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Renovaçãoe persistência

29-10-2020 | 05:05
Por Liga Nacional de Basquete

Patrocinadores, equipes e jogadores mudam, mas a superação do Mogi Basquete sempre permanece: "amor forte e enraizado"

Se você acompanhou o NBB nos últimos anos, percebeu um padrão no Mogi Basquete. Todo ano a equipe se reinventa. Todo ano a equipe se reformula e tem uma grande história por trás. Em 2020/21, a equipe comandada por Guerrinha promete seguir surpreendendo, mas o que poucos sabem é que isso está na raiz do basquete de Mogi das Cruzes.

O esporte da bola laranja chegou à cidade quando a Companhia Suzano de Papel e Celulose transferiu toda sua estrutura e patrocínio da equipe de Suzano para Mogi, em 1995. No ano seguinte, o investimento já resultou na primeira conquista da história da equipe. Contando com lendas do basquete brasileiro como Paulinho Villas Boas, Danilo Castro, Waltinho e Pipoka, Mogi foi campeão paulista de 1996 ao derrotar Franca na final.

De 1997 a 2002, o time de Mogi foi patrocinado pela empresa de tratores Valtra. Sob o comando de Nilo Guimarães, atual diretor do projeto, a equipe foi vice-campeã paulista em 1998 e campeã do torneio Top Four em 1999, ao vencer o forte Vasco da Gama na partida decisiva.

+ Nilo Guimarães comunicou seu pedido de afastamento da presidência da Liga Nacional de Basquete

Em 2003 o basquete mogiano uniu-se a um dos maiores clubes de futebol do mundo, o Corinthians. Com grandes jogadores como Farofa, Josuel, Murilo e Rogério Fernandes, a parceria trouxe à cidade um forte time. Diversos atletas que jogam o NBB passaram pela equipe, como Fúlvio, Marquinhos, Murilo, Felipe Ribeiro e Paulinho Boracini, além de Dedé Barbosa, atual técnico do Pato Basquete.

Equipe do Corinthians/Mogi em 2004 (Paulo Arruda/Divulgação)

O Corinthians/Mogi disputou as principais competições do basquete brasileiro até 2005, quando a parceria chegou ao fim, terminando também o projeto de basquete profissional na cidade. O retorno veio seis anos depois, em 2011. Entre os gestores responsáveis pela volta da equipe, estava Nilo Guimarães, Secretário de Esportes e Lazer de Mogi das Cruzes.

“O impacto da retomada do basquete foi muito significativo para nós. Diferentemente da outras vez que o basquete profissional esteve em Mogi, ele veio oriundo de uma outra situação. Foi um time da cidade vizinha que migrou para cá. A gente não sentiu a evolução de ter subido e conquistado o nosso lugar no basquete. No Mogi atual, nós tivemos que trabalhar mais, passar pelas fases regionais e divisão de acesso, para então disputar uma liga nacional. Esse espaço que nós ocupamos hoje foi conquistado na quadra. Na sequência, o fruto que a gente colhe disso é o amor forte e enraizado que o mogiano tem pelo basquete. Ele acompanhou todas as etapas de evolução”, disse Nilo Guimarães.

O Mogi Basquete disputou o seu primeiro NBB em 2012/2013. Desde então, a equipe vem construindo uma bela trajetória, estabelecendo-se como um dos principais times da elite do basquete brasileiro. Nesta nova etapa do basquete mogiano, os troféus do Campeonato Paulista e Liga Sul-Americana foram erguidos em 2016, bem como o vice-campeonato da Liga das Américas do mesmo ano.

Sob o comando de Guerrinha, Mogi foi campeão da Liga Sul-Americana de 2016 ao derrotar o Bahia Basket (FIBA/Divulgação)

Segundo Nilo Guimarães, a prospecção de patrocinadores é uma das chaves para o sucesso do Mogi Basquete.

“No esporte de alto rendimento é necessário prospectar sempre. É muito importante você ter uma boa relação com os seus parceiros, mostrar que o basquete é um bom produto e pode ser bem aceito. Temos o apoio de toda uma comunidade e da prefeitura. Não temos recursos públicos, diretamente ligados, mas temos um apoio fantástico. Treinamos no ginásio da cidade, por exemplo”, afirmou Nilo.

Elenco jovem

Para a temporada 2020/2021, o Mogi renovou com seu técnico, Guerrinha, os armadores Fúlvio e Gui Lessa, o ala Colina e os ala/pivôs Gruber e Fabrício. As novidades no elenco são o armador Cassiano, os alas Coleman e Rafa Previatti, o ala/pivô Wesley e o pivô Douglas Santos.

“Por termos feito uma temporada muito boa em 2019/2020, a equipe teve uma grande valorização. Os jogadores tiveram propostas que a gente não conseguiu cobrir. Então fomos ao mercado fazer um novo perfil de time. Mais jovem, com mais futuro, para fazer um trabalho diferenciado”, analisou Guerrinha.

Guerrinha vai para a sua quarta temporada no comando do Mogi Basquete (Antônio Penedo/Mogi Basquete)

Base veterana

Apesar da saída de importantes jogadores, como André Góes, Danilo Fuzaro e Paranhos, o Mogi conseguiu manter Fúlvio e Gruber para a próxima temporada. O líder em assistências na história do NBB teve uma das melhores temporadas da carreira em 2019/2020 e pretende repetir a fórmula do sucesso este ano.

“Acho que no último ano a equipe teve uma química muito boa, soubemos explorar as qualidades de todos e dividir as responsabilidades em quadra. Fiquei feliz pelo meu desempenho e de todo grupo, infelizmente a temporada não terminou, mas mostramos um basquete coletivo e de nunca desistir de uma partida, independente das circunstâncias. Queremos o mesmo para este ano”, afirmou Fúlvio.

Fúlvio e Gruber liderarão o jovem elenco de Mogi no NBB 2020/2021 (Antônio Penedo/Mogi Basquete)

Cestinha do Mogi no primeiro turno do NBB 2019/2020, Gruber acabou ficando de fora dos últimos cinco jogos da equipe por conta de uma lesão no joelho esquerdo. O ala/pivô está se recuperando da cirurgia e retornará às quadras para o NBB.

Preparado para voar

Depois de uma temporada no Corinthians, Wesley chega ao Mogi para assumir uma responsabilidade parecida com a que tinha no Minas, quando ganhou o prêmio de Jogador Que Mais Evoluiu do NBB 2017/2018. O ala/pivô é extremamente versátil no ataque e promete dominar o garrafão do Hugo Ramos.

Wesley teve médias de 13,4 pontos e 3,9 rebotes na sua temporada de Jogador Que Mais Evoluiu (Beto Miller/Corinthians)

“O meu jogo vai mudar bastante, terei mais liberdade ofensiva e poderei mostrar mais dos dois lados da quadra. O Guerrinha me trouxe para ajudar no meu crescimento no cenário nacional e é pra isso que estamos trabalhando”, disse Wesley.

O NBB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), com chancela da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e em parceria com a NBA e o CBC, e conta com os patrocínios oficiais da Budweiser, Unisal, Nike, Penalty, Plastubos, EY, VivaGol, IMG Arena e Genius Sports.