HOJE
"O Sétimo Jogador"
Por Marcius Azevedo, Juvenal Dias
Livro traz detalhes de um dos momentos mais desafiadores da história do Sesi Franca, desde o período crítico entre 2014 e 2015, até a retomada em uma potência do basquete
A reconstrução do Sesi Franca agora está eternizada em uma obra de 216 páginas. Escrito por Carlos Renato Donzelli, Luís Aurélio Prior, Marcelo Carraro Rocha e Munir Buchalla Filho, o livro “O Sétimo Jogador” narra um dos momentos mais desafiadores da história do clube, desde o período crítico entre 2014 e 2015, quando quase fechou suas portas, até a retomada em uma potência do basquete nacional e internacional.
Em uma jornada de quase 10 anos, os autores revelam as intensas dedicações, os desafios enfrentados e as mudanças implementadas que deram novos contornos à gestão administrativa do Sesi Franca. A obra oferece uma visão única e abrangente dos bastidores, revelando a importância da governança e da estratégia por trás das conquistas esportivas.
“Contar 10 anos de histórias em um livro com limites físicos de páginas é um desafio monumental. Quando nos sentamos para conversar sobre o quão mágico era o momento que estávamos vivendo, percebemos o quão vasta era a história que tínhamos para contar. Nestes 10 anos, vivemos de tudo: o medo de não conseguir, noites em claro, decepções, mas também alegria e muito prazer”, explicou Carlos Renato Donzelli, presidente do conselho do Sesi Franca e vice-presidente geral da Liga Nacional de Basquete.
“O desafio foi selecionar os eventos mais significativos, os momentos que melhor representavam nossa jornada, e encontrar uma maneira de condensá-los em um espaço limitado, sem perder a essência e a complexidade da narrativa que envolve os acontecimentos dentro e fora das quadras”, acrescentou.
Donzelli admite que, por diversos momentos, foi necessário deixar a emoção de lado para que o projeto pudesse alcançar o sucesso. “O que mais me impressionou ao conhecer os bastidores de um time e sua administração foi o quão difícil é manter o foco. A paixão pelo esporte tenta a todo momento nos desviar da rota traçada. No entanto, manter a visão clara dos objetivos, apesar dos altos e baixos, é crucial para o sucesso a longo prazo.”
Neste período de reconstrução, o Sesi Franca foi campeão da Copa Intercontinental e da Champions League Américas, em 2023, da Liga Sul-Americana, em 2018, duas vezes do NBB CAIXA, em 2021/22 e 2022/23, duas vezes da Copa Super 8, em 2020 e 2023, além de conquistar o tetracampeonato paulista (2018, 2019, 2020 e 2022).
“O livro conta a história da retomada do Sesi Franca por meio de uma administração competente e pessoas empenhadas. No entanto, isso por si só não é suficiente para conquistar campeonatos. O esporte traz consigo o fator imponderável. Por exemplo, vivemos a experiência de estar com um time que estava desempenhando um bom papel, e a lógica dizia que deveríamos trazer dois jogadores que poderiam nos garantir títulos. No entanto, o efeito foi totalmente o contrário do esperado”, contou Donzelli.
O livro, segundo Donzelli, não tem pretensão de ensinar o caminho para outras equipes. A intenção é compartilhar experiências que foram fundamentais para esta retomada de Sesi Franca. “A Liga Nacional de Basquete tem inúmeros cases de sucesso. Basta observar a participação dos times do Rio Grande do Sul, os clubes tradicionais cada vez mais investindo no basquete, os times do interior se reconstruindo, e os projetos fantásticos surgindo no Nordeste, como os de Fortaleza e Unifacisa. Sou especialmente admirador do trabalho que o Diego (Gadelha) tem realizado por lá (em Campina Grande). O livro pode servir como um guia de experiências, mostrando o que deu certo e o que deu errado em nossa jornada.”
“O Sétimo Jogador” é um registro histórico da reconstrução de uma das equipes mais tradicionais do basquete brasileiro e vai servir para que futuras gerações possam entender qual foi o momento da virada. “Enriquecer a literatura nacional com um tema como administração no esporte, que foge do tradicional foco no futebol, é de extrema importância. O Brasil sempre foi uma potência no basquete, e acredito firmemente que voltaremos a ser. Registrar a história de um time como o Sesi Franca em um livro é garantir que as futuras gerações busquem respeitar o legado que receberão, assim como nós precisamos respeitar o legado que nos foi deixado.”