SELEÇÃO BY PRANCHETA

O campeonato notoriamente subiu de nível. Esse é um fato que é fácil de identificar por meio do equilíbrio entre as equipes e a crescente imprevisibilidade quanto ao desfecho.

A montagem de elenco é realmente um dos alicerces de um time vencedor. Ficou evidente que as diretorias fizeram um bom trabalho junto das comissões técnicas, reforçando suas equipes de maneira pontual e assertiva.

O basquete é coletivo, mas o grande trunfo dos treinadores é conseguir colocar sua filosofia de jogo, sem ofuscar o talento e ousadia de seus atletas, buscando sempre extrair o melhor individualmente de seus comandados.

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Foram inúmeras as performances marcantes nessa primeira metade de campeonato e foi muito difícil escolher somente três quintetos do NBB CAIXA. Na seleção dos times ideais, foram levados em conta encaixes no sistema do time, campanha das equipes e produção em quadra.

Jogadores foram analisados por meio dos números e no impacto para as vitórias de seus times. Acompanhando um conceito moderno e cada vez mais em uso do “basquete sem posições pré-estabelecidas”, montei times versáteis sem abrir mão dos principais talentos e de quem realmente está comendo a bola nesse NBB CAIXA.

1° TIME

Alexey (Flamengo) – 12,4 pontos, 3,6 rebotes, 8 assistências (2° da Liga) e 18,2 de eficiência (6° da Liga)

O armador é o motor do Flamengo em quadra. Extremamente veloz, cria vantagens o tempo todo e frequentemente pisa no garrafão, obrigando ajudas e colocando seus companheiros em ótimas situações para pontuar. Já tem sete jogos com pelo menos 10 assistências e também tem facilidade para pontuar.

Brite (Bauru Basket) – 20,4 pontos (1° da Liga), 4,4 assistências, 2,2 bolas recuperadas (1° da Liga) e 19,8 de eficiência (2° da Liga)

O “The Flash” do Dragão vem literalmente voando em quadra e lidera a Liga em pontos e bolas recuperadas. Em uma evolução absurda, Brite ainda tem tido o melhor aproveitamento de 3 pontos da carreira com mais de 40% de aproveitamento com 2,9 bolas convertidas por jogo.

Georginho (Sesi Franca) – 15,6 pontos, 9,2 rebotes (1° da Liga), 5,6 assistências (5° da Liga),1,8 bolas recuperadas (3° da Liga), e 20,2 de eficiência (1° da Liga)

O armador de Franca continua dominante dos dois lados da quadra. Na defesa sua capacidade de defender diferentes posições é um trunfo raro entre os jogadores exteriores do NBB CAIXA. No ataque sua capacidade de furar a defesa seja para definir ou para distribuir o jogo continua extraordinária.

Daniel Von Haydin – (CAIXA/Brasília) 15,2 pontos, 6,7 rebotes (8° da Liga), 2,7 assistências e 17,8 de eficiência (5° da Liga)

Como é bonito acompanhar o amadurecimento e evolução de Von Haydin pelo CAIXA/Brasília. Com ótimas leituras de jogo, o ala pontua, ataca os rebotes e tem carta branca para chutar com o treinador Dedé Barbosa, somando 2,4 bolas de três pontos convertidas por jogo com 34% de aproveitamento.

Luís Montero (KTO Minas) – 10,5 pontos, 7,1 rebotes (6° da Liga), 2,8 assistências, 1,5 bolas recuperadas (6° da Liga),1,1 toco (3° da Liga),e 16,7 de eficiência

O KTO Minas joga o basquete mais envolvente do campeonato e vem se destacando pelo poder do coletivo. Montero tem muita habilidade e um estilo de jogo mais solto oriundo da escola da República Dominicana, mas sabe atuar sem furar o sistema, e vem encaixando perfeitamente no esquema do time sem perder seu poder de decisão. Lidera o time em rebotes, tocos e roubos de bola além de ser o segundo em pontos e assistências.

2° TIME

Bennett (São Paulo) – 15,1 pontos, 3,4 rebotes, 3,3 assistências e 15,7 de eficiência

Um dos ou se não for o melhor jogador two way (que atua dos dois lados da quadra). Com moral elevada com o treinador Guerrinha, o ala-armador vem crescendo ainda mais de produção e ostenta os melhores números da carreira. Vem sendo decisivo e já protagonizou inclusive um dos game winners mais insanos desta temporada contra o Paulistano, numa arrancada absurda de costa a costa, finalizando no tráfego contra três defensores para dar a vitória para o Tricolor.

Anton Cook (CAIXA/Brasília) – 20,1 pontos (2° da Liga), 2,8 rebotes, 2,7 assistências 15,9 de eficiência

Chutador, chuta! O americano é o jogador que mais mata bolas de 3 pontos no NBB CAIXA, com 3,4 convertidas por jogo e altíssimos 44% de aproveitamento. Afiado, ainda vem com 47% para 2 pontos e 83% nos lances livres. Brasília vem jogando em pace muito alto e Cook se beneficia muito dos chutes em transição ou nas saídas de bloqueios.

