jogadores do Botafogo se mantém firme e é essencial nestes momentos difíceis.
“A gente tem usado a ferramenta do Zoom para nos conectar na sala virtual. Temos que estar totalmente atentos ao que eles estão sentindo. Na nossa última reunião eu conversei muito sobre a atenção ás emoções deles. É um momento muito suscetível a ansiedade, síndrome do pânico, irritabilidade alta e depressão. Eles precisam estar espertos com isso, como estão se comportando em casa. Falei ‘qualquer problema, entrem em contato. Não passem nenhum tipo de dor de cabeça sozinho”, contou.
Técnico do Ano
A temporada passada foi a primeiro de Léo Figueiro sob o comando do Botafogo e o time chegou às semifinais do NBB após eliminar o Pinheiros no quinto jogo das quartas de final. A campanha surpreendente rendeu ao coach o prêmio de Melhor Técnico do Ano. Na live, Gi Terezinno perguntou se ele esperava ganhar o troféu.
“Não esperava nada. Foi um desafio muito grande pela história que eu tive no Botafogo. No último título do clube no basquete, o Carioca de 91, eu estava no time. Quando eu voltei, tinha aquela coisa de trazer o sucesso do basquete de volta. O primeiro passo foi montar o time. Fui em caras que eu confiava, que tinham potencial e estavam buscando espaço para estourar. Propus para eles algo diferente. Falei ‘você não está vindo aqui pra ganhar dinheiro. Vai ganhar porque merece, mas o nosso foco é escrever algo diferente, para quando acabar o campeonato a gente se orgulhar. Se você vier aqui para fazer só mais uma temporada na sua vida, esquece’. O nosso objetivo era fazer ‘a’ temporada. Eu tive sorte de poder juntar um grupo bacana. O troféu é deles, é de todo mundo, porque o sucesso do treinador é consequência do trabalho dos jogadores”, concluiu.
Seleção Brasileira
Depois do sucesso na temporada de estreia, Léo foi convidado para ser o técnico da Seleção Brasileira no Sul-Americano Sub-21. Apesar do pouco tempo de treinamento, a equipe de jovens promessas do basquete brasileiro fez bonito, chegou à final e derrotou a Argentina por 80 a 59. Mais um desafio e mais um trabalho impressionante, que chamou a atenção de Aleksandar Petrovic.
Assistente técnico da seleção principal desde novembro do ano passado, Léo Figueiró não poupou elogios ao croata.
“O Petrovic é uma aula a cada jantar. Assim como tem aquela resenha dos jogadores, também tem a dos treinadores, né? Ele é irmão do Drazen, treinou a Croácia, Iugoslávia. Ele tem muita vivência. Não tem faculdade que ensine. Quando eu cheguei lá, o Bruno Savignani e o César Guidetti disseram ‘quando começar o treino você vai ver, é uma intensidade absurda, o cara se transforma’. Eu falei, ‘é mesmo? Vamos ver’. Cara, ele realmente se transforma. É uma pegada absurda. O técnico vendo de fora já fica agitado, imagina o jogador”, lembrou.
Troca de conhecimentos
Depois da Live #BasqueteEmCasa, Léo Figueiró foi para outro bate-papo, o “Corujão”, na ocasião, com José Neto. Um dos técnicos mais ativos nas redes sociais, ele está fazendo lives com outros treinadores, com o objetivo de trocar conhecimentos, ensinar e aprender.
“Eu tenho acompanhado várias lives e vejo que quando vão falar de basquete, só falam sobre os problemas. Eu tive a ideia de fazer uma live para ajudar os técnicos, tirar curiosidades e trocar experiências. Eu tive uma com o Dedé Barbosa de quase três horas, falando sobre o que a gente acredita, nossas opiniões, como a gente trabalha, sobre o futuro, daquilo que a gente gostaria de saber. Estamos tendo uma ótima interação. Eu quero me aproximar dos técnicos da base, que tem dificuldades, quero saber os principais desafios”, contou.
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Para Léo, essa troca é essencial e lembrou a experiência que teve com Gregg Popovich.
“Um dos professores mais bacanas que eu tive na faculdade, o Totó, de Didática, sempre disse que ‘professor bom é aquele que compartilha seus conhecimentos’ e é verdade. Quando eu fui fazer um curso no San Antonio Spurs, a gente ouviu do Popovich, ‘eu tenho consciência de que quanto mais pessoas vierem aqui e aprenderem, vai ser melhor para o basquete e para todos’. Pra você ter ideia do nível do cara, quando a gente foi conversar com ele, ele sentou e falou ‘perguntem o que quiser’. A gente perguntou literalmente o que quisemos e ele respondeu tudo, ficamos 2h30. É outro nível”, destacou.
Importante!
O momento agora é de proteção ao próximo. Por isso, a conscientização para que o COVID-19 não se espalhe ainda mais é extremamente importante.
Lave bem as mãos, higienize elas com álcool em gel e limpe o seu celular também. Não esqueça de cobrir a boca com o cotovelo se for espirrar ou tossir e evite contato físico com as pessoas, principalmente idosos. Além disso, tente sair de casa apenas para ir a locais essenciais como mercado, farmácia e hospital.
Fique em casa, mas não deixe o basquete parar. Vem com a gente na campanha #BasqueteEmCasa!