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Elas nocomando!

08-03-2021 | 04:41
Por Liga Nacional de Basquete

Além do time de transmissão 100% feminino, trio de arbitragem também será formado só de mulheres

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, jogo entre Brasília e Bauru (12/03) terá transmissão 100% feminina (Fotojump/LNB)

Fruto da luta e manifestação pela igualdade de direitos civis em favor do voto feminino, ainda no início do século XX, o dia 08 de março celebra desde 1975 o Dia Internacional da Mulher. Preocupado com a importância do papel feminino no esporte, o NBB, pela terceira temporada seguida, terá nesta sexta-feira (12/03), no duelo entre Brasília e Zopone/Gocil Bauru Basket, às 20h e ao vivo no DAZN, uma transmissão 100% feminina.

Na ocasião, teremos Luciana Mariano na narração, acompanhada de Helen Luz nos comentários e Giovanna Terezzino e Stephanie Alves nas reportagens. A ação acontecerá pela terceira vez na história e, nesta oportunidade, não acontecerá no dia 08 de março como de costume, mas sim no dia 12 por conta da pausa do NBB na janela da Basketball Champions League Americas.

Para Luciana Mariano, que se tornou narradora fixa do NBB 2020/2021, o papel da LNB na inclusão das mulheres no cenário esportivo é de extrema importância.

“Isso ainda é tratado como uma novidade (a mulher na narração esportiva), e quando se fala nisso todos imaginam a mulher narrando futebol, o que já é um avanço, mas não é só isso. Uma narradora esportiva precisa, e deve, trabalhar com outros esportes, e o basquete foi o segundo esporte que aderiu a uma narração feminina, a uma transmissão 100% feminina. Isso incluindo narradora, comentarista e repórteres mulheres não somente em dias comemorativos, mas o ano inteiro, a temporada toda”, afirmou a narradora, que completou:

“Nesse início, precisamos de uma força para começar, de uma oportunidade, porque nós fomos impedidas de fazer isso durante muito tempo. A iniciativa do NBB é fundamental para que as mulheres ampliem esse horizonte de fazer não só o futebol, mas também outros esportes, para que assim se transformem em profissionais completas, da mesma forma que aconteceu com os homens há 80 anos (risos)”, disse.

Luciana Mariano é narradora fixa do NBB desde o início da temporada 2020/2021 (Divulgação/ESPN)

Primeira mulher a fazer parte do time fixo de comentaristas do NBB, Helen Luz ganhou uma oportunidade após o ótimo trabalho apresentado na última transmissão 100% feminina, no NBB 2019/2020, além da função já desenvolvida comentando a Liga de Basquete Feminino (LBF).

Segundo a comentarista, o caminho que o NBB trilhou, de apoio a mulheres em suas equipes de transmissão, deveria ser seguido também em outros esportes.

“No NBB, sou a primeira a fazer parte do time de comentaristas. Adoro fazer isso, me encontrei e estou aprendendo mais e mais a cada dia. Aprendo com o Cadum, com o Bruno e com tanto outros que são craques nos comentários. Tento assistir o máximo de partidas possíveis para me aperfeiçoar. Sou um pouco perfeccionista e gosto de estar preparada para os desafios e situações que aparecem. Estou feliz, grata e espero que essas oportunidades possam surgir em outros esportes, modalidades para mais mulheres”, disse Helen Luz, que completou:

“É o que eu sempre falo, a oportunidade não pode ser dada porque é mulher, mas sim pela competência, pela qualidade. Penso assim, e comigo foi dessa maneira na LBF e agora também no NBB. Minha alegria é dupla!”, finalizou.

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Helen Luz é a primeira mulher no time fixo de comentaristas do NBB (Fotojump/LNB)

Conhecida de longa data nas transmissões do NBB, Giovanna Terezzino foi a primeira repórter oficial da história da LNB. Ao longo desses mais de quatro anos reportando diretamente das quadras, Giovanna se firmou como referência em sua função, inspirando centenas de outras mulheres ao longo do percurso no sonho de trabalhar no cenário esportivo.

