HOJE
Apoteótico
Por Juvenal Dias
NBB Trio encerra sua jornada em 2024, contando muitas histórias e com a promessa de retorno com força total em 2025
Chegou ao fim o NBB Trio de 2024 e a missão de mostrar o melhor do basquete de rua com muito esporte, arte e estilo foi cumprida com maestria. Neste sábado (05/10), debaixo do Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, as finais do evento trouxeram mais uma excelente impressão ao público que foi prestigiar. Famílias inteiras se divertiram, jogadores do NBB CAIXA marcaram presença, teve até jogadora da Seleção feminina da modalidade no evento.
O NBB Trio mostrou ser um acontecimento que veio para ficar no ecossistema do basquete e que abraça a todas as tribos, para quem vê o basquete como competição, entretenimento ou negócio. Todos os amantes da bola laranja se sentiram em casa no coração de São Paulo, em meio a um visual carregado de cultura urbana e simbólico, por estar em um ponto tão importante para a cidade.
Pelo ponto de vista de quem se propôs a levar sua família afim de um lazer no final de semana, a família Carmo se deleitou com tanta opção e estímulo para a nova geração. Karen e Bruno são um casal que vieram de Jundiaí, cidade do interior de São Paulo e estiveram nas duas etapas do NBB Trio na capital paulista junto com os filhos Bruno e Guilherme, que também querem ser jogadores de basquete. Eles estavam empenhados para assistir as competições, mas também fazer o maior número de cestas na ativação da Penalty, para levar a bola para casa.
“Um evento muito bom, muito organizado, muita diversão, os meninos são do basquete, é o sonho deles estar na quadra. Ver os atletas atuando é bem inspirador”, falou a mãe. “É um privilégio poder vir aqui e assistir de perto, nós nos inspiramos nesses atletas. Nós ficamos de olho nos acertos e erros para tentar aprimorar o nosso jogo e já pensar no futuro do basquete no país”, analisou o filho mais velho. “Muito boa a organização e o ambiente bem legal, bem esportivo, serve de incentivo para eles estarem melhorando a cada dia. Eles querem seguir na modalidade como forma de carreira, e vendo esse pessoal já atuando, serve de estímulo para se desempenharem bem lá nos treinos”, comentou o pai de mesmo nome. “É muito bom ver os atletas de perto, dá para pensar em melhorar algumas técnicas e acho muito divertido as ações nos intervalos para tentar ganhar prêmios”, finalizou o filho mais novo.
Como grande embaixador do evento, DPC foi a cara do NBB Trio, desde a concepção do projeto até a entrega das medalhas e receber uma homenagem da Liga Nacional de Basquete, através do presidente Rodrigo Franco Montoro. Antes dos momentos finais, o influenciador passou suas impressões do que foi seguir pela jornada de quatro etapas levando o melhor do basquete de rua pelo país. “Uma doideira, o mais legal de tudo é que eu conversei com todos os atletas, chamei eles de canto e perguntei o que eles estavam achando do NBB Trio. Todos falaram que foi uma iniciativa sensacional do NBB, mais do que a premiação, toda a estrutura que o NBB ofereceu para fazer esse campeonato acontecer e também representar os times. Você representar um time do NBB tem um peso gigantesco, eu que estive lá em Campina Grande, a torcida da Unifacisa abraçou o time. Foi algo excelente. Mais do que o show, o espetáculo realizado, os atletas, a modalidade, gostei demais de toda a experiência. É um evento que tem muito a crescer”.
Quem foi para buscar mais visibilidade com sua arte, como foi o caso do Val Rua, artista do OPNI97, teve portas abertas para mostrar seu graffiti em painéis feitos na hora das competições. “Vejo essa interação como um resgate entre a arte de rua e os esportes de rua. Sempre andaram juntos. Nós sempre gostamos de jogar nosso basquete, fazer nosso graffiti no fundo da quadra, com objetivo de ter um cenário legal para tirarmos nossas fotos e executar nossas jogadas. Ainda mais escutando um bom rap, é uma simbiose que vem dos anos 80 e 90 e que o NBB Trio traz para seu evento”.
Curioso, João Vitor, um skatista que dava seus “rolês” pelo Vale do Anhangabaú e que sabia que seu tio também faria painéis de graffiti no evento, parou na cerca para entender melhor o que era e a ligação que o NBB Trio promovia, através da cultura urbana, com seu esporte. “Me deparei com bastante gente, um movimento bem legal, trazendo bastante gente para perto, me interessei e vim ver. Eu nunca pratiquei basquete, mas eu fiquei interessado em chegar perto, para ver mesmo e acompanhar o que estava rolando aqui, muito louco todo esse evento”.
Não foi só o skatista que ficou encantado. Lucas Marques, tem um perfil de basquete nas redes sociais e estava com a camisa do Mogi Basquete do NBB CAIXA e trouxe a namorada, Tarsila Onuma, que apenas fazia seus vídeos e começou a gostar de basquete por causa do companheiro, para viver a experiência do NBB Trio. “Isso aqui é o basquete de verdade! Quando vemos nas quadras é muito legal. Mas o basquete de rua que forma a personalidade das pessoas e que cria identidade com o basquete. Eu sou uma pessoa que sempre estou nos parques, nas praças, jogando. E é muito legal ver o reconhecimento que essa galera está tendo aqui. O tanto de gente que está assistindo, está comparecendo. Eu queria ter vindo na outra etapa, mas não consegui. Essa aqui está sendo fantástica. É um simbolismo muito grande, no centro de São Paulo é sensacional. A organização está 100%”, comentou o namorado.
