A despedida no ginásio do Corinthians que leva o seu nome foi um tributo ao seu legado no esporte e ao impacto que teve no basquete brasileiro. Ex-companheiros, amigos e familiares puderam dar o último adeus ao lendário Wlamir Marques, nesta quarta-feira (19/03), no local que desde 2016 foi rebatizado para homenagear um dos maiores jogadores da história da modalidade.

O velório do ex-jogador que morreu na terça-feira (18/03), aos 87 anos, começou por volta das 13h, em uma cerimônia aberta apenas aos familiares. O público em geral teve acesso ao ginásio 30 minutos depois. Uma enorme camisa com o número 5 às costas, eternizado por Wlamir Marques nas quadras, fez jus ao tamanho da representatividade dele para o basquete. Diversas coroas de flores também foram enviadas como uma maneira de homenageá-lo.

Velório de Wlamir Marques aconteceu no ginásio do Corinthians que leva o seu nome. Foto: José Manoel Idalgo / Corinthians

Wlamir Marques é uma das grandes referências da geração mais vitoriosa do basquete brasileiro, nas décadas de 1950 e 1960, sendo fundamental na conquista do bicampeonato mundial em 1959, no Chile, e em 1963, no Brasil, quando foi eleito também o MVP. Ele conquistou ainda outras duas medalhas em Mundiais, sendo prata em 1954, em território nacional, e bronze, em 1970, na antiga Iugoslávia, além de duas medalhas de bronze olímpicas, em Roma-1960 e Tóquio-1964.

O “Diabo Loiro”, apelido que ganhou devido à sua personalidade intensa e ao seu estilo de jogo agressivo e irreverente, se tornou membro do Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil em 2021 e, depois, em 2023, entrou também para o Hall da Fama da FIBA. Além disso, Wlamir Marques recebeu o Troféu Heims de Melhor Atleta da América do Sul em 1961 e a Medalha do Mérito Esportivo, duas importantes honrarias que refletem sua enorme importância para o esporte nacional e internacional.

Atual treinador do São Paulo, Jorge Guerra, o Guerrinha, esteve presente no velório e relembrou com carinho o tamanho do impacto causado por Wlamir Marques na sua geração. “O Wlamir foi uma pessoa espetacular, que vai deixar um legado monstruoso. Ele sempre foi amado, construtivo e inspirador. A nova geração só escuta falar. Para minha geração, ele criou um impacto que levamos para frente. Ter o seu nome num ginásio do Corinthians não é para qualquer um. Ele hoje é uma marca no basquete, como Pelé foi no futebol e no esporte brasileiro. Ele é um dos grandes esportistas que marcou gerações”, afirmou o técnico em entrevista ao Portal R7.

O jornalista José Trajano, que foi diretor de jornalismo e um dos fundadores da ESPN Brasil, onde Wlamir Marques trabalhou como comentarista, o ex-jogador Eduardo Agra, e Pixulé, amigo e companheiro de quadra de Wlamir Marques, também estiveram presentes, assim como alguns membros da comissão técnica do basquete do Corinthians, como Ricardinho, e o treinador da equipe feminina do Timão, Bruno Guidorizzi.

“Falar do Wlamir é falar com amor, falar com o coração, porque ele me inspirou para começar. Ouvindo os comentários dele. Sempre que ia assistir basquete na televisão, era na voz dele. Ele sempre foi uma pessoa muito incentivadora do esporte, sempre falando muito bem do esporte. Ele conseguiu inspirar pessoas desde quando jogava até os dias atuais, com os comentários, com aquilo que ele falava do basquete, com lições de vida que ele trazia. Carregamos essa memória dele, essa inspiração. Por estar no Corinthians, vamos tentar representar nas quadras tudo o que ele representou”, afirmou Bruno Guidorizzi.