Para ela, a força da Liga Nacional de Basquete no apoio a profissionais mulheres é de extrema importância, já que se dá não somente em datas especiais, mas durante todo o ano.

“Acho que mais do que a ação pontual no Dia da Mulher, é importante destacar a força que a Liga dá para as mulheres não só no 8 de março, mas durante todo o ano. Temos narradoras, comentaristas, repórteres e árbitras que conquistaram seu espaço durante as temporadas com muita dedicação e muita competência. Mas com certeza ter essa transmissão 100% feminina em comemoração a um dia tão emblemático é muito importante e de um carinho sem igual. Ações como essa abrem espaço para outras mulheres acreditarem nos seus sonhos, faz com que jovens que estão em casa acompanhando tenham em quem se inspirar e identificar”, frisou.

Giovanna Terezzino foi a primeira repórter oficial do NBB (João Pires/LNB)

Para a repórter Stephanie Alves, o trabalho desenvolvido pelo NBB é de extrema importância para a busca da igualdade de gênero no mundo esportivo, tão gentrificado.

“No esporte, na política, em tantas áreas, ainda engatinhamos nos assuntos de gênero, mas seguimos celebrando cada pequena conquista. E esse esforço da Liga em abrir espaço para o time feminino tem sido valioso e muito bem honrado com talento e competência. E isso sim é igualdade. Ganhamos nós, mulheres, ganha o mundo todo”, afirmou.

Além da equipe de transmissão, o trio de arbitragem também será 100% feminino, com uma equipe formada por: Andreia Régina Silva, como árbitra principal, e Maria Cláudia Comodaro Moraes e Juliana Roveri, como árbitras auxiliares.

Para Andreia, a ideia da LNB de valorizar o profissional e não o gênero a motiva ainda mais para trabalhar firme.

“Acredito que a Liga Nacional preza muito pela qualidade técnica dos oficiais de quadra e não o fato de ser mulher ou homem. Mas, nós árbitros, não podemos negar que essa visão da LNB de valorizar o profissional e não o gênero está nos deixando mais motivadas em trabalhar firme e forte. Isso é uma injeção de ânimo e certamente uma grande motivação para as novas arbitras”, disse.

Já para Maria Cláudia, ações como essa, que priorizam o profissionalismo independentemente do gênero, são de extrema importância.

“As mulheres, principalmente nos ambientes esportivos, sempre tiveram a sua credibilidade questionada, portanto cada passo adiante no meio profissional, tem que ser visto por todos como uma conquista. A LNB vem oportunizando, a cada ano, ainda mais esse espaço, demonstrando que o profissionalismo independe de gênero. Espero que venham cada vez mais mulheres, seja na quadra, na mesa, na gerência, nos lugares onde elas quiserem ocupar”, disse.

Juliana Roveri destaca a iniciativa da LNB.

“A liga, com essa ação toma a iniciativa de mostrar que o trabalho das mulheres é tão relevante e tem o mesmo significado que o trabalho dos árbitros masculinos. Essa atitude é de suma importância para a arbitragem feminina e desde o ano passado, quando implementou o trio feminino vem transformando aceitação das equipes”, disse

Trio de arbitragem também será 100% feminino

A primeira transmissão 100% feminina da história do NBB aconteceu na temporada 2018/2019, no duelo entre Botafogo e Brasília. Na oportunidade, a narração ficou por conta de Luciana Mariano, com comentários de Giovanna Terezzino e reportagens de Luana Trindade e Caroline Patatt.

Já na temporada seguinte, o feito se repetiu e, mais uma vez, Luciana Mariano esteve à frente da narração, acompanhada dos comentários de Helen Luz e reportagens de Giovanna Terezzino e Stephanie Alves.

Nesta temporada, o NBB se comprometeu ainda mais nessa pauta e, agora, conta em sua equipe fixa com: uma narradora, uma comentarista e três repórteres; são elas: Luciana Mariano (narradora), Helen Luz (comentarista), Giovanna Terezzino (repórter), Stephanie Alves (repórter) e Chris Mussi (repórter).