Alto em Estilo

A etapa do NBB Trio em Brasília chegou ao seu final neste domingo ensolarado (22/09). O Parque da Cidade, que começou com “Eduardo e Mônica”, terminou com o público abraçando o evento, que teve pós-jogador prestigiando, batalha de rimas, apresentação canina, além de muito esporte, arte e estilo. A terceira etapa vai deixar saudades e muitas boas recordações.

DPC mostrando o freestyle no NBB Trio de Brasília. Foto: Matheus Maranhão/LNB

No dia que se iniciou a primavera no Hemisfério Sul, floresceu a paixão do público candango do Planalto Central pelo basquete de rua. Quem foi ao Parque da Cidade, local famoso da música do Legião Urbana, não se arrependeu e presenciou grandes atrações, ativações e competição do mais alto nível.

Foi o 152º dia seguido sem chuva na cidade da Capital Federal do País, mas o fato de ser um domingo no parque tornou o programa muito mais agradável de se acompanhar. E olha que a cidade recebeu outros eventos em simultaneidade. Uma prova que o evento só cresceu de relevância foi a presença da lenda do Brasília, que atuou nos primeiros NBB CAIXA, Arthur Belchor. O pós-jogador faz parte do Hall da Fama do time local, tendo atuado por 13 temporadas na equipe e conquistado o primeiro tricampeonato seguidos entre 2009/10 e 2011/12. “Eu fico feliz, é um campeonato novo, o primeiro ano, mas tem tudo para dar certo aqui com mais anos. E mais feliz ainda por estar fazendo uma etapa aqui em Brasília, na cidade que respira basquete há muito tempo. Pode fomentar novos jogadores, formar pessoas amantes do basquete. Eu fico feliz por isso.” Arthur ainda integrou a cerimônia de premiação, que consagrou o Paulistano.

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Mas o NBB Trio é muito dinâmico e muitas ações ocorrem ao mesmo tempo. Por exemplo, tiveram as competições em categorias Masculino e Feminino Sub-18, Masculino Open e Sub-18 Prata do Masculino, enquanto o torneio elite era disputado na quadra principal. Uma das jogadoras do torneio feminino, Laís Inglês, comentou a importância do NBB Trio dar espaço e oportunidades para as mulheres jogarem. “Aqui no Distrito Federal, o basquete feminino ou qualquer outro esporte que mulheres atuam, é muito desvalorizado. Em 2024, nós só tivemos competições no segundo semestre. Isso desanima um pouco. Mas o basquete é muito importante, tira pessoas do mal caminho, conheço outras pessoas que o basquete ajudou bastante. No meu caso, fico muito feliz com a realização do NBB Trio aqui”.

No domingo, não foi só os jovens que atuaram. A dona Anita, uma senhora de 65 anos do time do Ipê Rosa, participou do Rachão feminino que antecedeu à final entre Paulistano e Corinthians, mostrando que a idade não é uma barreira para se manter ativo e que o basquete tem espaço para todas as faixas etárias. Na mesma quadra, a CAIXA, principal parceira do NBB Trio, promoveu uma apresentação de freestyle com os influenciadores DPC e Dhalsim Baller.

Racha feminino com o time do Ipê Rosa. Foto: Matheus Maranhão/LNB

Falando em parceiras, teve as ações que trouxeram o grande público para dentro das quadras para competir e ganhar diversos brindes, sem contar os parceiros com sua atuação direta, tipo o Açaí Puríssimo para refrescar o calor e repor as energias gastas jogando. Quem estava do lado de fora da quadra principal ainda presenciou batalha de rima, que sempre é um show à parte e incorpora a cultura urbana.

Já que foi citado cultura urbana, Henrique Rashid, organizador do maior campeonato de basquete de rua do Distrito Federal, com o Liga Entre Quadras, ajudou com a produção de conteúdos que puderam ser divulgados nas redes sociais do NBB CAIXA. Ele ficou admirado com a estrutura e honrado de participar do NBB Trio. “Ficamos muito felizes com o convite LNB, porque estamos há cinco anos nessa correria, promovendo o esporte, a cultura hip-hop, o basquete de rua. Fazemos ativações em todas as quebradas, em todos os lugares com dificuldades. Levamos essa paixão, esse amor que tanto temos pelo esporte para outras pessoas. E é muito bonito ver esse reconhecimento da Liga, que é uma referência para nós, uma referência para o Brasil em relação a basquete. Nos chamar para compor a equipe, o time que veio aqui ontem e hoje para fazer esse ‘rolê’ acontecer. A estrutura é maravilhosa, tudo se encaixou, mesmo com o sol quente. É muito bonito ver que as pessoas continuam vindo, jogando basquete, gostando da cultura, acompanhando o grafite que a gente trouxe, o baile-charme, as rimas, a apresentação de streetball e botar cada vez mais a presença da rua, que é de onde realmente surgiu o movimento, de onde surgiu a ideia do 3×3. Estão ganhando cada vez mais proporção, cada vez mais força e é muito emocionante isso para nós.”

 

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Davi Miranda é outro integrante do Liga Entre Quadras que saiu com o sentimento de contemplação do que viu. “Quero agradecer esse evento aqui, é marcante para nós, porque é um marco nos destacarmos e estarmos presentes com a maior liga de basquete do Brasil, é muito diferenciado. Conseguimos participar disso e enaltecer o basquete de rua aqui, principalmente o 3×3. Ter essa visibilidade, esse destaque, colaborar com a galera daqui, com a galera de São Paulo, com todo o time profissional, é especial, a realização de um sonho. Em relação também ao basquete feminino, é muito interessante falarmos também, muito importante falar também do basquete feminino. Tiveram algumas atletas que jogaram o amador, nos representou muito mais do que no masculino. Elas ganharam inclusive o racha dos influenciadores, as meninas mandam muito. Elas estão sempre presentes no nosso campeonato, já ganham cinco anos seguidos. Temos que enaltecê-las e dar uma visibilidade especial. É o lugar delas também.”

Até quem competiu na categoria elite e venceu fica gratificado com o que o NBB Trio apresenta em nível de competitividade e entretenimento. Pelo menos foi o que comentou André Ferros, atleta que já jogou Liga de Desenvolvimento de Basquete pelo Paulistano e agora foi campeão representando o Tigre. “O 3×3 é muito importante porque dá mais visibilidade para os jogadores. O 3×3 não é mais um esporte amador, ele se transformou em um esporte olímpico, de alto rendimento, de treinamento, de comissões técnicas. Ter uma estrutura como essa e a iniciativa que o NBB teve foi muito satisfatória. Eu estou há sete anos no 3×3. A minha caminhada não foi começar já no adulto, já no elite, comecei no open, que é a categoria de acesso para o elite, segui treinando, me dedicando, evoluindo a cada passo para conseguir vivenciar isso daqui, é fenomenal.”

Venom equilibrando a bolinha de basquete na quadra central do NBB Trio. Foto: Matheus Maranhão/LNB

Como a cereja no topo, ainda teve a encantadora presença do cachorro sucesso nas redes sociais, Venom, fazendo seus truques com seu humano Jhonathan, no momento ternura NBB Trio. Foi um evento que englobou pessoas de idades, gêneros e raças diferentes em um belo domingo no parque.