HOJE
Renovaçãoe persistência
Por Liga Nacional de Basquete
Patrocinadores, equipes e jogadores mudam, mas a superação do Mogi Basquete sempre permanece: "amor forte e enraizado"
Se você acompanhou o NBB nos últimos anos, percebeu um padrão no Mogi Basquete. Todo ano a equipe se reinventa. Todo ano a equipe se reformula e tem uma grande história por trás. Em 2020/21, a equipe comandada por Guerrinha promete seguir surpreendendo, mas o que poucos sabem é que isso está na raiz do basquete de Mogi das Cruzes.
O esporte da bola laranja chegou à cidade quando a Companhia Suzano de Papel e Celulose transferiu toda sua estrutura e patrocínio da equipe de Suzano para Mogi, em 1995. No ano seguinte, o investimento já resultou na primeira conquista da história da equipe. Contando com lendas do basquete brasileiro como Paulinho Villas Boas, Danilo Castro, Waltinho e Pipoka, Mogi foi campeão paulista de 1996 ao derrotar Franca na final.
De 1997 a 2002, o time de Mogi foi patrocinado pela empresa de tratores Valtra. Sob o comando de Nilo Guimarães, atual diretor do projeto, a equipe foi vice-campeã paulista em 1998 e campeã do torneio Top Four em 1999, ao vencer o forte Vasco da Gama na partida decisiva.
+ Nilo Guimarães comunicou seu pedido de afastamento da presidência da Liga Nacional de Basquete
Em 2003 o basquete mogiano uniu-se a um dos maiores clubes de futebol do mundo, o Corinthians. Com grandes jogadores como Farofa, Josuel, Murilo e Rogério Fernandes, a parceria trouxe à cidade um forte time. Diversos atletas que jogam o NBB passaram pela equipe, como Fúlvio, Marquinhos, Murilo, Felipe Ribeiro e Paulinho Boracini, além de Dedé Barbosa, atual técnico do Pato Basquete.
O Corinthians/Mogi disputou as principais competições do basquete brasileiro até 2005, quando a parceria chegou ao fim, terminando também o projeto de basquete profissional na cidade. O retorno veio seis anos depois, em 2011. Entre os gestores responsáveis pela volta da equipe, estava Nilo Guimarães, Secretário de Esportes e Lazer de Mogi das Cruzes.
“O impacto da retomada do basquete foi muito significativo para nós. Diferentemente da outras vez que o basquete profissional esteve em Mogi, ele veio oriundo de uma outra situação. Foi um time da cidade vizinha que migrou para cá. A gente não sentiu a evolução de ter subido e conquistado o nosso lugar no basquete. No Mogi atual, nós tivemos que trabalhar mais, passar pelas fases regionais e divisão de acesso, para então disputar uma liga nacional. Esse espaço que nós ocupamos hoje foi conquistado na quadra. Na sequência, o fruto que a gente colhe disso é o amor forte e enraizado que o mogiano tem pelo basquete. Ele acompanhou todas as etapas de evolução”, disse Nilo Guimarães.
O Mogi Basquete disputou o seu primeiro NBB em 2012/2013. Desde então, a equipe vem construindo uma bela trajetória, estabelecendo-se como um dos principais times da elite do basquete brasileiro. Nesta nova etapa do basquete mogiano, os troféus do Campeonato Paulista e Liga Sul-Americana foram erguidos em 2016, bem como o vice-campeonato da Liga das Américas do mesmo ano.
Segundo Nilo Guimarães, a prospecção de patrocinadores é uma das chaves para o sucesso do Mogi Basquete.
“No esporte de alto rendimento é necessário prospectar sempre. É muito importante você ter uma boa relação com os seus parceiros, mostrar que o basquete é um bom produto e pode ser bem aceito. Temos o apoio de toda uma comunidade e da prefeitura. Não temos recursos públicos, diretamente ligados, mas temos um apoio fantástico. Treinamos no ginásio da cidade, por exemplo”, afirmou Nilo.
Elenco jovem
Para a temporada 2020/2021, o Mogi renovou com seu técnico, Guerrinha, os armadores Fúlvio e Gui Lessa, o ala Colina e os ala/pivôs Gruber e Fabrício. As novidades no elenco são o armador Cassiano, os alas Coleman e Rafa Previatti, o ala/pivô Wesley e o pivô Douglas Santos.
“Por termos feito uma temporada muito boa em 2019/2020, a equipe teve uma grande valorização. Os jogadores tiveram propostas que a gente não conseguiu cobrir. Então fomos ao mercado fazer um novo perfil de time. Mais jovem, com mais futuro, para fazer um trabalho diferenciado”, analisou Guerrinha.
Base veterana
Apesar da saída de importantes jogadores, como André Góes, Danilo Fuzaro e Paranhos, o Mogi conseguiu manter Fúlvio e Gruber para a próxima temporada. O líder em assistências na história do NBB teve uma das melhores temporadas da carreira em 2019/2020 e pretende repetir a fórmula do sucesso este ano.
“Acho que no último ano a equipe teve uma química muito boa, soubemos explorar as qualidades de todos e dividir as responsabilidades em quadra. Fiquei feliz pelo meu desempenho e de todo grupo, infelizmente a temporada não terminou, mas mostramos um basquete coletivo e de nunca desistir de uma partida, independente das circunstâncias. Queremos o mesmo para este ano”, afirmou Fúlvio.
Cestinha do Mogi no primeiro turno do NBB 2019/2020, Gruber acabou ficando de fora dos últimos cinco jogos da equipe por conta de uma lesão no joelho esquerdo. O ala/pivô está se recuperando da cirurgia e retornará às quadras para o NBB.
Preparado para voar
Depois de uma temporada no Corinthians, Wesley chega ao Mogi para assumir uma responsabilidade parecida com a que tinha no Minas, quando ganhou o prêmio de Jogador Que Mais Evoluiu do NBB 2017/2018. O ala/pivô é extremamente versátil no ataque e promete dominar o garrafão do Hugo Ramos.
“O meu jogo vai mudar bastante, terei mais liberdade ofensiva e poderei mostrar mais dos dois lados da quadra. O Guerrinha me trouxe para ajudar no meu crescimento no cenário nacional e é pra isso que estamos trabalhando”, disse Wesley.
O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.