Reynan (Pinheiros) – 17,8 pontos (4° da Liga), 5 rebotes, 2,1 assistências e 13,9 de eficiência

Toca pro Rey que ele define! Uma das novas caras da Liga vem se impondo e, aos 20 anos, já figura entre os principais pontuadores do campeonato. Forte na batida pra dentro e com um arremesso consistente (2,1 bolas convertidas com 41% de aproveitamento), ele vem jogando com muita coragem para definir bolas importantes, sendo a principal referência do Pinheiros.

Duane Johnson (Ceisc/União Corinthians) – 16,6 pontos (8° da Liga), 4,7 rebotes, 2,9 assistências e 17 de eficiência (10° da Liga)

Foi realmente um ótimo trabalho da diretoria para manter o principal jogador do time na última temporada. O The Rock continua com muita facilidade para pontuar na meia distância (51% nos arremessos de dois pontos) e melhorou muito seu aproveitamento nos chutes de três pontos (de 24% em 2023/24 para 36% em 2024/25). Nos lances livres o ala/pivô continua excelente com 85%.

Faverani – (São Paulo) – 14,7 pontos, 7,7 rebotes (3° da Liga), 58% FG e 17,1 de eficiência (9° da Liga)

O pivozão do Tricolor retomou seu melhor basquete, e acredito ser franco favorito ao prêmio de maior evolução da temporada. Demonstrando melhora física, consegue levar muita vantagem de costas para cesta e vem encaixado no pick and roll com o armador Ricardo Fischer. Em 2023/24 anotou 5,9 pontos e 2,4 rebotes, subindo para 14,7 pontos e 7,7 rebotes, voltando a ser um dos “cincões” mais dominantes da Liga.

3° TIME

Lucas Lacerda (CAIXA/Brasília) – 15,3 pontos, 5,3 assistências (7° da Liga), 48%FG e 15,1 de eficiência

Não pisque, pois você pode perder o armador do Brasília de vista! Luquinhas corre a quadra como poucos no NBB, e vem sendo peça fundamental do sistema de jogo do CAIXA/Brasília. Com muitos chutes em transição, e ótimo uso do pick, seja para passar ou para pontuar. Ele tem! São 2,6 bolas de três pontos convertidas por jogo com 44% de aproveitamento e já matou pelo menos três bolas em 12 jogos até o momento. Lacerda foi coroado com o Jogo das Estrelas na última temporada e merece repetir a dose esse ano!

David Sloan (Pinheiros) – 17,8 pontos (5° da Liga), 2,9 rebotes, 6,5 assistências (4° da Liga) e 14,9 de eficiência

A diretoria do Pinheiros e o técnico Vitor Galvani foram cirúrgicos no mercado e acertaram em cheio na contratação de David Sloan. O armador cria vantagens com muita facilidade e tem ótima leitura de jogo, sempre altruísta procurando a melhor tomada de decisão. Tem poder de fogo e capacidade para pontuar, mas pode melhorar sua consistência nos tiros de longa distância (28%).

Marquinhos (R10 Score Vasco da Gama) – 15 pontos, 4,1 rebotes, 2,5 assistências e 14,1 de eficiência

Bom como vinho! Aos 40 anos, o veterano continua jogando o fino da bola. Nessa temporada o ala novamente tem altíssimo aproveitamento e esbanja um 76/50/40 nos arremessos de quadra, em lances livres, dois e três pontos respectivamente. No início da temporada Marquinhos anunciou que essa seria sua Last Dance, mas da maneira como vem jogando, demonstra que poderia jogar fácil durante mais alguns anos.

Paulichi (R10 Score Vasco da Gama) – 13.2 pontos, 7,3 rebotes (5° da Liga), 1,1 bolas recuperadas e 15,5 de eficiência

Vencedor do prêmio de melhor evolução na última temporada, o ala-pivô continua com um basquete muito consistente pelo Gigante da Colina. Firme dos dois lados da quadra, pode trocar tudo na defesa sem ser batido por jogadores menores e vem aguentando o tranco de pivôs maiores e mais altos. No ataque tem boas leituras, sabe rolar bem pra dentro do garrafão e apesar de seu aproveitamento ter caído (27%) continua sendo uma arma atrás da linha de três pontos.

Gabriel Novaes (Pato Basquete) – 15,2 pontos, 7,5 rebotes (4° da Liga), 57% FG e 18,9 de eficiência (4° da Liga)

Eleito MVP da Liga de Desenvolvimento de Basquete em 2022, Novaes continua demonstrando enorme capacidade de evoluir. Pivô de extrema versatilidade, vem conseguindo aprimorar seu jogo tanto de frente como de costas para cesta. Bom nos ângulos dos bloqueios, sabe exatamente quando deve encaixar um bom pick e quando deve só tocar e deslizar para a cesta. Se aproveita da boa leitura do armador Cauê Verzola e por estar cercado de chutadores com Barnes e Wrighten para somar pontos fáceis.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) e patrocínios oficiais Penalty e UMP e apoio oficial Infraero, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.