HOJE
Show da poderosa
Por Juvenal Dias
Com muita vitalidade no auge dos seus 67 anos, dona Anita dá espetáculo de basquete e capitaneia time do Ipê Rosa em Rachão especial no NBB Trio
O NBB Trio de Brasília, que ocorreu no último final de semana (21 e 22 de setembro) no Parque da Cidade, mostrou que não há barreiras de faixa etária ou gênero para jogar basquete. Dona Anita Souto Mayor Rondon, de 67 anos de idade, que fundou o time do Ipê Rosa, jogou o Rachão de influenciadoras e fez a final na quadra principal do evento. Na terra das músicas famosas de Renato Russo, dona Anita vence as adversidades para mostrar o Show das Poderosas no basquete de rua.

Anita Souto Mayor, do time do Ipê Rosa, no NBB Trio de Brasília. Foto: Matheus Maranhão/LNB
A derrota para o time do Liga Entre Quadras na decisão foi o que menos importou para dona Anita. Só o fato de estar na quadra para promover o esporte que se dedicou a vida inteira. “A emoção é sempre a do encontro, das possibilidades sociais, de muito aprendizado, de estar perto do que temos de melhor no basquete nacional, de ver de perto que incentivam a renovação, de que nos trazem o melhor, mas que apoiam também o trabalho local, como o da Liga Entre Quadras, e permitem o encontro de todas as idades.”
Dona Anita é professora de educação física e teve contato com o basquete desde muito jovem graças aos país, dona Maria Emília, também professora de educação física, e seu Frederico Augusto, que foi atleta de basquete. Eles sempre incentivaram dona Anita a participar de tudo quanto é tipo de competição.

Dona Anita, com o fôlego em dia, mesmo com todo o calor que fez em Brasília durante o NBB Trio. Foto: Matheus Maranhão/LNB
A jovem senhora atleta conta das dificuldades de mulheres praticarem qualquer modalidade em meados do século passado. “Nos anos 60/70, as possibilidades para as mulheres eram bem restritas, na maioria das escolas, quando comecei a ter contato com o jogo de queimada e os esportes eram só para os meninos, pelo menos na minha escola. Quando aparecia algum espaço não havia continuidade.”
Em 1972, foi convidada para ser auxiliar técnica no clube Motonáutica, à convite do Seu Geraldo, treinador do basquete masculino. Mas, um ano antes, foi desafiada pelo mesmo a encontrar 50 meninas que estivessem interessadas em jogar basquete. É claro que Anita cumpriu com excelência a ponto de ter um campeonato interno organizado para as meninas.
Felizmente, nesse aspecto, a sociedade evoluiu e dona Anita pôde vivenciar a experiência do NBB Trio em sua cidade. “Muito bom ver nossa comunidade de basqueteiras e basqueteiros do DF jogando e assistindo dentro do evento do NBB TRIO, nesta grande troca de experiências. São muitas as possibilidades de crescimento para a modalidade, para que o esporte chegue aos jovens, as crianças, sempre da melhor forma.”
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Ela explica que o nome do time que atuou no Rachão surgiu por causa da representatividade da planta na região. “Nosso grupo foi aumentando, surgiu a ideia entre as jogadoras de termos camisas de jogo, em definitivo, e passamos a fase seguinte que foi a escolha do nome. O nome de flores e árvores representativas do Cerrado, figurou da lista de indicação das jogadoras. E o nome Ipê Rosa, ganhou na votação, como árvore que muito representa nossa região. O período da seca, do inverno, no Cerrado é quando florescem.”
A iniciativa funciona como um incentivo à prática esportiva em diversas idades. “Somos um ponto de encontro e de apoio para jogos-treinos, melhoria técnica e tática das jogadoras. Com isso, nos organizamos e disputamos diversas competições. Em novembro, estaremos no Brasileiro Master de Basquetebol em Caxias do Sul RS, com diversas jogadoras distribuídas nas categorias 30+, 40+, 50+ e 60+ e eu estarei lá”, explica dona Anita.

Dona Anita na disputa entre os dois times do Ipê Rosa antes das finais no NBB Trio. Foto: Matheus Maranhão/LNB
O show da Poderosa marcou a presença de Anita no NBB Trio e deu mais uma lição de inclusão e pertencimento. Ela traduziu o sentimento de receber o evento na Capital Federal. “O basquete do NBB e do NBB TRIO muda a cara da cidade, com isto todos passam a se envolver mais com o basquete, é a divulgação do esporte para a base da melhor forma! Termos equipes disputando aqui traz identidade, ficamos mais perto de tudo. E principalmente para os mais jovens nas quadras de rua, nas nossas superquadras que jogam muito o 3×3, além do 5×5.”
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