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ESG / NBB Caixa

Legado eterno

19-11-2025 | 10:01
Por Liga Nacional de Basquete

No Mês da Consciência Negra, Corinthians e LNB celebram Rosa Branca, em homenagem no Wlamir Marques; jogador foi símbolo de resistência, excelência e orgulho

Na véspera do Dia da Consciência Negra, o Ginásio Wlamir Marques viveu uma noite de memória, reverência e identidade. Após o jogo entre Corinthians e Pato Basquete, pelo NBB CAIXA, o clube alvinegro e a Liga Nacional de Basquete realizaram uma homenagem emocionante a Rosa Branca. Familiares do ex-jogador, falecido em 2008, estiveram presentes em quadra para representar um dos maiores ídolos do basquete brasileiro e receberam um quadro.

Familiares de Rosa Branca participam da homenagem no Wlamir Marques após o jogo entre Corinthians e Pato Basquete. Foto: Beto Miller

A cerimônia contou com um testemunhal lido no ginásio, em um texto que celebrou um nome que transcende o jogo. Rosa Branca foi lembrado como presença, consciência e legado, um atleta que fez da quadra o território onde talento e identidade caminharam lado a lado. O discurso destacou sua condição pioneira como um dos primeiros atletas negros a vestir a camisa da seleção brasileira, situando sua trajetória como símbolo de resistência e afirmação em um período em que representatividade era um ato de coragem.

A carreira de Rosa Branca, que recebeu o apelido por conta da semelhança física com o motorista do então Presidente da República, Getúlio Vargas, que usava uma rosa branca em sua lapela, sustenta com autoridade todas essas homenagens. Nascido em Araraquara, Carmo de Souza marcou época nos anos 1960 e 1970, integrando uma geração que levou o basquete brasileiro ao topo do mundo. Ganhou duas medalhas olímpicas de bronze (Tóquio-1960 e Roma-1964), um ouro (Brasil-1963), uma prata (Iugoslávia-1970) e um bronze (Uruguai-1967) em Mundiais.

Seu estilo vibrante, sua força física e sua presença decisiva nas grandes partidas o transformaram em referência para diferentes gerações. No Corinthians, clube do seu coração, escreveu capítulos importantes e ajudou a consolidar a tradição alvinegra na modalidade, entre 1964 e 1971.

Quadra feito pela LNB como homenagem para um dos maiores jogadores da história do basquete. Foto: Beto Miller

Mais do que um atleta vencedor, Rosa Branca foi um agente de transformação. Ao ocupar espaços que antes eram negados a jogadores negros, abriu portas que hoje parecem naturais, mas que foram conquistadas à base de talento, persistência e personalidade. Não por acaso, sua lembrança no Mês da Consciência Negra ganha ainda mais significado: memória também é consciência, é reconhecer quem veio antes para que todos possam jogar, sonhar e vencer.

Ao lado da LNB, o Corinthians trouxe seu legado de volta ao centro da quadra, celebrando Rosa Branca como símbolo de excelência, orgulho e dignidade. Décadas depois de seus feitos, sua influência permanece viva: nos jovens que encontram no basquete uma possibilidade de futuro, na luta contínua por representatividade e na maneira como o esporte brasileiro entende o ato de representar. Na noite desta quarta-feira, seu nome ecoou novamente como merece: forte, inspirador e eternamente em movimento.

E essa homenagem, diante de sua família, reforçou uma verdade que o tempo não apaga. Ele é parte indispensável da construção do basquete brasileiro. Sua história não se encerra nos títulos. Ela continua viva em cada atleta que pisa na quadra sabendo que pertence ao esporte, em cada gesto de respeito à memória de quem transformou desafios em caminho. Rosa Branca é jogo, é história e é consciência em movimento.

O NBB CAIXA é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete, com patrocínio máster das Loterias, Caixa Econômica, Governo Federal, parceria do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), chancela da Confederação Brasileira de Basketball, bola oficial Molten, marca oficial Kappa, e parcerias oficiais Cruzeiro do Sul Virtual, IMG Arena, Genius Sports, EY e NBA.