Já a namorada mostrou grande encantamento com o que tinha oportunidade de ver de perto. “É a primeira vez que vejo o basquete 3×3. Achei muito legal. É um jogo muito dinâmico. E o pessoal joga demais. A torcida também é muito muito animada. Eu estou deslumbrada com toda a estrutura do NBB Trio, toda a segurança também. Por ser no centro de São Paulo, nós ficamos com um pouco de receio, mas aqui a estrutura está 100%, os patrocínios também, as ativações. Com certeza, se tiver outras edições, vamos estar presente. Eu super recomendo para todo mundo.”
Um evento com tantas vertentes, também abre espaço para o lado dos comerciantes que engajam a cultura do basquete por seus produtos e iniciativas. Logo na entrada, o público se deparava com artistas que personalizavam tênis, faziam pinturas, ou, como no caso da Unity, vendiam bolsas únicas com a estrutura de bolas de basquete. Patrícia foi a fundadora do projeto e falou como o NBB Trio dialogou, não só com o esporte, mas também com a arte e estilo. “Tenho o hábito de dizer que nós somos o que nós ouvimos e o vemos. Somos uma construção de tudo isso. A partir dessa peça, que acaba sendo muito exclusiva, a ideia é fazer com que as pessoas se sintam únicas e potencialize sua personalidade, para que as pessoas consigam ver através do seu vestido, da sua roupa, do seu acessório, que você gosta de basquete, gosta de música. Através da peça, a ideia é fazer com que as pessoas te olhem e vejam que realmente gosta algo diferente e único. E também conseguir identificar que você é muito ligado à arte e ao basquete”.
Como todo grande evento que se prese, o NBB Trio atraiu a atenção dos atletas do NBB CAIXA que estavam competindo no Campeonato Paulista. Jimmy, Reynan Santos e Djalo, do Pinheiros, e Lucas Cauê e Victão, do Corinthians vieram acompanhar as competições e rever parceiros de quadra. “Fico muito feliz por conta de saber que o basquete é um só e que o NBB compartilha desse pensamento. Fiquei impressionado com a dinâmica, eu sendo do 5×5, na quadra. O 3×3 é muito mais dinâmico, são dez minutos que os atletas não param, não conseguem respirar. Eles têm uma tomada de decisão muito rápida. Não tem isso no 5×5, lá temos maneiras de pensar, tem outras formas de ter um pouco mais de calma durante a partida. Ter uma ação atrás da outra é muito legal. É um dia muito feliz para nós, culturalmente falando. Encontramos aqui música e arte. Ali fora tem artistas independentes com bolsas, quadros. É um ganho muito grande para nós do NBB, para nós do basquete geral, para todos, é um dia muito feliz hoje,” exaltou Victão.
Como fortalecimento do movimento, o NBB Trio foi prestigiado por Luana Batista de Souza, que ja atuou pela Seleção Brasileira do 3×3. “Foi uma sacada muito boa do NBB, trazer o basquete 3×3 para todos os timess que já participam da Liga. E é incrível estar aqui, viver nessa experiência. Estava na expectativa, só para ver quem levaria esse torneio. Para o 3×3, é um ganho enorme. Traz mais curiosidade e visibilidade na modalidade, é o que nós precisamos. Falo isso porque, às vezes, falta também no feminino. Seria uma ótima coisa para ser feita por lá também, mas já é muito bom ver que as pessoas estão entendendo mais o jogo e gostando mais da modalidade.”
Além de promover homenagem ao DPC, o presidente da LNB, Rodrigo Franco Montoro, lembrou que um evento dessa magnitude não se faz sem ajuda dos parceiros. “Gostaria de agradecer, em nome da Liga Nacional de Basquete, à Caixa Econômica Federal, nosso patrocinador máster. Sem ela não seria possível realizar o NBB Trio. Agradecer também ao Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), à Penalty e à Netshoes, que apoiaram nosso evento. Gostaria de agradece à ANB 3, que deu todo o suporte técnico para nosso evento. Por fim, agradecer aos atletas que competiram nessas quatro etapas, são os personagens principais do nosso esporte, além de toda essa galera que veio prestigiar no Vale do Anhangabaú. O NBB Trio é um projeto que veio para ficar, já temos garantido para o próximo ano, uma segunda edição. Esse é o começo de um projeto que espero que cresça bastante e tenha mais apoio, que consiga levar mais esporte e unir mais a cultura do basquete de rua, com o 3×3 e o basquete de quadra”.
A CAIXA, como grande incentivadora do esporte nacional, também se fez presente através do Superintendente Executivo de Governo, Davi Prando Cotta. “Gostaria de agradecer a todo o público presente aqui, agradecer à LNB. Falar que, em nome da CAIXA, é um prazer participar de um evento como esse. Agradecer às equipes pela dedicação e o show que deram hoje, foi um grande espetáculo”.
Assim, com a união de grandes histórias e de tribos distintas, mas que têm em comum a paixão pelo basquete, que o NBB Trio se despede do Viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo no ano de 2024. A promessa é com um 2025 ainda mais grandioso, sempre levando esporte, arte e estilo pelos locais onde for passar e com a missão de promover a cultura urbana e estimular a prática da modalidade em todos os cantos do país.